Prêmio Beth Lobo homenageia mulheres que combateram a ditadura militar


11/03/2013 21:57 | Da Redação: Beth Avelar fotos: José antonio Teixeira

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Clara Sharf, Adriano Diogo e Leci Brandão <a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-03-2013/fg122237.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Tatau Godinho, Ludimila Frateschi, Clara Sharf, Adriano Diogo, Leci Brandão, Nasaindy de Araújo, Rosalina Santa Cruz e Nailda Martins da Silva <a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-03-2013/fg122238.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

A Comissão de Direitos Humanos, juntamente com a Comissão da Verdade Rubens Paiva, ambas presididas pelo deputado Adriano Diogo (PT), entregou, nesta segunda-feira, 11/3, o Prêmio Beth Lobo de Direitos Humanos das Mulheres às pessoas, entidades e movimentos sociais que lutam pela defesa dos direitos das mulheres e pelo enfrentamento à violência contra elas. Esta segunda edição do prêmio foi dedicada às militantes de esquerda durante a ditadura militar e viúvas de militantes desaparecidos. Uma das contempladas com prêmio foi Ñasaindy Barret de Araújo, filha de Soledad Barret, paraguaia, e de José Maria Ferreira de Araújo, brasileiro, militante da Vanguarda Popular Revolucionária (VPR), ambos assassinados pela ditadura. Nascida em Cuba, em 1969, Ñasaindy voltou ao Brasil, junto com os pais adotivos, em 1980, com 11 anos de idade. Somente a partir de 1996, com a ajuda de indenização recebida pelo reconhecimento de seus pais como desaparecidos políticos pela Comissão de Anistia, começou um processo de restabelecimento das condições necessárias para que ela fosse naturalizada brasileira e assumisse o nome verdadeiro de seus pais.

Outras homenageadas foram Eleonora Menicucci de Oliveira, Damaris Lucena, Ilda Martins da Silva, Izaura Silva Coqueiro, Pedrina José de Carvalho, Elzita Santa Cruz (mãe de Fernando Santa Cruz, desaparecido político), Clara Charf e Eunice Paiva (viúva de Rubens Paiva). Em memória, o prêmio homenageou Zuleika Alambert (1922-2012) e Marcia Yajgunovitch Mafra (1947-2011), "símbolos da luta pela redemocratização do país", segundo Adriano Diogo.

Compuseram a mesa a deputada Leci Brandão (PCdoB), as homenageadas e representantes das homenageadas mortas.



Sobre Beth Lobo



Beth Lobo inovou, desde os anos 1980, as pesquisas sobre gênero no Brasil, dedicando-se ao ensino e à pesquisa nessa área a partir de 1982, no Departamento de Sociologia da Universidade de São Paulo. Estudou a divisão do trabalho entre homens e mulheres e teve intenso intercâmbio intelectual com pesquisadores dos Estados Unidos e do Canadá. Sua morte prematura, em março de 1991, aos 47 anos, impediu a realização de novas pesquisas e intercâmbios, mas a disseminação de suas ideias se deu por colegas e discípulas, doutorandas e estudantes, como também pelas sindicalistas e militantes políticas com quem conviveu e trabalhou no dia a dia.

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