Livro propõe soluções para segurança no trânsito


12/12/2012 20:22 | Da Redação Foto: Roberto Navarro

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Olimpio Gomes, Luiz Eurico Costa Ferrari, Roberto Massafera, Coca Ferraz, Marcelo Barbieri e João Alberto Nogueira<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-12-2012/fg120132.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>  Marcelo Barbieri<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-12-2012/fg120133.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Roberto Massafera e Coca Ferraz<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-12-2012/fg120134.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

Atualmente, cerca de 1,3 milhão de pessoas morrem no mundo, anualmente, em acidentes de trânsito. É como se toda a população de Campinas desaparecesse da face da Terra. Esse é um dos números impressionantes apresentados pelo engenheiro Coca Ferraz, professor da USP/São Carlos e um dos autores do livro Segurança viária, lançado nesta quarta-feira, 12/12, na Assembleia Legislativa.

O evento se concretizou a partir de um convite dos deputados Roberto Massafera (PSDB), Olimpio Gomes (PDT) e Edinho Silva (PT), e tornou-se um reforço à proposta dos parlamentares de organizar a Frente Parlamentar pela Segurança no Trânsito. "Nos preparativos para organizar a frente cruzamos com esse livro importantíssimo. O tema é um assunto de Estado, e a frente pretende chegar ao governo federal e aos municípios, visando principalmente a educação dos jovens motoristas", disse Massafera.

Para Olimpio Gomes, a organização da frente parlamentar é uma oportunidade para a Assembleia estimular a União e os municípios a trabalhar pela melhoria das condições de vida da população. Ele observou ainda que "quem atua no trânsito se relaciona, simultaneamente, com os campos da engenharia e da educação".

Essa visão foi compartilhada pelo prefeito eleito de Araraquara, Marcelo Barbieri. "Se o Brasil não compreender que trânsito é engenharia, vamos continuar assistindo a esse crescente número de mortes", observou. Barbieri criticou a legislação "tênue" que pune crimes de trânsito e considerou o livro lançado como um instrumento capaz de aumentar a consciência coletiva, trazendo mudanças legais e na atuação do Executivo e do Judiciário.

O Poder Judiciário esteve representado no evento pelo desembargador Luiz Eurico Costa Ferrari. Para ele, a frente e a publicação são bem-vindas "para que possamos atenuar a crise provocada pelas consequências do trânsito". Ferrari afirmou que na seção em que atua no Judiciário, tratando de casos civis de acidentes de trânsito, o volume de trabalho é enorme, e abrange não apenas casos fatais, mas problemas físicos, psicológicos e de segurança provocados por um tráfego que padece de falta de fluidez.

Além de Coca Ferraz, Segurança viária foi escrito pelos professores e pesquisadores Barbara Bezerra, Tiago Bastos, Karla Rodrigues e Archimedes Raia Jr. A obra contém, segundo Coca Ferraz, "um diagnóstico da situação do trânsito no Brasil, que é gravíssima, e um plano de ação que deveria estar sendo implementado". Uma das propostas defendidas é criar uma Agência Nacional de Segurança no Trânsito, que poderia, segundo Coca, aglutinar ações atualmente dispersas. "É preciso também conscientizar a sociedade, criar uma cultura de segurança no trânsito, com campanhas fortes e contundentes", ele concluiu.

Dados apresentados por Coca Ferraz, que é também membro do Núcleo de Estudos de Segurança de Trânsito da Escola de Engenharia de São Carlos/USP e vice-prefeito eleito de Araraquara, apontam que o número de mortes no trânsito cresce 3,46% ao ano no país e que o custo desses acidentes chegará, em 2012, a R$ 52 bilhões, o equivalente a 1,25% do Produto Interno Bruto brasileiro. O professor mostrou ainda gráficos relacionando mortes ao PIB de vários nações, com países mais ricos revelando índices mais satisfatórios. "Nosso desafio é descobrir como reduzir o número de mortos em países com PIB menor", ele avaliou.

alesp