Museu de Arte - Roberto Stavale: um sonho impagável de beleza formal que não é mais dos atuais tempos modernos


17/12/2012 11:26 | Emanuel von Lauenstein Massarani

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A alma de um pintor é sempre algo de ignaro ou misterioso: e não sabe o que existe no seu íntimo para vir à luz. Entretanto, a alma de Roberto Stavale se oferece tão espontaneamente que em suas obras podemos descobrir a sinceridade com a qual enfrenta seus temas, os reordena ritmando-os, acentuando as relações segundo os fins expressivos que deseja alcançar. O todo tem a ver com o chamamento ao real obtido através do sentimento do que o pintor soube observar nas coisas.

Em 1914 o pintor expressionista alemão August Macke escrevia a um amigo: "Há acordes de cores que ao serem vistos se movimentam, tremulam. Se você faz algo de espacial, então o som das cores que tremula é efeito espacial das cores.

Encontrar esta energia criadora de espaço das cores é a nossa mais bela meta". Essa postura o artista e intelectual Roberto Stavale, também, de há muito a encontrou.

Ele enfrenta sempre com fé cada uma de suas obras. Movido por um sonho impagável de beleza formal que não é mais dos atuais tempos modernos, Roberto Stavale torna-se um artista singular no meio dos que operam hoje no campo da pintura. Ele pensa com nobreza numa pintura que seja e, é por isso, também fora de nosso tempo, um canto de alegria, um hino ao florescer incessante da vida.

Quando a pintura é forte e enérgica não ocorre que seja agradável; quando as cores são acesas não ocorre que estejam necessariamente em harmonia. Sem concessões a efeitos supérfluos, suas imagens se destacam no espaço espiritual, onde afluem recordações e cenas visualizadas sob o fio de uma observação psicológica.

A visão, mesmo sintética de suas paisagens, é analisada através de uma atitude perceptiva pouco comum e pictoricamente expressa de uma espatulada nervosa, rápida e fluente que busca e obtém formas e tons com empenho de estilo. Trata-se de um exercício de inspiração pulsante, personalíssimo, que ressalta a própria paisagem, rica de mobilidade e de sentido dialéticos e ritmos efervescentes.

A obra "Praia do Sonho", doada ao Museu de Arte do Parlamento de São Paulo, é o resultado de uma experiência onde surge o ritmo das cores e das formas de seus quadros, como alegoria para o que há de rítmico na natureza.



O artista



Roberto Stavale nasceu em São Paulo, em 1941, no bairro da Bela Vista, mais conhecido por "Bixiga". Artista plástico autodidata, gráfico, escritor e poeta.

Ingressou aos 18 anos na Associação Paulista de Belas Artes, na qual ainda jovem, ocupou até o ano de 1969 os cargos eletivos de: conselheiro, diretor bibliotecário, diretor de patrimônio e roteirista de excursões artísticas. Hoje é sócio benemérito da entidade. Na literatura compõe seus sonetos, poemas, contos, crônicas e ensaios desde o tempo de ginásio. Sua formação é administrativa, foi empresário, que fez das artes o seu melhor modo de vida.

Além de pintura a óleo, acrílica, aquarela, guache e pastel, pesquisa outras texturas. Faz xilogravuras, pirogravuras e artes gráficas digitais. Tem participado sempre de exposições individuais e de inúmeros Salões de Artes, onde obteve diversos prêmios honoríficos. Expôs seus trabalhos como fundador dos Salões de Artes de Santa Bárbara d" Oeste, Americana e Itapetininga, todos nos Estado de São Paulo.

Participaram de suas excursões e andanças nos campos, praias e cidades pintando paisagens e marinhas os consagrados artistas: Innocencio Borguese, Vicente Di Grado, Mário Zanini, Sante Bullo, José Maria Da Silva Neves, Flávio de Carvalho, Salvador Rodrigues Junior, Salvador Santisteban, Cirilo Agostini, Ângelo Simeone, João Simeone, Maestro Alberto Marino, Affonso Caruano, Arlindo Ortolani, Carlos Ayres, Elvin Alves, Laszlo Zinner, Mário de Oliveira, José Lino Zechetto, Edu Das Águas, Nestor Peres e José Procópio de Moraes, entre outros.

Ainda nos anos 60 junto com outros artistas plásticos lançou a revista de artes Resenha Artística, que se manteve durante anos por puro altruísmo. Suas obras encontram-se em diversas coleções particulares e oficiais no Brasil, Itália, França e no Museu de Arte do Parlamento de São Paulo.



"Janelas das Recordações"



O livro lançado recentemente por Roberto Stavale




Autor de inúmeros livros de poesia e de prosa, o pintor Roberto Stavale lançou pela Factash Editora o seu último livro, intitulado Janelas das Recordações, em cuja capa está reproduzida Esquina de Santana de Parnaíba, uma obra do autor datada de 1968.

O livro contem introdução de Aníbal Gullo Júnior, prefácio de Emanuel von Lauenstein Massarani e orelha de Irene Gonçalves Arruda. A obra reúne 46 contos, onde o leitor terá a oportunidade de conhecer fatos que muitas vezes a nossa história não conta com detalhes ou altera os fatos reais. E muitos não os conhecem ou simplesmente esquecem.

O autor "misto de pintor, escultor, poeta e escritor" ofereceu à Biblioteca do Legislativo Paulista um exemplar do volume de suas recordações que nos transportam a tempos passados e atingem alguns pontos básicos para a compreensão da alma latina "brasiliensis".

alesp