Museu de Arte - Vera Pessoa


15/05/2013 14:02 | Emanuel von Lauenstein Massarani

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O Tesouro da Criação<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-05-2013/fg125055.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Vera Pessoa<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-05-2013/fg125056.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

Nascem da coincidência dos opostos suas esculturas em formas orgânicas

Vera Pessoa, sempre inspirada pela natureza, desenvolve uma arte toda em curvas e contracurvas, de perfeito equilíbrio nas tensões, uma arte de plenitude, lírica e tranquila, forte e suave. Os sulcos ou as cavernas que a artista abre na massa, qualquer que seja seu toque, exercem o fascínio de um olho, de uma boca ou de um órgão humano num corpo mágico.

Um dos aspectos mais marcantes da arte moderna é revelado quando os artistas conseguem alcançar a síntese das formas geométricas e orgânicas. Na escultura de Vera Pessoa, as formas orgânicas evocam o nosso pertencer ao mundo cósmico da vida e alcançam ao máximo um nível de simplicidade. O movimento rotativo de sua obra parece induzir o deslocamento que deve cumprir o espectador ao seu redor para obter a mais ampla compreensão.

Antes de enfocar formas arredondadas, a ceramista, escultora e pintora, praticou durante muito tempo o relevo em sua obra, nascida do leve movimento de linhas puras, que criam volumes perfeitamente lisos e docemente sensuais, sua escultura se aproxima do natural.

Matéria e forma, plenos e vazios, curvas e retas, forças e massas, opacidade e transparência se aglomeram em infinitas combinações e secretas ressonâncias, através da "coincidência dos opostos". A força de Vera Pessoa reside na qualidade da forma, cuja origem se encontra na potência criadora do ser humano e da natureza.

A abstração que a artista introduz cria um estilo que não dissipa a riqueza e a diversidade de seu conteúdo, mas se condensa na perfeição tangível da forma. Sua obra em cerâmica se transforma em verdadeira escultura, que, chegando ao término de seu crescimento, não perde sua energia e seu ardor inicial.

A obra "O Tesouro da Criação", doada ao Museu de Arte do Parlamento de São Paulo, é uma escultura na qual a artista ressalta o duplo movimento da respiração "dilatação e contração", por meio de formas que se separam e a seguir se reúnem.



A artista



Vera Pessoa, pseudônimo artístico de Anna Vera Pessoa, nasceu em São Paulo, em 1944. Formou-se em arquitetura e urbanismo com especialização em design do objeto. Cursou cerâmica com o professor João Rossi, no Masp, na década de 50, quando participou de exposições coletivas no próprio museu.

Na década de 90, estudou novas técnicas em cerâmica de alta temperatura com os ceramistas Rosa Abdo, Frida Dourien, Márcio Nogueira, Tito Tortori e outros. Em 1999, transferiu seu ateliê para Ilhabela, onde passou a residir.

Ceramista, escultora e pintora, participou de inúmeras exposições coletivas e individuais: na Associação Paulista dos Magistrados, São Paulo; residência do pintor Fulvio Pennacchi, São Paulo (1998); Secretaria de Estado da Cultura, em Ilhabela, SP; Espaço de Arte Vila Madalena, São Paulo; Espaço Cultural "Colinas", em São José dos Campos, SP (1999); Encontro de Ceramistas no Litoral Norte, Centro Cultural de Caraguatatuba, SP.

Possui obras em inúmeras coleções particulares no Brasil e no exterior e no acervo do Museu de Arte do Parlamento de São Paulo.

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