Opinião: Ficha suja no trânsito

A sociedade tem o direito de saber quem são aqueles que colocam em risco a integridade das pessoas
14/03/2013 19:52 | Cauê Macris*

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É sempre assim. A cada semana assistimos - como numa espécie de replay - as trágicas consequências da combinação álcool e direção, ocorridas principalmente durante o final de semana. Infelizmente, nesta semana não foi diferente. Assistimos relato da imprensa sobre caso, no final de semana, na capital, de um estudante universitário que, após vir em zigue-zague em plena avenida Paulista, acertou em cheio um ciclista. O impacto foi tão forte que a vítima teve seu braço decepado. Além de não prestar socorro, o motorista ainda jogou em um córrego o braço da vítima. De acordo com a imprensa, o motorista havia consumido bebidas alcoólicas antes de pegar o carro. Resultado da ocorrência: um ciclista mutilado hospitalizado e um jovem motorista preso.

Desde o início do ano temos uma lei seca mais dura ao infrator de trânsito. O bafômetro não é mais a única prova de embriaguez e a multa inicial é pesada, R$ 1.915. O governo do Estado tem feito sua parte, intensificando blitze que indiscutivelmente têm proporcionado efeito prático positivo. Só em janeiro deste ano - quando a nova lei seca passou a vigorar - a redução de homicídios culposos por acidentes de trânsito em todo Estado de São Paulo foi de 30%.

Ainda assim, para combater àqueles que irresponsavelmente insistem em combinar álcool e direção, defendo a criação de uma Lista Ficha Suja para os casos de embriaguez ao volante. Pela proposta, que já tramita na Assembleia Legislativa de São Paulo, o Estado passaria a publicar no Diário Oficial os nomes dos motoristas flagrados em blitze da Lei Seca. A sociedade tem o direito de saber quem são aqueles que colocam em risco a integridade das pessoas. Afinal de contas, beber não é crime, mas colocar em risco a vida das pessoas é.



*Cauê Macris, 29 anos, é deputado estadual pelo PSDB

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