Teve início nesta quinta-feira, 18/10, o 1º Fórum Paulista de Terapia Ocupacional, no auditório Franco Montoro, promovido pelo Conselho Regional de Fisioterapia e Terapia Ocupacional da 3ª Região " Crefito 3. Nos dois dias do evento, os especialistas irão discutir a formação, a ética profissional, o mercado de trabalho e as políticas públicas para o setor.

Com 13 mil profissionais habilitados para atuar em todo o Brasil, o conselho constata que há falta de terapeutas no país e que eles estão distribuídos de forma desigual pelo território nacional, com concentração nos grandes centros e defasagem em áreas mais remotas.

A secretária dos Direitos da Pessoa com Deficiência, Linamara Rizzo Battistella, afirmou que o terapeuta ocupacional ocupa lugar de destaque na rede pública, e hoje é presença indispensável nas equipes multidisciplinares.

Para João Paulo Rillo (PT), há muito ainda a ser feito para valorização do profissional. Ele se colocou à disposição da categoria para formular ou aprovar leis que possam colocar o profissional "no lugar que merece". Rillo destacou que o terapeuta tem um importante papel social, que além de ser técnico, é de acolhimento. "As pessoas, quando procuram um serviço de saúde ou qualquer outro serviço público, querem ser acolhidas e o terapeuta ocupacional está vocacionado para isso e merece todo o reconhecimento do Estado e da sociedade", afirmou.

Participante da mesa de abertura dos trabalhos, o presidente do conselho regional, Reginaldo Antolin Bonatti, afirmou que a terapia ocupacional tem de ser reconhecida como uma profissão de Estado, como o são os professores e os advogados, pois o terapeuta tem um papel fundamental na garantia dos direitos humanos, uma vez que trabalha na inserção das pessoas na sociedade, independente sua condição: abrigadas nos hospitais, presídios, centros de saúde mental, populações marginalizadas, dependentes químicos etc.



Especialidades



A ampliação das especialidades é uma das ações que o conselho busca, uma vez que os avanços tecnológicos exigem do profissional uma dedicação específica em algumas áreas, afirmou Leonardo José Costa de Lima, terapeuta ocupacional e conselheiro do Crefito 3.

Segundo Lima, além da ampliação das especialidades, são necessários mais cursos de formação oferecidos pelas universidades públicas. O conselheiro também pede que a atividade profissional seja incluída nas exigências da legislação voltada à saúde e educação. "Embora a profissão tenha surgido na área da saúde mental, a atuação profissional se estendeu. Hoje há profissionais inseridos nas escolas, nos movimentos populares, na atenção ao idoso, nos presídios etc. E um dos pleitos, dentro desta ampliação de atuação, é que o profissional faça parte do quadro técnico das varas de infância e juventude", afirmou.

O Fórum termina nesta sexta-feira, 19/10, com a elaboração de um documento que deverá servir de base para a atuação dos órgãos de representação da categoria junto às esferas governamentais e à iniciativa privada. (PM)