Hebe Camargo


01/10/2012 16:27 | Antônio Sérgio Ribeiro*

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Hebe Camargo<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-10-2012/fg118292.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

Considerada a rainha da televisão brasileira, Hebe Maria Monteiro Camargo nasceu na cidade de Taubaté, em 8 de março de 1929, filha de Segesfredo Monteiro Camargo e de Esther Magalhães Camargo. Seu pai conhecido como Fêgo Camargo, era violinista do Cinema Politeama em Taubaté na época dos filmes mudos. Ele gostava de acordar sua filha Hebe, todas as manhãs, tocando o seu violino na porta do quarto. Professor e maestro, foi homenageado pela prefeitura de sua cidade após sua morte em 1971, com a denominação de Maestro Fêgo Camargo à Escola Municipal de Artes de Taubaté, e a realização anual da Semana Maestro Fêgo Camargo.

Hebe teve uma infância humilde, principalmente depois da chegada do cinema falado, quando seu pai perdeu o emprego. Nas palavras de sua irmã Stella Monteiro Camargo, eram pobres, mas felizes.

Caçula de seis irmãos, Hebe estudou só até o antigo primário. Aos 13 anos trabalhou na casa de uma tia como doméstica para ajudar no orçamento de sua casa. Em 1943 sua família mudou-se para a cidade de São Paulo e seu pai passou a integrar a orquestra da Rádio Difusora. No ano seguinte, Hebe começou a se apresentar em programas de calouros das rádios paulistanas, fazendo imitação de Carmen Miranda, da qual era grande admiradora. Anos depois, em 1955, quando do regresso de Carmen ao Brasil depois de uma ausência de 14 anos, Hebe Camargo gravou um disco especial com as músicas do repertório de Carmen, e um amigo comum levou-o ao Rio, entregando-o à Pequena Notável. Em uma madrugada, o telefone tocou na casa da família Camargo, na capital paulista, e, ao atender a ligação, o maestro Fêgo ficou surpreso de saber que do outro lado linha era a própria Carmen Miranda. Acordada pelo seu pai, Hebe quase não acreditou que Carmen fez questão de ligar do Rio de Janeiro para agradecer sua gentileza.

Após ser aprovada em um teste, resolveu chamar sua irmã Stella, e duas primas, Helena e Maria para cantarem juntas, e formaram o Quarteto Dó-Ré-Mi, que depois da saída de uma delas tornou-se um trio, denominado As Três Américas, obtendo sucesso em várias emissoras da capital paulista, como a Tupi e a Cruzeiro do Sul. Após a saída de sua prima do trio, fez dupla sertaneja com a irmã Stella, batizada pelo humorista Capitão Furtado, de Rosalinda e Florisbela, quando em apresentação em seu famoso programa radiofônico Festa na Roça, que era transmitido pela Rádio Difusora de São Paulo.

Seguindo na carreira de cantora, foi crooner da orquestra do maestro Silvio Mazzuca, fazendo apresentações de sambas e boleros em boates da capital paulista. No rádio, o início de sua carreira artística como cantora foi na Tupi de São Paulo no ano de 1944, ganhando 340 cruzeiros mensais. Como contratada das Emissoras Associadas, atuou nas rádios Ceará Rádio Clube de Fortaleza, Rádio Poti de Natal, Rádios Guarani e Mineira de Belo Horizonte, Rádio Tamandaré de Recife, e em outras rádios da cadeia associada pelo país.

Ainda como cantora, Hebe atuou em alguns filmes do comediante Mazzaropi, e até contracenou com Agnaldo Rayol num deles. Como atriz, participou do filme Quase no Céu, de Oduvaldo Vianna, lançado em maio de 1949, e fez cinco trabalhos no cinema, incluindo Xuxa e o Mistério de Feiurinha, dirigido por Tizuka Yamasaki.

O começo da TV

Tendo partido de Nova York em 9 de março de 1950, chegou ao porto de Santos às sete horas da manhã do dia 24 de março o navio Uruguay da companhia de navegação Moore-McCormack Lines, trazendo a bordo os equipamentos encomendados da Radio Corporation of America - RCA para a TV Associada de São Paulo, e também Walther Obermuller, engenheiro americano, diretor da NBC TV de Nova York, destacado pela direção da RCA para orientar a equipe de técnicos brasileiros, chefiada por Jorge Edo e Mario Alderighi.

