Em nome dos cerca de 600 mil profissionais da área da saúde no Estado de São Paulo, 13 trabalhadores, dos setores de enfermagem, apoio e administração, foram homenageados em sessão solene realizada nesta sexta-feira, 17/5, na Assembleia Legislativa. Eles representam os 13 sindicatos filiados à Federação dos Trabalhadores da Saúde do Estado de São Paulo. Autor da lei que criou o Dia Estadual do Trabalhador da Saúde (12 de maio) e presidente da sessão solene, o deputado Rafael Silva (PDT) destacou que o ato era "mais que uma homenagem, o reconhecimento ao trabalho desenvolvido em favor de toda a população". As reivindicações dos trabalhadores da saúde encontraram espaço durante a sessão. "A remuneração normalmente não é adequada. E temos engavetado na Câmara dos Deputados um projeto que estabelece jornada semanal de 30 horas para esses profissionais, que dá um tratamento mais digno a esses servidores", lembrou Rafael. Rafael Silva é autor da Moção 25/2013, que apela aos presidentes do Senado e da Câmara dos Deputados para que empreendam esforços a fim de aprovar o Projeto de Lei 2.295/2000, que prevê a jornada de 30 horas. Além da jornada, a aprovação do projeto do piso nacional de salários foi defendida pelo vereador Luiz Vergara, de Franca. "O trabalhador da saúde é especial, e isso precisa começar no seu dia a dia, na dignidade em seu local de trabalho", afirmou. Mauricio Cassimiro de Lima, vereador em Itapira, ressaltou que, como cirurgião-dentista do sindicato da categoria em sua cidade, tem a oportunidade de observar os problemas provocados pelo excesso de trabalho e pela falta de poder aquisitivo. Acidentes de trabalho Representando o governador Geraldo Alckmin na solenidade, o chefe de gabinete da Secretaria de Estado do Emprego e das Relações de Trabalho, Tadeu Morais de Sousa, lembrou outro problema: os acidentes de trabalho. "O acidente de trabalho da categoria é silencioso, difícil de detectar. Não podemos deixar de encarar essa discussão", ponderou. Para o vereador Osiris Paula Silva, de Espírito Santo do Pinhal, um agravante são as políticas públicas que sufocam as santas casas e impedem essas entidades de reconhecer devidamente o trabalhador da saúde. "E é impossível defender a saúde, pública ou privada, se esquecermos a mola-mestra que são os recursos humanos, o investimento na valorização do profissional", completou o deputado Olimpio Gomes (PDT). A valorização desses profissionais também foi defendida pelo vereador Ricardo Silva, de Ribeirão Preto. "Não é a Assembleia que está homenageando esses servidores. Nós é que estamos sendo homenageados com a Casa lotada por vocês", ele observou. Para reverter esse cenário, é fundamental a mobilização da categoria, avaliou Pedro Tolentino, do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). "Este dia tem que marcar a luta pelo piso nacional e pela jornada de 30 horas. Mas sem as vozes gritando nas ruas, dificilmente esses projetos serão aprovados no Congresso." Secretário-geral da União Geral dos Trabalhadores (UGT), Canindé Pegado reforçou a necessidade de mobilização diante de um quadro em que, segundo ele, 81 congressistas representam o movimento sindical e 278, o empresariado. "É uma luta desigual, mas não vamos entregar os pontos. Não existe falta de ação. Estamos empenhados e isso nos fará alcançar a vitória", ressaltou. Para o presidente da Federação dos Trabalhadores da Saúde do Estado de São Paulo, Edison Laercio de Oliveira, é importante que a sociedade procure participar e conhecer a realidade dos trabalhadores da saúde. "Muitas vezes, além de fazerem tudo, esses profissionais são atacados e agredidos, responsabilizados pela falta de condições de trabalho", lembrou Oliveira. Quanto à jornada de trabalho, Oliveira disse que a federação tem recebido diversas moções em favor das 30 horas semanais. Elas serão encaminhadas ao Congresso Nacional, declarou. "Precisamos pressionar os deputados federais em nossas bases", completou. (mlf)