Ribeirão Preto surgiu como povoamento Caiapó-Bandeirante e rota para Goiás

Acervo: História dos Municípios Paulistas
14/01/2013 18:06

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Prefeitura Municipal de Ribeirão Preto, década de 1920<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-01-2013/fg120711.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Centro de Ribeirão Preto na década de 1950<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-01-2013/fg120712.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Estação Ribeirão Preto da Cia Mogiana<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-01-2013/fg120713.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Hotel Brasil na década de 1930<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-01-2013/fg120714.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Vista aérea atual de Ribeirão Preto<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-01-2013/fg120715.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

b>Anhanguera 1º descobriu ouro, mas foi seu filho quem descobriu as famosas minas em 1722.



Em meados do século 18, índios Caiapós habitavam a região nordeste do Estado de São Paulo. Viviam em pequenas aldeias com o cultivo de plantações de milho e mandioca, ainda da caça e pesca, mel e frutas nativas e fabricavam a igaraçaba (urna funerária) em que enterravam seus mortos.

Esse foi o cenário encontrado pelo bandeirante Bartolomeu Bueno da Silva, apelidado pelos índios por Anhanguera. Em antigos relatos foram encontradas referências sobre bandeirantes que buscavam índios para serem comercializados como escravos, ouro e pedras preciosas. Anhanguera descobriu ouro na terra dos índios Goiases, faleceu logo em seguida, e seu filho Anhanguera 2º foi quem descobriu as famosas minas em 1722.



Caminho de Goiás



A descoberta feita por Anhanguera 2º tornou o caminho de Goiás muito conhecido e utilizado como passagem obrigatória para os entrantes, um elemento importante para a povoação e razão das primeiras ocupações. Era o caminho que ligava o Triângulo Mineiro e o Planalto Goiano. Principal acesso e englobava os município de Mogi Mirim e Casa Branca, próximo de Cajuru e Batatais.



História



O topônimo foi escolhido por ser o curso d"água que cortava as terras de ponta a ponta onde as casas se aglomeravam e as fazendas se formavam.

O processo de ocupação começou com a formação dos pousos ao longo do Caminho de Goiás. Tais pousos serviam de apoio para os tropeiros e viajantes que se dirigiam ao interior brasileiro. Ribeirão Preto não era um pouso deste caminho, porém seu surgimento pode ser entendido como um prolongamento da ocupação proporcionada por aquele traçado. Partindo dos pousos as famílias começaram a povoar o sertão desconhecido e neste sertão surgiu esta localidade.

A fazenda Palmeiras viria a se tornar o município de Ribeirão Preto, e mais fazendas se juntavam: Barra do Retiro, Ribeirão Preto ou Pontinha, Retiro, Serrinha, Serra Azul, Tamanduá, Capoeirinha, Braço Direito do Ribeirão Preto e Sertãozinho.

Essas propriedades não eram demarcadas com exatidão e isso gerava vários conflitos pela posse das terras. Em 1811, duas famílias, Reis de Araújo e Dias Camargo, se enfrentavam por esse motivo. Após grande conflito e já em 1846, através de acordo com compensação financeira, tornou-se a família Reis de Araújo proprietária definitiva dessa terra.

Segundo consta em assentamento, o primeiro doador de terras ao futuro município foi José Mateus dos Reis, proprietário da maior parte da Fazenda das Palmeiras. A doação no valor de 40 mil réis foi para a construção de uma capela em louvor a São Sebastião das Palmeiras, dando origem a um pequeno povoado que mais tarde seria o município de Ribeirão Preto.

Em 2 de novembro de 1845, no denominado bairro das Palmeiras, uma cruz foi fincada como limite de um patrimônio para a futura capela de São Sebastião. Assim as doações eram feitas e ampliavam o patrimônio da capela.



Fundação oficial



Em 1856 foi feita a legalização da doação à Igreja e 19 de junho desse mesmo ano é considerado o dia da fundação de Ribeirão Preto.

O povoado cresce em passo acelerado, e no ano de 1871 se eleva à categoria de município a então Vila de São Sebastião de Ribeirão Preto. De 1879 a 1881 muda-se o nome para Vila de Entre Rios, readquirindo após esse período a denominação anterior. Teve outras designações, tais como: Barra do Retiro, Capela de São Sebastião do Ribeirão Preto, Vila de São Sebastião do Ribeirão Preto, Vila de Entre Rios, Vila de Ribeirão Preto, e por fim, Ribeirão Preto.

