Museu de Arte: Maria Bonomi


04/10/2012 14:58 | Emanuel Von Lauenstein Massarani

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"Noturno" <a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-10-2012/fg118395.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Xilogravura<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-10-2012/fg118397.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Xilogravura 2<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-10-2012/fg118396.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Maria Bonomi<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-10-2012/fg118398.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

Maria Bonomi: Mais arte em manifestação de vida que vida em manifestação de arte



Um constante empenho, coerente com o rigor do "metier" e a profundidade da aspiração revelam o profundo desejo da polivalente artista Maria Bonomi de alcançar um mais analítico conhecimento de si e de seus próprios meios, freando com sabedoria a fantasia e o conhecimento.

Aproximar-se da obra de uma artista desse nível é quase sempre uma aventura, pois se cumpre a tentativa de entrar num mundo construído por suas regras e normas. O encontro com sua obra nos coloca frente a uma encruzilhada de diversas tendências, forças e expressões. A exemplo da música de Bach, sua obra é rigorosamente calculada e matemática.

O conjunto das suas criações possui uma ininterrupta continuidade que revela um desenho único e compacto, desenvolvido em cada um de seus ritmos de modo absolutamente puro onde a personalidade, o tempo e o espaço se sucedem e se mesclam.

O seu traço é evocativo, ela grava como se tivesse um bisturi entre os dedos, sem complacências nem abandono. Assistimos, sobre o fio da inteligência, a uma vivisseção, a uma decantação da realidade e a uma análise que se transforma de imediato, síntese palpitante de uma nova fábula.

Existem em sua obra um sentido e um perfil marcantes, além de uma tendência para não subavaliar a necessidade de renovação, que unidos à segurança plástica se traduz em composições de rara força expressiva.

Além de válidos fatores formais e poéticos, frente às suas gravuras gravuras, xilos ou litos, esculturas, relevos ou murais de concreto, prevalece o sentimento de admiração pela artista que alcançou, desde cedo, bem definida e madura personalidade artística.

As obras "Echoes" (xilogravura), "O Louco" (gravura), "Plush", "Jocarta" e "Noturno" (litogravuras) e "Náiade" (escultura) doadas ao Museu de Arte do Parlamento de São Paulo, constituem uma busca permanente de significação, verdadeira estrada do ser humano.

Grande dama das artes e da cultura, Maria Bonomi trabalha com fervor e constância e, temendo os vazios dos tempos inativos, transforma mais arte em manifestação de vida que a vida em manifestação de arte.



A Artista



Maria Bonomi nasceu em Meina, Itália, no ano de 1935, de mãe brasileira e pai italiano, é brasileira por opção. Por sugestão de Lasar Segall, iniciou-se na pintura com Yolanda Mohalyi (1950) e Karl Plattner (1953), em gravura com Lívio Abramo (1954).

Em fins de 1956, bolsista da Ingram Merrill Foudation, trabalhou no Pratt Institute, Nova York, Estado Unidos, com Seong Moy; em 1957 e 1958 na Columbia University, Nova Iorque, com Hans Muller e Meyer Schapiro; em 1958, faz o "Museum Training I", Nova York University. No Brasil, em 1960, integra a Oficina de Gravura em Metal no Museu de Arte Moderno do Rio de Janeiro com Johnny Friedlaender e funda o Estúdio Gravura, São Paulo, com Lívio Abramo, onde atuou como assistente até 1964.

Participou de inúmeras exposições particulares e coletivas, no Brasil e no exterior, destacando-se entre elas: Museu de Arte de São Paulo (1952); Bienal Internacional de São Paulo (1955, 1959, 1961, 1963, 1965, 1967 e 1989); "Gravuras e Monografias", Museu de Arte Moderna, SP (1956); Galeria Roland de Aenlle, Nova York, EUA (1958); União Pan-Americana; Instituto Smithsonian, Washington, EUA (1959 e 1960); Bienal Internacional de Gravura, Ljubljana, Iugoslávia (1961, 1963, 1967, 1971, 1973, 1983, 1985, 1989 e 1995); Bienal de Tóquio, Japão (1962, 1972, 1974 e 1988); Bienal Internacional de Arte de Veneza, Itália (1964 e 1972); Museu de Arte Moderna, Cidade de México (1965); Xylon IV Internacional, Genebra, Suíça (1965, 1966, 1969 e 1970); V Bienal de Paris, França (1967); II Bienal Internacional de Gravura, Cracóvia, Polônia (1968); "A Gravura do Mundo" Nuremberg, Alemanha; "Xilografias", Museu de Arte Moderna, Rio de Janeiro (1971); Trienal da Gravura de Friedrkstaad, Noruega (1972, 1986 e 1989); "Módulos Solombras/M.S.2.", Cosme Velho Art Gallery, SP (1972); "Xilografias (Transamazônica - China)", São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília (1975); II Bienal de Havana, Cuba (1986); "Voyage au Monde du Papier atravers des Biennales Brésiliennes", Grand Palais, Paris, França (1990); "Mostra da Gravura Cidade de Curitiba", Paraná (1990, 1992, 1995 e 1997); "Cidadania - 200 anos da Declaração dos Direitos do Homem", São Paulo (1991 e 1992); Centro Cultural Banco do Brasil (1992); III Studio Internacional de Tecnologias da Imagem, UNESP, São Paulo (1993 e 1996); "Ultramodern - Arte do Brasil Contemporâneo", Museu Nacional de Mulheres Artistas, Washington, EUA (1993); Espaço Cultural João Pessoa, Paraíba; Museu de Arte de São Paulo (1993 e 1994); I Bienal da Gravura de São José dos Campos; Fundação Calouste Gulbenkian, Portugal (1994); "The Hanga-Kanegawa Festival Internacional de Gravura", Yokohama, Japão (1995); IV Bienal de Arte Gráfica, Belgrado, Iugoslávia (1996); "XII Mostra Internacional de Arte Gráfica", Kagawa, Japão; "XVII Internacional Mini Print", Cadaqués, Espanha (1997); Gravuras Contemporâneas Brasileiras, Universidade de Dallas, EUA; III Bienal Barro de América, Maracaibo, Venezuela; Panorama da Arte Brasileira, Cacco Zanchi Kunstgalerij, Aalst, Bélgica e Berlim, Alemanha; Memorial da América Latina, SP; "XI Bienal Ibero-Americana de Arte-Litografia del Fin de Siglo a 200 años de su Invención", Museu do Palácio de Belas Artes, México (1999).

A artista que recebeu os maiores prêmios nacionais e estrangeiros tem suas obras nas grandes coleções particulares e oficiais da Europa, Estados Unidos, Japão e Brasil e nos Acervos Artísticos do Palácio dos Bandeirantes e no Museu de Arte do Parlamento de São Paulo.

alesp