Não apenas o Brasil, mas o mundo todo tem envelhecido todos os anos. O que parece óbvio tem preocupado especialistas dos quatro cantos do mundo. Isso porque a maioria dos países ainda não havia se preparado para este contingente. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a parcela de idosos (65 anos ou mais) passou de 2,7% (1960) para 7,4% (2010). Segundo o Censo 2010, hoje o Brasil possui 20.590.000 brasileiros acima de 60 anos.

O envelhecimento da população é uma feliz constatação e deve-se ao aumento da expectativa de vida, e isso ocorre devido a avanços e melhorias na área da saúde, além da redução na taxa de natalidade e mortalidade. Os dados do IBGE mostraram que o número médio de filhos por mulher caiu de 6,3, em 1960, para 1,9, em 2010. Atualmente, a expectativa de vida do brasileiro alcança 73,4 anos. Estima-se que em 2020, a população com mais de 60 anos no País ultrapasse a quantia de 30 milhões de pessoas. Ao que tudo indica, nas próximas décadas, três quartos da população idosa do mundo estará nos países em desenvolvimento.

Esse processo natural que muitos outros países já passaram anos atrás necessita de políticas voltadas a esta faixa etária. Esse é um novo desafio para nosso país, que mesmo em crescente desenvolvimento, ainda não está preparado para estes números. Uma população mais idosa representa mais gastos na área da saúde e com a Previdência Social, por isso é importante que nos próximos anos nos preparemos para essa nova realidade.

É fundamental que o país possua políticas públicas que reduzam o impacto deste cenário sobre o indivíduo e a sociedade, pois mesmo sendo um fato positivo o aumento da expectativa, não basta apenas envelhecer, é preciso que o Brasil dê um passo adiante e dê qualidade de vida aos anos adicionais de seus idosos. Todos têm direito de envelhecer com boa saúde e isso pode ser conseguido de maneira simples e relativamente barata: prevenção. Em meus dois mandatos parlamentares venho defendendo que a prevenção é a melhor forma de combater todo o tipo de doença, e que ao fazê-lo economizamos com tratamentos caríssimos.

Em 2010, apresentei um Projeto de Lei direcionado especificamente aos idosos, o PL 161 estabelece prioridade na tramitação dos processos administrativos da administração pública direta e indireta àqueles em que figure como parte ou interveniente pessoa com idade igual ou superior a 60 anos. Meu objetivo com a propositura é diminuir a demora no atendimento de idosos em processos administrativos. Essa é uma forma de melhorar a qualidade de vida nesta faixa etária, dando a eles preferência, como já ocorre em outras situações.

Em 2050 os idosos serão 29% da população, e essa mudança na demografia causará impactos em toda a sociedade. O mesmo país que vem preparando-se para ser a sede de inúmeros eventos internacionais precisa, urgentemente, criar medidas de auxílio aos que já ultrapassaram os 60 anos. Além disso, é preciso preparar o sistema previdenciário para este novo contingente.

Segundo especialistas muitos países terão que tomar providências drásticas, no futuro, para suportar esse crescimento de maneira a não permitir que suas economias quebrem. Uma das alternativas, que a meu ver não seria nada positiva, é aumentar o tempo de trabalho e a contribuição ao sistema previdenciário. Creio que a melhor solução ainda é preparar a nossa economia para os próximos anos.



*Gilmaci Santos é deputado estadual pelo PRB e líder da bancada na Assembleia.