Museu de Arte do Parlamento de São Paulo

Milan Horvat: rompe com o traço arquitetônico e recria suas obras com tendência cubista
03/10/2012 09:13 | Emanuel von Lauenstein Massarani

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Decomposição<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-10-2012/fg118330.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Milan Horvat<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-10-2012/fg118331.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

Personalidade, originalidade e espírito de invenção, constituem a marca da genialidade pictórica de Milan Horvat, onde podemos apreciar uma notável fantasia e uma desenvolvida imaginação construtiva.

Facilidade de expressão e inspiração pouco comuns são uma constante desse pintor originário da Sérbia. De formação acadêmica não abandonou o figurativismo, embora tenha se libertado de sua submissão. Seu figurativismo se alimenta das experiências dos cubistas e sua imagem adquire uma força arquitetônica própria ao absorver os valores do cubismo.

Deve-se ressaltar que essa tendência cubista é individualizada por uma angústia que encontramos na maioria de suas telas. Nada de hermetismo, mas uma síntese que se exerce sobre a plástica e a gama cromática capazes de evocar, em alguns casos, a arte do vitral ou dos antigos afrescos.

Manifestadamente estamos na presença de obras inspiradas por uma forma de misticismo moderno, tendo em vista a acentuação voluntária do traço, os tons profundos, as harmonias surdas e contidas, de onde nasce um ascetismo que as isola das correntes exteriores.

Tanto o desenho quanto o cromatismo de suas obras possuem características interessantes e audaciosas. Tudo é construído solidamente, paisagens, figuras ou cidades. A cor e o sentido de espaço reavivam seus quadros, onde com rara habilidade o pintor reproduz a luz, presença dominante em todas as suas obras.

D. H. Kahnweiler, o grande iniciador da arte cubista, dizia: "O cubismo foi inicialmente uma escola de disciplina e acabou se transformando numa escola de liberdade".

Milan Horvat sempre defendeu essa liberdade, como podemos observar na obra "Decomposição" que integra o Museu de Arte do Parlamento de São Paulo, onde o artista "destrói" o tema e o recompõe de outra maneira. Em síntese, rompe com o traço arquitetônico e recria artisticamente a temática escolhida.



O Artista



Milan Horvat nasceu em Novi Sad, Sérbia, no ano de 1946. Estudou na Academia Superior de Artes Plásticas de sua cidade natal e formou-se pela Universidade de Belgrado. Ainda estudante, ganhou o 1º Prêmio do concurso para decorar a Faculdade de Medicina de sua cidade.

Desde 1973 mudou-se para o Brasil estabelecendo residência em Bragança Paulista, onde mantém um atelier e cursos de pintura e história da arte. Além da pintura, dedica-se à escultura e relevos em cobre e concreto.

Realizou exposições individuais em Don Jpa, em Vincovel, em Maidampek, e no Atelier 212, em Belgrado. Em São Paulo, expôs na Dan Galeria, na Galeria Jocal, em Santo Amaro, na Galeria da Hebraica e no Espaço Cultural V Centenário no Palácio 9 de Julho.

Participou de exposições coletivas, nas capitais da Hungria, França e Itália e no Brasil na Galeria Prestes Maia; Centro de Convivência Cultural de Campinas; Galeria Amor à Arte; Chroma Galeria de Arte, em São Paulo; e Hotel Savoy em Campos do Jordão.

Foi premiado para realizar o busto do Marechal Tito, presidente da Iugoslávia e suas obras encontram-se em coleções particulares e oficiais na Europa, Brasil e no Museu de Arte do Parlamento de São Paulo.

alesp