O jornalista Assis Chateubriand, presidente dos Diários e Emissoras Associados, convocou seus artistas contratados para irem até o cais do porto para receberem os equipamentos para aquela que seria a primeira emissora da América Latina, e entre eles estava Hebe Camargo. Para marcar o acontecimento foi realizado um banquete nas dependências do luxuoso Parque Balneário Hotel de Santos, participando além dos artistas, autoridades, e como convidado o capitão do navio americano, Alfred P. Spaulding. No dia seguinte, em caravana, os equipamentos para a TV Tupi-Difusora, então Canal 3, a PRF-3, foram trazidos por caminhões para a capital.

Após algumas exibições em fase de testes da televisão, finalmente foi levada ao ar, efetivamente, a primeira transmissão em caráter permanente da televisão brasileira em 18 de setembro de 1950, inaugurando o novo veículo de comunicação no país. Hebe Camargo havia sido escalada para cantar o Hino da Televisão, especialmente composto a pedido de Assis Chateubriand pelo poeta Guilherme de Almeida, que escreveu seus versos, e musicado pelo maestro Marcelo Tupinambá. Mas Hebe na mesma data tinha outro compromisso: seu então namorado Luiz Ramos, executivo das Folhas, tinha um evento no Teatro de Cultura artística e ela teria de acompanhá-lo. Alegando problema na garganta, pediu a sua amiga Lolita Rodrigues que fosse em seu lugar, e assim coube a Lolita a primazia de aparecer no vídeo de um aparelho de televisão no Brasil cantando o Hino da TV brasileira.

Mas Hebe deixaria um registro para a história televisiva brasileira: em companhia do cantor Ivon Cury, participaria do primeiro clip, ou número musical, feito especialmente para a televisão brasileira cantando Noite de Luar, de autoria de Alberto Ribeiro e José Maria de Abreu, sob a direção de Cassiano Gabus Mendes. Essa apresentação era para o programa Rancho Alegre, um dos primeiros na TV Tupi, com o cômico Mazzaropi.



Estrela de São Paulo

Em 15 de maio de 1950, gravou seu primeiro disco na Odeon, da qual seria contratada por longos anos, com os sambas Oh! José, de Esmeraldino Sales e Ribeiro Filho, e Quem foi que disse, de G. de Aguiar e Valadares do Lago, que seria lançado no mês de agosto seguinte. Era então chamada de A Estrelinha do Samba, e posteriormente de A Estrela de São Paulo.

Com a inauguração da TV Paulista, Canal 5, em 14 de março de 1952, uma nova opção chegava para os telespectadores paulistanos e logo seria acrescida ao mesmo grupo a Radio Nacional de São Paulo, a PRG-9, ambas pertencentes às Organizações Victor Costa. A emissora de televisão no final da década de 60 seria transferida para a Rede Globo. Hebe foi convidada para ir para a nova emissora, e assim tornou-se uma das estrelas da OVC, participando dos programas Atrações G-9, e do famoso Ronda dos Bairros.

Nas comemorações do IV Centenário de São Paulo, comemorado em 25 de janeiro de 1954, Hebe gravou, em homenagem à data, um dobrado com a música de autoria de Garoto, e Chiquinho do Acordeon e letra de Avaré, intitulada São Paulo Quatrocentão, que foi o maior sucesso daquele ano, e grande campeão de venda de discos.

Em 21 de setembro de 1955, o ator e produtor Walter Foster a chamou para ser uma das apresentadoras do programa O Mundo é das Mulheres, na TV Paulista, canal 5, o primeiro programa feminino da televisão brasileira.

Outro programa de que participou, em 1956, foi Encontro Musical, levado ao ar no horário nobre das quintas feiras às 21h, com Mario Genari Filho, e Rago e seu regional. Nesse ano, seria premiada com o Troféu Roquete Pinto, como a melhor apresentadora da televisão.

No ano de 1957, Hebe tingiu os cabelos de loiro, cor que virou sua marca registrada por toda a sua vida. O sucesso da apresentadora foi tão grande que nesse ano, ela comandava cinco programas por semana na emissora. No ano seguinte novamente receberia o premio Roquete Pinto como apresentadora de televisão.

