Vinicius Pellegrino: um convite para viajar pelo mundo através de seus desenhos Já no século XIV, Giorgio Vasari dizia que o desenho era pai de três artes: arquitetura, escultura e pintura e que ele, emanando do intelecto, conseguia desprender da pluralidade das coisas um julgamento universal. Sendo semelhante a uma forma ou a uma ideia sobre todas as coisas da natureza, é fortemente regular em suas dimensões. Não há dúvida que o desenho não é outra coisa que a expressão visível e a manifestação de um conceito já contido em nossos espíritos e daqueles que outros imaginaram no seu íntimo e na elaboração de suas idéias. Portanto, o desenho pode ter um fim em si próprio ou ser a preparação para uma obra de arte pictórica ou plástica. A base do desenho é a linha à qual não existe "in-natura" em sentido algum. Com efeito, o olho percebe manchas de diversas cores e de diversas intensidades luminosas cujos limites são expressos no desenho mediante traços lineares com uma abstração que pertence aos reflexos mais espontâneos, mas não por isso, menos misteriosos à inteligência humana. A exemplo de cada expressão artística, a expressão gráfica se vale de um ponto de partida prático, utilitário, mas se torna a seguir um ato totalmente ideal e desinteressado quando consegue exprimir mediante a forma " numa relativa proporção de coerência e de intensidade da personalidade do artista - um conteúdo válido e vital pelo próprio tempo ou até mesmo de valor universal. Vale lembrar que Michelangelo foi o desenhista mais vigoroso enquanto Rafael, o mais natural. Vinicius Pellegrino é um jovem estudante de arquitetura que desde a mais tenra idade manifestou interesse pelo desenho, nada, pois, mais agradável que descobrir e acompanhar o desenvolvimento de suas criações desde os primórdios até nossos dias. Ao examinar seus desenhos, verificamos a necessidade de expressão desse artista em suas primeiras obras, cujas proporções corretas denotam ardor sem hesitações. Cada um de seus traços revela o elo entre o estilo do artista e seu interior com sua fértil imaginação. Em síntese pode-se descobrir através de seus desenhos, tudo o que o artista representará a seguir. Não há dúvida que, com o objetivo de atingir resultados bem precisos, os traços revelam o caminho trilhado pelo autor desde a fase da pesquisa até as consequentes tentativas. A projeção e a perspectiva foram fundamentais para o artista concretizar a forma através de seus meios gráficos. A projeção consiste em determinar sobre uma superfície plana os traços das perpendiculares que descem de cada um dos pontos do objeto de representação, obtendo-se, por consequência, a exata e mensurável perspectiva tanto geométrica quanto intuitiva. Ela exprime os objetos como os vemos, ou como podemos vê-los, com as aparentes alterações submetidas tanto pela ubiquação quanto pela distância da projeção. A forma se desenvolve sobre um único plano, enquanto que na perspectiva sugere-se um espaço, determinado ou infinito, dentro do qual se desenvolvem e se movem as formas representadas. Ao desenhar antigos templos gregos, edifícios romanos, catedrais européias, construções barrocas brasileiras e históricas embarcações e veleiros, Vinicius Pellegrino dirige sua atenção tanto ao elemento técnico e funcional quanto às necessárias considerações estéticas e emocionais. Inspirando-se, sobretudo, na arquitetura do passado, executou inúmeros desenhos de gêneros e estilos diferenciados sempre para satisfazer sua fantasia criativa. Desenhando com vivacidade e diligência consegue provocar, no observador, admiração pelas suas criações e pelo estilo na qual são executadas. Analisando o conjunto dos seus desenhos, podemos prever que Vinicius Pellegrino envolvido com o novo realismo, conhecido na França por "Nouvelle figuration", se encaminhe, como consequência lógica, para a pintura seguindo o percurso dos grandes mestres do passado. É de se auspiciar, pois, que o jovem artista se torne um excelente exemplo para as atuais gerações que buscam o grande retorno na arte. O Artista Vinicius Pellegrino nasceu em São Paulo em 7 de fevereiro de 1993 e desde a mais tenra idade demonstrou interesse e inclinação pelas artes. Dos três aos seis anos estudou no Colégio Madre Cabrini em São Paulo e, influenciado por sua mãe, começou a pintar usando tinta acrílica. Transferindo-se com a família para Jundiaí estudou no Colégio São Vicente de Paula e seguiu cursos de desenho no Espaço Arroyo onde teve oportunidade de estudar fundamentos de perspectivas com o próprio professor Osmar Arroyo. Aos 18 anos entrou para o curso de arquitetura e urbanismo da Pontifícia Universidade Católica de Campinas. Apaixonado pelo período das grandes navegações e pela história da antiguidade, tem se dedicado às pesquisas com a finalidade de retratar, através do desenho, fatos marcantes dessas épocas. A convite da Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo, em outubro de 2012, realiza sua primeira exposição no Espaço Cândido Portinari que integra o Museu de Arte do Parlamento de São Paulo. Em inicio de dezembro deverá expor suas obras no Espaço Cultural CRC. Paralelamente, está programando viagens de caráter cultural ao exterior a fim de conhecer museus e galerias de arte para se aprofundar no estudo de grandes mestres do desenho e da pintura européia.