Ribeirão Preto fazia parte do distrito de São Simão, assim como Dumont, Bonfim Paulista e Guatapará, entre outros vilarejos.



Fim do ciclo do ouro



As terras dessa região já estavam desgastadas para a mineração. Com a carência do ouro viria também o declínio dos pousos, mas que seriam de grande serventia mais tarde, no início do século 20 para os boiadeiros, comerciante e abastecedores. Dessa forma, surgiram fazendas de criação de gado, vindo em seguida a produção de café. A produção e a comercialização do café Bourbon, trazido pelo cientista Luis Pereira Barreto, acrescida da terra vermelha apropriada para o cultivo do café, tornam-se os principais responsáveis por transformar Ribeirão Preto no maior centro produtor de café do mundo.

Com o extraordinário desenvolvimento da cafeicultura, foi fundamental a chegada da linha férrea da Companhia Mogiana em 1883 para o seu progresso. O crescimento da população passou dos 5.552 pessoas (sendo 857 escravos) em 1874, para 10.420 (1.379 escravos) em 1886. Vale ressaltar que, com a chegada do café, vêm se juntar aos antigos moradores as famílias de imigrantes italianos, sírios, libaneses, espanhóis e japoneses. Ribeirão Preto atraiu também durante esse século pessoas de todo o Estado de São Paulo e do Brasil, principalmente mineiros, paranaenses e baianos.

Inicia então um período de riqueza e progresso, de destaque e de cultura para a cidade.

Ribeirão Preto continua crescendo até 1929, quando se dá a quebra da bolsa de Nova York, gerando um período de declínio para o município. O Theatro Pedro 2º, um dos maiores do Brasil, mesmo sendo construído em 1930, foi marcante para a representatividade da sociedade cafeeira de Ribeirão.



Acervo Histórico da Assembleia



O Acervo Histórico da Assembleia Legislativa de São Paulo possui uma quantia considerável de documentos originais desde a época do Império relacionados a Ribeirão Preto e todas as cidades do interior paulista, como também alguns fatos interessantes. Saiba por exemplo que em 1882 a Câmara Municipal de Ribeirão Preto já solicitava naquela data a diminuição do Imposto Predial. (Acesse www.al.sp.gov.br/acervohistorico e veja o documento original).



Atual Ribeirão Preto



Ribeirão Preto começou a recuperar-se da crise através da agricultura. Além do café surgiram novas culturas como a cana-de-açúcar, milho, algodão, soja, laranja, além da agroindústria. Em meados do século 19 vieram as primeiras universidades e foram acrescentados investimentos nas áreas de saúde e na área de biotecnologia e tecnologia da informação, sendo declarada em 2010 como polo tecnológico.

Lidera a produção mundial de cana-de-açúcar, açúcar e álcool e também a produção estadual de leite e derivados.

O turismo atualmente figura entre um dos principais recursos econômicos.

Possui um grande acervo, rico patrimônio monumental e cultural. A cidade possui uma quantidade de templos, teatros, museus e palácios. A natureza é privilegiada, seduzindo a todos com seus encantos, rodeada de parques, vales, montanhas, rios e reservas ambientais, frequentados e procurados pelos amantes da natureza.

É conhecida como a Capital do Chope, pela mais famosa choperia do Brasil, a choperia Pinguim. Foi a sede da Companhia Antarctica Paulista, hoje é reconhecida oficialmente como a Capital do Agronegócio.

Alguns pontos turísticos de Ribeirão Preto são a praça Alto do São Bento, catedral metropolitana de São Sebastião, complexo cultural Antonio Palocci, santuário das Sete Capelas, teatro de arena Jayme Zeiger, teatro Municipal, teatro Pedro 2º e palácio Rio Branco.



Universidades



Ribeirão possui várias universidades. A USP é representada por sete faculdades que abrangem diversas áreas de conhecimento: Escola de Enfermagem, Faculdade de Ciências Farmacêuticas, Faculdade de Direito, Economia, Administração e Contabilidade, e Filosofia, Ciências e Letras e Faculdade de Odontologia.

Ribeirão Preto conta, também, com o Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, um dos maiores e mais avançados referencial de pesquisas médicas do mundo.

Está entre as 25 melhores cidades para se viver no Brasil, segundo o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), medido pela ONU.



Eventos



Dentre os mais famosos eventos em Ribeirão Preto está o Agrishow, feira tecnológica e agropecuária considerada a maior feira do ramo da América Latina, o Tanabata, comemorado no meio do ano por conta da integração da cidade à comunidade nipônica, e a Feira de Agropecuária da Alta Mogiana (Feapam).

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