Em 1960 ela foi contratada pela TV Continental do Rio de Janeiro para apresentar Hebe Comanda o Espetáculo, cuja edição especial em 1961 foi lançada em disco. A partir de então sua carreira de cantora começou a ficar em segundo plano, passando a se dedicar mais à televisão. Apesar disso, em 1964 regravou um clássico da música popular brasileira Andorinha Preta, de Breno Ferreira, um grande sucesso.



Apresentadora

Foi casada com o empresário Décio Capuano, de 1964 a 1971, ano em que o casal se separou. Dessa união nasceu em 1965, seu único filho, Marcelo. Em 1973, conheceu Lélio Ravagnani, com quem viveu até 2000, quando ele faleceu. Após o nascimento de seu filho, ela retomou a carreira, com um programa na Rádio Excelsior.

Em 1966, quando Bibi Ferreira foi contratada pela TV Excelsior, a Record convidou Hebe para substituí-la no Bibi Sempre Aos Domingos. Em 10 de abril daquele ano, foi ao ar pela primeira vez o programa Hebe aos Domingos, pelo canal 7 de São Paulo, recebendo como convidado o cantor Roberto Carlos. Esse programa foi recorde de audiência, chegando a obter 70% dos telespectadores.

Em pouco tempo, o Hebe aos Domingos virou apenas Hebe. O programa a consagrou como entrevistadora e ela se tornou líder absoluta de audiência, acompanhada do músico Caçulinha e seu Regional. A atração tinha musicais, entrevistas e desfiles de moda.

Quando surgiu o movimento musical chamado de Jovem Guarda, Hebe deu espaço a novos talentos, como Roberto Carlos, Martinha, Wanderléa e Ronnie Von, a quem apelidou de Príncipe. Logo depois, a apresentadora Cidinha Campos veio ajudá-la nas entrevistas. Ainda em 1966, Hebe também arranjava tempo para o seu programa diário na Rádio Jovem Pan, que ia ao ar às 15h e, anos depois ela voltaria a ter uma participação na programação dessa emissora.

Apesar de estar afastada do meio musical, ela se aventurou a participar do Festival de MPB promovido pela Record em outubro de 1967, com a música Volta Amanhã, mas quando foi cantar a música no teatro da emissora, a multidão composta de quase a totalidade de jovens, não a deixou terminar sua apresentação em virtude de uma sonora vaia. Mesma sorte teve Erasmo Carlos que também foi vaiado. Nesse festival sairia vitoriosa a música Ponteio de Edu Lobo e Capinam, interpretada por Marília Medalha e Edu Lobo. Nesse ano, mais uma vez seria premiada como a melhor apresentadora da televisão brasileira, recebendo o troféu Imprensa. Teve também uma participação como Magali do Porto, na novela As Pupilas do Senhor Reitor, da Record, levada ao ar entre 1970 e 1971.

Depois de um período longe do vídeo, em 1973, Hebe voltou com o Elas por Elas, ao lado de Elizeth Cardoso. Um ano mais tarde, uma proposta milionária da TV Tupi a tirou da Record. O programa Hebe ficou na emissora até 1975. Tempos depois, voltou ao ar na Bandeirantes, mas depois de quatro anos de sucesso, a direção da emissora resolveu, inexplicavelmente, acabar com a atração. A mudança para o SBT, onde a apresentadora ficou durante 25 anos, aconteceu em 1986. Nessa emissora apresentou três programas: Hebe, que ficou no ar até 2010, Hebe por Elas e Fora do Ar, além de participar do Teleton e quadros humorísticos ao lado de Nair Belo e Ronald Golias, seus grandes amigos.

Entre os vários prêmios que a apresentadora recebeu ao longo da carreira, o que mais a deixou emocionada foi ter sido escolhida pelos paulistanos, numa pesquisa realizada em 1990, A cara de São Paulo.



Cidadã Paulistana

No feriado de 15 de novembro de 1993, Hebe passou um grande susto, quando sua casa no bairro do Morumbi foi invadida por ladrões. No ano seguinte em seu programa de televisão causou grande polêmica ao pedir o fechamento do Congresso Nacional, sob o argumento de que era composto de ladrões, vagabundos e irresponsáveis. Por sua colocação, considerada ofensiva, foi ameaçada de processo.

