Foi realizada na Assembleia Legislativa de São Paulo nesta quinta-feira, 16/5, audiência pública para ouvir as reivindicações dos sambistas paulistas e encaminhar essas demandas ao Poder Público, que tinha representantes na mesa do evento, como o secretário estadual de Cultura, Sergio Tiezze, o secretário municipal de Cultura, Juca Ferreira, a atual secretária-adjunta municipal da Igualdade Racial, Matilde Ribeiro, e o vereador Orlando Silva, além da promotora do evento, deputada Leci Brandão (PCdoB). Ao abrir o evento, Leci disse que a audiência foi proposta para ouvir o povo, "porque a Assembleia é a casa do povo. Aliás, hoje é a casa do samba", lembrou Leci, e completou: "o samba está aqui para falar". Os demais representantes do Poder Público também declararam sua vontade de ouvir os sambistas e que já era hora de essas comunidades terem seu espaço garantido no cenário cultural de São Paulo. Orlando Silva, por exemplo, lembrou: "Existe um ambiente favorável na prefeitura de São Paulo e precisamos aproveitar esse momento para fomentar o samba, a exemplo do que foi feito com o teatro e a dança". Juca Ferreira falou que as comunidades e o Poder Público devem estabelecer parcerias para fomentar o samba. Sergio Tiezze disse que "este é o momento da virada para a história do samba paulista, que já deveria ter acontecido". Após a apresentação da mesa - que mais tarde recebeu também o deputado federal José Luiz Penna (PV/SP), representando a Comissão de Cultura da Câmara dos Deputados, e o radialista Chilão da 105 -, foi aberta a palavra ao público. Os sambistas se sucederam, emocionados pelo reconhecimento ao samba na principal Casa de Leis do Brasil, e reivindicaram praticamente as mesmas coisas: respeito, visibilidade, e oportunidade de trabalho. Como respeito, as demandas foram na direção de que seja feito um mapeamento, pela prefeitura, das principais comunidades que praticam o samba e, a partir daí, seja elaborado um catálogo sobre essas comunidades. Sobre a visibilidade, o que se quer é a inserção do samba nos eventos da cidade, como a Virada Cultural. Como oportunidade de trabalho, além da participação na Virada, a possibilidade de fazer apresentações nos CEUs, bibliotecas e centros culturais. As autoridades se comprometeram a estudar as demandas, encaminhá-las e, na medida do possível, colocá-las na agenda cultural da cidade e do Estado.