Maura Massari: criações que assumem dimensão humana e obrigam a pensar Maura Massari parece aderir ao pensamento do filósofo grego Protágoras quando afirmava que "o homem é a medida de todas as coisas". Com efeito a artista vê o mundo não para descobrir sua lei, mas sugeri-la na medida do próprio pensamento. Por isso, podemos dizer que estamos na presença de uma visão filosófica expressa em imagens plásticas onde o ser humano se projeta sobre o que vê. Eis por que as criações dessa artista assumem uma dimensão humana em níveis tanto de dor quanto de amor. Maura Massari nos obriga a pensar. Suas obras afrontam uma temática simples mas significativa, especialmente nos dias de hoje onde a natureza tem sido vilipendiada. Sua relação com a realidade natural é evidente e exclui qualquer intervenção estranha ao meio ambiente ao mesmo tempo que refuta todo e qualquer intelectualismo de plantão. Cada pintura de Maura Massari requer, para ser compreendida e apreciada, uma cuidadosa atenção. Ela não consente dúvidas, incertezas, ambiguidade frente às imagens, a visão que a gera e a alimenta. Além da realidade que representam suas obras possuem uma tensão espiritual em nossos dias extremamente rara. Na obra "Interseção na natureza", doada ao Museu de Arte do Parlamento de São Paulo, a atitude da pintora se concilia na espontaneidade dos tons tênues alternados com um cromatismo inesperadamente forte, uma sucessão de imagens leves que criam um clima e uma luminosidade onde vibram ecos de controlado sentimento. A Artista Maura Massari é italiana nascida em Asmara (Eritréia) África. Em 1951 fixou residência em São Paulo proveniente da Itália. A partir de 1954 passou a ter aulas particulares de pintura a óleo, estudou desenho e pintura na FAAP com o professor Nóbrega (1960), pintura com Teresa Viana no MUBE (1988 " 1999), seguindo-se com Paulo Whitaker (2000 " 2001) e Eduardo Werneck (2002 " 2004) ambos no MUBE e no Colégio das Artes (2005 " 2007). Frequentou ainda cursos de historia da Arte com Gilda Seraphico (1963 " 1968) e arte moderna com Rodrigo Naves (1995). Realizou exposições individuais no Centro Cultural da Marinha (2005 e 2007) e na Sciacco Studio de Arte (2010) e participou de inúmeras exposições coletivas, das quais destacam-se: II Mostra dos Ateliers, MUBE, SP (2003), "Cores da primavera", "Caminhos D"Arte", "II Salão da Águas" e "VI Snap" no Centro Cultural da Marinha, SP (2006); I Mostra Nacional de Artes Plásticas, Forte de Copacabana, Rio; "Desestruturação Formal" Centro Cultural da Marinha, SP; IX Exposição de Artes Brasil-Uruguai, Punta Del Este, Uruguai; "Estação Primavera", Casa de Portugal, SP; "Salon dês Artistes Indépendants", Grand Palais, Paris, França; "Cores do Sul", Casa da América Latina, Lisboa, Portugal; IV Exposição Nacional de Artes Plásticas, Memorial da América Latina, SP; III Salão das Águas, Centro Cultural da Marinha, SP (2007); Dia Internacional da Mulher, Clube Paineiras, SP; "Salões de Paris II", Espaço Cultural Café Journal, SP; "Poetas Visuais", Casa Cor, SP; "Semana da Pátria", Jockey Club, SP (2008); "October Exhibition", World Fina Art Gallery, New York, EUA (2009); "Olhar sobre Portugal", Consulado de Portugal, SP (2011). Recebeu diversos prêmios entre eles: Medalha Honra ao Mérito, Centro Cultural da Marinha, SP; Medalha de Ouro, Snap, SP (2006); Destaque em Artes Plásticas, IJNAP, SP e Diploma Mérito Cultural Latino Americano, Punta Del Este, Uruguai (2007); Palheta de Ouro, Snap, SP (2008). Possui obras em diversas coleções particulares no Brasil, Itália, Portugal e no Museu de Arte do Parlamento de São Paulo.