Em 1994, Hebe recebeu da Câmara Municipal de São Paulo o título de Cidadã Paulistana, e no ano seguinte, a gravadora EMI lançou um CD com os seus grandes sucessos. A carreira de cantora foi retomada em 1999, quando Hebe gravou o CD Pra Você, pela Universal-Polygram, com produção de Zé Milton. O show de lançamento, realizado no Palace, alcançou enorme repercussão e originou uma turnê pelas principais capitais do país. Nesse ano Paulo Maluf lançou a candidatura de Hebe Camargo para a prefeitura de São Paulo pelo seu partido, o então PPB, mas ela, em entrevista negou essa possibilidade, apesar de ser filiada a essa agremiação política.

Em agosto de 2001, Hebe lançou Como é grande o meu amor por você - Hebe e convidados. O CD tem participações especiais de Chico Buarque, Caetano Veloso, Zezé di Camargo e Luciano, Simone, Nana Caymmi, Zeca Pagodinho, Ivete Sangalo e Fábio Júnior.

Hebe e sua grande amiga Nair Bello, em 2002, participaram de um filme institucional do Ministério da Saúde sobre a vacinação contra a gripe para os idosos. No início desse ano, ao ser veiculado pelo Jornal da Tarde a notícia de um cãozinho resgatado de um córrego durante uma forte chuva e levado para o Centro de Controle de Zoonoses da Prefeitura Municipal de São Paulo, fez com que, sensibilizada com a história, Hebe o adotasse.

Ela ainda regressaria ao rádio, apresentando o programa Hebe & Você, pela Nativa FM, que ia ao ar de segunda à sexta, das 11h às 12h, na qual recebia convidados especiais, e respondia perguntas dos ouvintes. Falava sobre sua vida, emitia opinião sobre fatos relevantes que marcavam a semana e dava dicas de beleza e saúde, entre outros temas.

Em 22 de abril de 2006, comemorou o 1000º programa pelo SBT. No dia 13 de dezembro de 2010, após apresentar sua atração, anunciou que estava saindo da emissora depois de quase 25 anos. Sua última aparição na emissora foi ao ar no dia 27 daquele mês. Participou também do programa Domingão do Faustão, da Rede Globo, que foi ao ar em 26 de dezembro, quando foi homenageada, e recebeu o troféu Mário Lago, entregue pelo ator Antonio Fagundes.

No seu programa de televisão recebeu também atrações internacionais como Júlio Iglesias, seu filho Enrique Iglesias, Laura Pausini, Thalia, Gloria Stefan, Shakira, Sarah Brightman, e até o grupo Jackson Five. Ficou famosa a entrevista que fez com o astronauta Neil Armstrong, o primeiro homem a pisar na Lua, em seu programa na Record em 1969. Ela ingenuamente perguntou a Armstrong se a Lua tinha luar, mas ele não entendeu a indagação.

Ao completar seus 80 anos em março de 2009, foi homenageada no Disney World, na Flórida, tendo participado no primeiro carro do famoso desfile com uma bandeira brasileira, sendo ovacionada pelos milhares de turistas que acompanhavam o evento.

No ano seguinte, em 15 de março de 2011 ela estreou seu programa na Rede TV. Mas, diante do descontentamento com a emissora, que atrasava o pagamento dos salários, resolveu requerer a rescisão do seu contrato, em 15 de setembro de 2012, deixando a emissora dois dias depois. Seu último programa foi ao ar em 25 de setembro de 2012, e logo após, o SBT anunciou a volta da apresentadora à emissora de Silvio Santos, o que viria a ser sua última alegria.



Luta

No ano de 2010, Hebe foi diagnosticada com um câncer no peritônio, membrana que envolve o aparelho digestivo, sendo obrigada a fazer sessões de quimioterapia e uma cirurgia para a retirada de um tumor. Em março, ela havia sido internada para uma cirurgia de emergência para extrair um tumor na alça do intestino. Em junho de 2012, ela fez uma cirurgia para retirada da vesícula. Um mês antes, Hebe havia passado quatro dias internada para exames médicos. No dia 15 de agosto de 2012, ela deu entrada no Hospital Albert Einstein, em São Paulo, para dar continuidade ao tratamento.

