O presidente do Instituto Legislativo Paulista (ILP), Maurílio Maldonado, foi o único homem na composição da mesa que abriu nesta sexta-feira, 22/2, no auditório Paulo Kobayshi o curso Mulheres: Direitos e Políticas Públicas. Junto a ele estavam as deputadas Telma de Souza (PT) e Leci Brandão (PCdoB), Ivete Garcia, representando o deputado Rui Falcão (PT), a palestrante Maria Amélia Teles e a coordenadora do curso Fernanda Matsuda. Telma de Souza comentou a importância da construção de políticas públicas para serem defendidas: "coube à minha geração e à da Leci construir o início dessas políticas" disse. Continuou falando sobre como agir para acelerar o avanço em que já evoluiram, mas que necessitam de um avanço ainda maior. Leci Brandão abençoou o público e concordou com a fala de Telma de Souza, dizendo ter testemunhado a ação da deputada em elaborar a Coordenadoria da Mulher. Sendo a única parlamentar negra da Assembleia, Leci diz se orgulhar disso e afirma representar uma grande parte do povo. Elogiou os professores e os assuntos a serem lecionados, qualificando o curso como de alto nível intelectual. Pediu ainda que as pessoas que estão participando do curso levem essas informações, de forma simples e popular, para as mulheres da periferia que não puderam comparecer por estarem ocupadas em seus ofícios. "O Brasil tem que acabar com uma coisa chamada preconceito" finalizou a parlamentar. Pela igualdade A chefe de gabinete da 1° secretaria da Assembleia e militante feminista Ivete Garcia discursou sobre o enriquecimento que o conteúdo desse espaço de informação trará para cada um, produzindo mais oportunidades de igualdade às mulheres no mercado de trabalho. "Onde houve mulheres, houve diferença", disse Ivete. Fernanda Matsuda contou a história da ONG União de Mulheres, que visa defender os direitos de gênero. Falou dos projetos Promotoras Legais Populares e Trinta Anos de Transversalidade dos Feminismos no Brasil. Prosseguiu discorrendo sobre os temas que serão abordados no curso, citando diversos exemplos de direitos ignorados e violências cometidas contra a mulher, tanto no aspecto físico como psicológico. Maria Amélia Teles, também integrante do União das Mulheres e escritora do livro Breve História do Feminismo, pediu a todos que se sintam em casa, explicando que a Assembleia é a casa do povo, a casa de cada cidadão. Lembrou de cenários da luta sufragista e da trajetória feminista, resgatando a história desde o século 18. Lembrou da deputada estadual Zuleika Lambert, que foi eleita em 1947 e faleceu em dezembro de 2012 aos 90 anos. De acordo com Amélia, a parlamentar, entre as pioneiras na história no Poder Legislativo paulista, foi perseguida e cassada na ditadura por ser comunista e obrigada viver por muitos anos na Europa. O curso Mulheres: Direitos e Políticas Públicas seguirá até novembro, com aulas todas as sextas-feiras das 14h as 17h, no autitório do ILP. De acordo com Maurílio Maldonado, o número de vagas foi limitado em 60 por questões de espaço e aproveitamento, embora tenha havido mais de 350 inscrições, o que surpreendeu e alegrou todos os organizadores do evento.