Museu de Arte - Agi Straus


06/03/2013 09:00 | Emanuel von Lauenstein Massarani

Compartilhar:

Agi Straus<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-03-2013/fg122090.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Totem I sobre pedra <a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-03-2013/fg122091.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Mundo, mundo, vasto mundo <a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-03-2013/fg122092.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

Agi Straus: pintura e escultura evidenciam conexão entre paisagem e natureza morta



A conexão entre natureza-morta e paisagem parece evidente na pintura de Agi Straus. As paisagens conservam a unidade de inspiração com as naturezas-mortas, sejam estas compostas com campos floridos ou flores soltas.



O material que usa, tanto em uma quanto em outra, dá a seus quadros uma estratificação que a aproxima de uma certa tradição camponesa e suas relações ancestrais com a terra que a viu nascer: a Áustria.



É exatamente nessa unidade natureza-morta/paisagem que tanto seus quadros quanto suas esculturas conseguem ser diferenciados, sobretudo pelo personalíssimo uso e escolha dos materiais e das técnicas da artista. Seus totens emblemáticos são esculturas valorizadas por signos que lembram os desenhos rupestres das antigas cavernas.



Todos os trabalhos dessa artista possuem relevos de matéria que acumulam sobre a tela componentes químicos e plásticos, e nos transmitem o seu pensamento, o seu íntimo mais profundo que contesta não contestando, que canta não cantando, enquanto compõem acrescentando a volumetria à cor, plasmando com funcionalidade tons e semitons num único componente passional.



Esse componente lhe permite oferecer telas adaptadas a nossa época, que se direcionam a um novo futuro, sem ligação com qualquer esquema, sem adendos inúteis, sem ancorar em mesmices que devem ser deixadas nas bordas do longo caminho ainda a ser percorrido na arte.



O equilíbrio formal sobre o plano estético obtém resposta no encontro entre uma "naivitê" superficial e um conhecimento de fundo, que difundem, sem parcimônia, a poesia de uma longa tradição de humanidade. Se a construção do quadro é segura, o uso da cor não é retórico, mas contido, até mesmo sóbrio, que vibra de dentro para fora e transmite a solidez do desenho. Os seus tons são limpos, o pincel e a espátula realizam uma arte que não deixa dúvidas sobre as qualidades da pintura.



Agi Straus poderia ser classificada de neo-realista, pinta com segurança e habilidade, inspirando-se tão-somente na natureza. Tanto a pintura Mundo, mundo, vasto mundo quanto a escultura Totem I sobre pedra, doadas ao Museu de Arte do Parlamento de São Paulo, são obras repletas de emoção comunicativa e delas emana um fascínio todo particular.



A artista



Agi Straus, pseudônimo artístico de Agathe Deutsch, nasceu em Viena, Áustria em 1926. Veio em 1938 para o Brasil, onde reside até hoje. Pintora, desenhista e escultora, estudou com Gaetano Miani, Antônio Gomide, Poty, Darel Valença Lins e Zamoisky.



A partir de 1951, passou a se dedicar à literatura infantil, escrevendo e ilustrando diversos livros para a Editora Melhoramentos. Desde sua chegada ao Brasil, viveu, além da capital paulista, em Belém do Pará, Recife, Salvador e São Luiz do Maranhão. Entre 1960 e 1962, fundou e dirigiu em São Paulo a Escola Infantil Agi.



Entre 1964 e 1970, colaborou com ilustrações nos suplementos "Literário" e "Feminino" do jornal "O Estado de S. Paulo". Pouco depois, fixou residência nos Estados Unidos por alguns anos, onde, também, produziu e expôs sua arte.

Desde sua vinda ao Brasil, desenvolveu uma intensa atividade cultural, participando das mais variadas manifestações de artes plásticas, seja em salões de arte ou em exposições coletivas: V, VII, X, XII, XII, XV e XVI Salão Paulista de Arte Moderna, SP (1956, 1959, 1961, 1963, 1964, 1966 e 1967); Salão de Arte de Curitiba, PR (1961); VIII Salão de Arte de Piracicaba (1975); IX Salão de Arte de Santo André, SP (1976) e Salão Brasileiro de Artes da Fundação Mokiti Okada, SP (1980 e 1981).



Entre suas mostras individuais destacam-se a do Museu de Arte de São Paulo (1956); Braux Gallery, Nova York, EUA (1957); Galeria Miani (1958); Galeria D'Arte Roma (1962/1971); Galeria Schettini, Milão, Itália (1963); Itaú Galeria, São Paulo (1973); Ribeirão Preto (1978 e 1984); Galeria Bonfiglioli, SP, e Galeria Quadrante, RJ (1977); Sadala Galeria de Arte e Museu Banespa, SP (1987); Embaixada da Áustria em Brasília (1996); Casa da Fazenda Morumbi, SP (1999), Internationaler Theater, Frankfurt (2000); Livraria Cultura, SP (2001); Museu de Arte Assis Chateaubriand e no Museu de São Carlos, SP (2003).



Possui obras em inúmeras coleções particulares no Brasil, Alemanha, Argentina, Áustria, Bolívia, Estados Unidos, Paraguai, Israel e Itália, além dos acervos artísticos da: Biblioteca da Universidade de Kioto (Japão); Biblioteca Nacional em Washington (Estados Unidos); Museu Albertina, Viena (Áustria); Museu de Arte Brasileira, Fundação Armando Álvares Penteado (FAAP), São Paulo, SP; Museu de Arte da Pampulha, Belo Horizonte, MG; Museu de Arte de Olinda, PE; Museu de Arte de São Paulo, SP; Museu Nacional de Arte da Bolívia, La Paz; Pinacoteca do Estado de São Paulo e Museu de Arte do Parlamento de São Paulo.

alesp