Kyoko Fukagawa: misteriosa poesia da natureza revela dimensão visual à sua reflexão interior Naturalista por vocação Kyoko Fukagawa é uma poetisa que impregna o pincel da magia que a natureza abre frente aos olhos com suas atmosferas e suas harmonias. A pintura é para a artista um ato de fé, mas também de humilde respeito e de ansiosa esperança. Ela sabe captar a misteriosa poesia da natureza e tornando-a visível em suas obras, de onde emana uma inocente candura quase desconhecida nesta época de rumores e de lutas. Sua arte é mais do que atual, porque responde a uma necessidade latente que nos faz lamentar algo perdido. Observando-a, sente-se uma nostalgia da natureza e se entrevê uma realidade muito além das coisas: percebe-se a nossa origem divina. Impregnada de terra, sua pintura descobre na palheta os acordos sugeridos por uma natureza sem limites, que sobre a tela se acentua com o severo sentido dos valores de tempo e de espaço que no silêncio das vastas solidões campestres parecem encontrar a justa medida. Através de pinceladas fluidas e de um delicado e harmonioso cromatismo, sua pintura parece dar uma dimensão visual a sua reflexão interior. A escolha da cor e a transposição das imagens estão em relação direta com sua espiritualidade e com a congenialidade de sua pesquisa itinerante. Seus quadros nascem de um acordo implícito entre poesia e pintura. O tríptico "A Relva e o Horizonte Róseo" e o quadro "The Fishing Club" (Vargem Grande Paulista), obras doadas ao acervo do Museu de Arte do Parlamento de São Paulo, revelam uma realidade que pode ser contemplada diariamente, com sensibilidade e em situações de íntimas vibrações naturalísticas. A artista Kyoko Fukagawa nasceu em Toyama, Japão, em 1948. Está no Brasil desde 1960, tendo fixado residência em São Paulo, onde freqüentou um curso básico de fotografia e se formou em artes plásticas na Escola Panamericana de Arte (1986). Estudou pintura com os artistas Luigi Neviani (1985 a 1989) e Satiko Koshikoku (2000 a 2002); e desenho e pintura ao ar livre com Kenichi Kaneko (2000 a 2004) e Chen Kog Fang (2004). Participou dos seguintes salões de arte: II Salão de Pintura Figurativa no Bunkyo, onde recebeu Menção Honrosa (2002); 31º Salão Bunkyo de Arte Contemporânea, quando foi premiada com o Prêmio Acrilex (2002); e III Salão de Pintura Figurativa no Bunkyo, onde conquistou sua primeira Medalha de Ouro (2003). Esteve presente ainda em inúmeras mostras coletivas, destacando-se entre elas: "Alunos do Atelier Neviani", Círculo Militar de São Paulo (1989); Museu de Arte Nipo-Brasileira (2000 e 2001); "Aquarela e Pintura", Museu de Arte Nipo-Brasileira (2002); Empório Artístico 450 Anos (2003); "Uma Viagem de 450 Malas", Sesc Pompéia, Faculdade Santo Amaro, Memorial do Imigrante e Conjunto Nacional (2004). Possui obras em diversas coleções no Brasil e no exterior e no acervo do Museu de Arte do Parlamento de São Paulo.