Opinião - São Pedro: faça parar de chover

Se cada um fizer a sua parte, poderemos resolver ou amenizar os efeitos das enchentes
08/03/2013 18:41 | Vitor Sapienza*

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Um dia o poeta cantou: "é pau, é pedra, é o fim do caminho. São as águas de março fechando o verão". Mesmo depois de tantos anos, essa música continua atual. Afinal, estamos em março e as chuvas torrenciais têm se tornado uma constante na vida de todos nós.

Não vivemos em regiões amazônicas, onde, segundo se diz, é possível marcar os compromissos antes ou depois das chuvas. Mas acho que estamos quase lá.

Todo este preâmbulo foi para chegar em dois pontos cruciais para a sobrevivência em sociedade: a educação e o respeito ao meio ambiente. No tão esperado verão, além de ir à praia, nos deparamos com uma situação desoladora, as enchentes e seus efeitos.

É neste período que um trecho de música me vem à cabeça. Ela fez parte da infância de muitas crianças. Lembro de minhas filhas brincando de roda e dizendo a frase: "limpa aí seu porcalhão".

Sim, o governo, em todas as esferas de poder, deve fazer a sua parte. Construir piscinões, que comportem a grande quantidade de água mandada por São Pedro é uma das iniciativas possíveis, assim como a limpeza das bocas de lobo e dos bueiros.

Não adianta, simplesmente, culpar as autoridades pelas enchentes. Precisamos fazer uma análise fria: será que nós, cidadãos, estamos fazendo nossa parte?

Calma! Não se apavorem. Não pretendo fazer mutirões de limpeza das ruas e muito menos dos rios, embora concorde com a necessidade de produzirmos campanhas que visem conscientizar a população quanto à educação ambiental. Não faz muito tempo que ancorei a campanha Tietê, rio que te quero vivo!, que pretendia levar para as escolas as informações sobre ecologia.

Se cada um fizer a sua parte, poderemos resolver ou amenizar os efeitos das enchentes. Não jogue sacos de lixo e móveis em nossas praças. Caso o lixeiro ou a empresa que recolhe os recicláveis não passem antes da chuva começar, esse lixo ficará boiando em nossas ruas e, consequentemente, atrapalhando o escoamento da água.

Até um simples papel de bala pode ser o culpado pelos alagamentos. Admitindo que na sua cidade morem 50 mil pessoas e que cada uma jogue apenas um papel de bala no chão: você consegue imaginar o montante que isso gera? Faça a sua parte!



*Vitor Sapienza é deputado estadual (PPS), presidente da Comissão de Ciência, Tecnologia e Informação, ex-presidente da Assembleia Legislativa de São Paulo, economista e agente fiscal de rendas aposentado.

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