Filhos da tortura têm voz na Comissão da Verdade

Virgílio Gomes da Silva Filho relatou os momentos de dor e pânico que sua família passou após a prisão de seu pai, membro da ALN
10/05/2013 00:02 | Da Redação Fotos: Roberto Navarro

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Virgílio Gomes da Silva Filho, Adriano Diogo e Ilda Martins da Silva<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-05-2013/fg124724.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Ilda Martins da Silva e fotos dos filhos <a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-05-2013/fg124726.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>  Virgílio Gomes da Silva: O que fica é o sentimento de dor, de perda, de medo e humilhação, mesmo depois de tantos anos da morte de meu pai<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-05-2013/fg124727.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Virgílio Gomes da Silva Filho, Adriano Diogo e Ilda Virgílio Gomes da Silva Filho e Ilda Martins da Silva<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-05-2013/fg124728.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Ilda Martins da Silva<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-05-2013/fg124729.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Auditório Teotônio Vilela, da Assembleia Legislativa.<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-05-2013/fg124730.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Virgílio Gomes da Silva Filho<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-05-2013/fg124731.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Camila Sipahi  <a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-05-2013/fg124732.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Virgílio Gomes da Silva Filho <a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-05-2013/fg124733.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Camila Sipahi<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-05-2013/fg124734.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

"O que fica é o sentimento de dor, de perda, de medo e humilhação, mesmo depois de tantos anos da morte de meu pai", com esta frase Virgílio Gomes da Silva Filho resumiu todo o sofrimento que passaram, ele, seus irmãos e sua mãe em função da militância política de seu pai, em mais um depoimento de filhos de militantes políticos perseguidos e mortos pela ditadura militar no país.

A Comissão da Verdade do Estado de São Paulo "Rubens Paiva" promove de 6 a 10 de maio o seminário Verdade e Infância Roubada que busca trazer para o foco as consequências nas vidas de crianças que tiveram seus pais como vítimas da ditadura. As reuniões têm acontecido no auditório Teotônio Vilela, na Assembleia Legislativa.

Na manhã desta quinta-feira, 9/5, quem participou dos depoimentos foi um dos filhos de Virgílio Gomes da Silva e sua viúva, Ilda Martins da Silva. Virgílio foi preso, torturado e morto em 29/9/1969. Ele era integrante da Ação Libertadora Nacional (ALN) e comandou o sequestro do embaixador americano Charles Elbrick.

Presos por agentes da repressão em São Sebastião, Ilda e seus três filhos, Wladimir, com oito anos, Virgilio Filho, com seis anos e Isabel, com quatro meses, foram levados à sede da Operação Bandeirantes, seu filho de dois anos, Gregório, só não foi levado junto, pois estava na casa da avó no momento da prisão. Posteriormente foi isolada de seus filhos, que foram encaminhados para uma casa mantida pelo Juizado de Menores, enquanto Ilda era submetida a interrogatórios e torturas psicológicas. Permaneceria presa por 11 meses, quatro dos quais em total isolamento.

Depois que a viúva de Virgilio foi solta e pode se reencontrar com os filhos, eles foram viver em Póa, em terreno cedido por parentes. Perseguida pela ditadura, que não permitia que ela conseguisse emprego, a situação da família se deteriorou e ex-companheiros de militância de seu marido conseguiram que ela e seus filhos fossem clandestinamente para o Chile e após um ano foram acolhidos pelo regime cubano.

No depoimento emocionado que Virgilio Filho deu, fica patente o agradecimento ao governo cubano que os tratou como filhos, dando conforto psicológico, econômico, formação cultural e profissional.

Ao encerrar o depoimento, o filho e a viúva de Virgilio reiteraram sua luta para ser revelado o paradeiro do corpo do militante da ALN, a forma como morreu e quem foram seus algozes. Querem que o atestado de óbito entregue pelo governo seja corrigido e que dele constem com exatidão a forma como ele foi morto, a data e o local.

alesp