No dia 29 de setembro, aos 83 anos de idade, Hebe Camargo morreu. Ela dormia no momento em que sofreu uma parada cardiorrespiratória em sua casa no bairro do Morumbi, em São Paulo. Por deferência do governador Geraldo Alckmin, seu velório foi realizado no Palácio dos Bandeirantes, sede do governo do Estado de São Paulo, onde mais de oito mil pessoas foram prestar suas últimas homenagens. Amigos como Roberto Carlos e seu filho Dudu Braga, Roberta Miranda, Fabio Júnior, Ronnie Von, Agnaldo Royal, Astrid Fontenele, Ana Hickmann, Sylvia Popovic, Silvio Santos e família, Jair Rodrigues, Tom Cavalcante, Liminha, Leão Lobo, Eliana e o seu marido João Marcelo Bôscoli, Bruna Lombardi, Carlos Alberto Riccelli, Luciana Gimenez, Carlos Alberto de Nóbrega, senador Eduardo Suplicy, ministra da Cultura Marta Suplicy, Tiago Abravanel, André Vasco, João Carlos Martins, Emerson Fittipaldi, Rodrigo Faro, Serginho Groisman, Claudia Leite, Celso Portiolli, Sabrina Sato, Ratinho, Palmirinha, Marrone, Rolando Boldrin, Wanderléa, Otávio Mesquita, Daniela Zurita, Luisa Mell, Nilton Travesso, Lilian Gonçalves, Chiquinho Scarpa, Ticiane Pinheiro, e sua grande amiga Lolita Rodrigues, foram levar o seu último adeus.

A missa de corpo presente foi celebrada pelo padre Marcelo Rossi e contou com a presença do governador Alckmin, de sua esposa Lu, e do presidente da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, deputado Barros Munhoz.

O corpo de Hebe Camargo foi transportado em uma viatura do Corpo de Bombeiros, com o seu ataúde coberto com a bandeira brasileira, e sepultado na manhã do último domingo, dia 30 de setembro, no cemitério Gethsêmani, no Morumbi, no jazigo da família, onde estão sepultados seus pais, irmãos e um cunhado, ao som do toque de silêncio de um corneteiro da Polícia Militar de São Paulo, sob os aplausos de milhares de pessoas e uma chuva de pétalas.



Notas

Quando do falecimento de Hebe Camargo, no sábado, dia 29, foram emitidas duas notas lamentando o ocorrido:

"Recebi hoje, com tristeza, a notícia do falecimento de uma das mais importantes personalidades da televisão brasileira, a minha querida amiga Hebe Camargo. Hebe iniciou sua carreira como cantora, atuou como atriz e foi pioneira nos programas de entrevistas. Com sua simpatia e espontaneidade, recebeu, ao longo de seis décadas, as mais diversas personalidades em seus programas de televisão, mantendo sempre uma grande sintonia com o público. Milhares de fãs em todo o Brasil perdem hoje a alegria de Hebe, uma grande artista. Neste momento de dor e tristeza, quero me solidarizar com sua família, seus amigos e todos os telespectadores brasileiros."

DILMA ROUSSEFF, presidenta da República.

"O Brasil perde sua dama da compaixão, da espontaneidade, do humor, da informação e da simplicidade. Eu e a Lú perdemos, além disso, uma amiga muito próxima e querida. Hebe foi uma valente. Enfrentou as adversidades da vida com coragem e graça. Mostrou, ao longo dos anos, e à sua maneira, por que veio ao mundo no mesmo dia em que se comemora o Dia Internacional da Mulher. Hebe participou não apenas do nascimento da TV brasileira, mas também dos esforços para construir uma rede benemérita, uma onda de solidariedade no país. Foi madrinha da Campanha do Agasalho, estrelou no programa de combate ao consumo de álcool por crianças e adolescentes e emprestou sua voz à luta contra o câncer de mama."

GERALDO ALCKMIN, governador do Estado de São Paulo.



*Antônio Sérgio Ribeiro, advogado e pesquisador. Diretor do Departamento de Documentação e Informação da Assembleia Legislativa.

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