O ministro da Educação Aloizio Mercadante participou nesta segunda-feira, 11/3, de audiência pública organizada pela Comissão de Educação e Cultura, presidida pela deputada Leci Brandão (PCdoB), para falar sobre a educação no Brasil e o acesso à universidade pelo sistema de cotas. Defensor desse sistema de ingresso às universidades públicas, o ministro lembrou que o acesso à educação universitária aumentou sensivelmente nos últimos anos. Para os presentes, é preciso acabar com o preconceito de que os alunos que ingressam nas universidades públicas pelo sistema de cotas não aproveitam o curso. Ao falar sobre a educação no Brasil, o ministro descreveu um quadro altamente positivo, com facilidade no acesso à informação, incentivo tecnológico e investimento para o aperfeiçoamento de professores e melhoria de edificações, inclusive, para os alunos que moram no campo, com acesso a transporte escolar. Desde cedo Mercadante afirmou que a educação e a cultura devem começar na creche e na pré-escola. "Crianças que vão à creche têm desempenho melhor que aquelas que não usam esse sistema educacional. É na idade de zero a três anos que a criança assimila conceitos e se prepara para vida." Para ampliar o número de matrículas em creches, o governo federal tem priorizado a construção e abertura de novas vagas diminuindo a burocracia e fornecendo ao município a opção de escolas pré-moldadas. O ministro ratificou que educação e cultura são sinônimos de sucesso para qualquer país. Inclusive, para conquistar, ampliar e solidificar a imagem do Brasil no mercado financeiro mundial, o governo federal lançou programas de incentivo ao aprendizado de outros idiomas, programas de capacitação profissional e ampliação de cursos no exterior, como o Ciências sem Fronteiras, que beneficiou mais de 100 mil estudantes de universidades federais. Aloizio Mercadante destacou que o Enem (Exame Nacional de Ensino Médio) é o segundo maior exame do planeta e significa um passaporte para o ensino superior. "O sistema de correção do Enem é eficiente e democrático", assegurou. Mercadante lembrou que ter uma boa colocação no Enem é ter acesso garantido no ProUni (Programa Universidade para Todos), Sisu (Sistema de Seleção Unificada ), Fies (Fundo de Financiamento Estudantil) e no Ciências sem Fronteiras. Críticas a programa paulista Parlamentares e representantes dos movimentos estudantis criticaram o sistema de cotas apresentado pelo governo paulista, o Programa de Inclusão com Mérito no Ensino Superior Público Paulista (Pimesp) que prevê que parte de 50% das vagas em universidades públicas deve ser preenchida por políticas para atrair os bons alunos da rede pública de ensino e que a outra parte seria preenchida por candidatos que passariam por um curso semipresencial de dois anos, o chamado "college" (em alusão ao sistema norte-americano). Esses candidatos seriam selecionados por meio de suas notas no Enem ou Saresp. Só após serem aprovados com média de 70% nesses dois anos de "college", os alunos poderiam ingressar nas universidades estaduais. Para debater o Pimesp (programa de cotas de São Paulo), a Comissão de Educação e Cultura realiza nesta quarta-feira, 13/3, às 17h, audiência pública sobre o tema, na Assembleia Legislativa paulista. Compuseram a mesa de debates os deputados Leci Brandão, Alencar Santana, Edinho Silva, Adriano Diogo (todos do PT), Olimpio Gomes (PDT), Soraya Smailli, reitora da Unifesp, e o deputado federal Vicente Cândido (PT-SP).