Alice Paula Souza: hiperrealismo com tonalidades quentes através de uma execução larga e sintética Uma obra é legível ao observador comum, só quando ele repropõe nas formas e com os instrumentos que o artista escolhe, a realidade como é sentida pelo autor. O caráter forte, afirmativo conciso e às vezes declamado nas telas de Alice Paula Souza possui aqui as próprias raízes. Suas imagens por tal motivo revelam, geralmente uma fisionomia larga, que tendem à hipérbole, a enunciação plástica marcada e contrastada. A artista necessita sublinhar e dar à sua expressão uma forma categórica que evidencie o essencial. Sua paleta, muitas vezes registrada sobre tonalidades quentes tem uma origem fantástica através da execução larga e sintética. A arte é percepção, é fazer com que outras pessoas vejam aquilo que o artista sentiu e o que testemunhou. É ser o pintor por um momento através de uma tela e perceber sensações inesperadas até aquele momento. O pintor realista transmite o momento, e talvez possa dar uma retocada em algo que já interfira no seu resultado, afinal o imperfeito é belo pois nos permite entrar em divagações. Na obra "O girassol", doada ao Museu de Arte do Parlamento de São Paulo sua invenção plástica e sua volumetria animam a pintura e lhe conferem uma resolvida expressividade. A Artista Nascida em São Paulo há 61 anos formou-se em medicina pediátrica, mas desde a infância gosta de desenhar e na adolescência descobriu o guache nas aulas de desenho durante o ginásio. A partir de 2004 teve seu primeiro contato com o óleo misturando cores e modificando-as camada por camada. Desde então, nas horas de folga realiza suas experiências artísticas alternando-as com seu trabalho como médica nos pronto socorros. Ultimamente tem se dedicado a pintar flores, frutas e legumes projetando sua criação através do hiperealismo. Atualmente está coordenando uma exposição de artistas médicos em comemoração aos setenta anos da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo.