Encerrado 3º Seminário Esporte, Atividade Física e Saúde na Assembleia Legislativa

Evento oficial do Parlamento tem realização anual garantida pela Resolução 822/2012
20/06/2013 18:17 | Da Redação

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 Enio Tatto, 1º Secretário da Assembleia Legislativa de São Paulo <a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-06-2013/fg126848.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Thaís Severino da Silva, diretora do programa Programa Academia da Saúde, instituído pelo Ministério da Saúde em 2011.<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-06-2013/fg126846.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Público presente <a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-06-2013/fg126847.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Antonio Carlos Simões, professor da Escola de Educação Física e Esporte da Universidade de São Paulo<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-06-2013/fg126845.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

Durante quatro dias, professores e alunos de educação física, agentes comunitários da saúde, secretários municipais do esporte e esportistas tiveram a oportunidade de discutir conhecimentos inovadores nas áreas de esporte e atividade física no 3º Seminário Esporte, Atividade Física e Saúde, que se encerrou nesta quinta-feira, 20/6.

Realizado pela Comissão de Assuntos Desportivos, com apoio da Liderança do PT, o seminário tornou-se evento oficial da Assembleia Legislativa a partir de 2012, com a entrada em vigor da Resolução 822/2012, do deputado Enio Tatto. A resolução prevê que o evento obedeça ao formato de apresentação de palestras e trabalhos acadêmicos, e os textos referentes às apresentações devem ser publicados pela Assembleia e distribuídos aos participantes e a bibliotecas de instituições de ensino superior.

Últimas palestras

A construção de espaços públicos (pólos) para orientar a comunidade a desenvolver práticas corporais e de educação alimentar, que levem a modos de vida saudáveis e à melhoria da qualidade de vida. Essa é a proposta do Programa Academia da Saúde, instituído pelo Ministério da Saúde em 2011.

Thaís Severino da Silva, diretora do programa, apresentou a Academia da Saúde e seus objetivos, entre os quais estão: ampliar o acesso da população às políticas públicas de promoção da saúde, potencializar as ações no âmbito da atenção básica, mobilizar a comunidade e aumentar seu nível de atividade física. Por isso, o trabalho dos polos "deve ser articulado de forma planejada, com uma equipe multiprofissional de atenção básica", esclareceu Thaís. Para atender a essas metas, as unidades da Academia da Saúde contam com equipamentos adequados e profissionais capacitados na área. Elas recebem repasses de recursos do Fundo Nacional de Saúde.

Alguns princípios da atenção básica à saúde são incorporados pelos polos, destacou Thaís. Entre eles está o acesso contínuo e universal, trabalhando com grupos e em ações não pautadas pela doença. Além disso, é preciso considerar um território de abrangência, facilitando "a avaliação de indicadores de saúde local e pautando as atividades de acordo com essa análise".

Atualmente, existem 2.864 polos habilitados pelo Ministério da Saúde. A meta do MS é ter 4 mil polos até 2014 e, até 2015, custear as atividades de todas as unidades. Só no Estado de São Paulo são 294 polos já habilitados.

A solicitação de implantação de polos da Academia da Saúde pode ser feita pelos municípios ao Ministério da Saúde, obedecendo a determinados requisitos. Atualmente já é possível fazer o cadastramento da construção de unidades por meio de emendas parlamentares.

A coordenação do programa Academia da Saúde também conta entre suas atividades atualmente a reformulação de portarias que definem a criação de polos. "Havia em portaria a exigência de expedição de um alvará, mas a prefeitura não pode emitir alvará para si mesma. Essa exigência foi então revogada", esclareceu Thaís.

Foi formado também um grupo para avaliar propostas similares nos municípios, que possam se habilitar ao repasse de recursos. "Ginásios, quadros e clubes comunitários, por exemplo, não são considerados pelo programa", esclareceu Thaís.

Orçamento para o esporte

Autor da resolução que oficializou o seminário como evento permanente da Assembleia Legislativa, o deputado Enio Tatto (PT), 1º secretário da Assembleia Legislativa, abriu a segunda parte do seminário na manhã desta quinta-feira.

"A gente pode viver sem esporte. Mas se praticarmos esporte, de forma disciplinada, vamos viver mais e melhor", observou o parlamentar. Nesse sentido, ele destacou a relevância do seminário, que, ao abordar temas importantes com especialistas de renome, fornece aos participantes subsídios para que eles multipliquem os conhecimentos em seus locais de origem.

"Mas existe algo muito importante e no qual estamos atrasados: a luta para ter uma fatia maior do orçamento público destinada a esporte, cultura e lazer", ressaltou Tatto. Ele propôs que se organize um movimento para garantir mais recursos para essas áreas no Orçamento estadual, que o Poder Executivo tem que enviar à Assembleia Legislativa até 30 de setembro. "Em vista da Copa do Mundo e da Olimpíada que o Brasil vai sediar, é hora de pautar esse tema também em âmbito nacional", concluiu o parlamentar.

Esporte e mulher

Na segunda palestra matutina, Antonio Carlos Simões, professor da Escola de Educação Física e Esporte da Universidade de São Paulo, abordou o tema "Mulher, esporte e saúde". Ele fez um rápido histórico da inserção da mulher nas práticas e competições esportivas.

"As mulheres quebraram paradigmas da cultura machista vigente desde o século passado e hoje estão incluídas em todas as atividades físicas e esportivas, inclusive de combate", disse Simões. Ele lembrou que já no final do século 19 especialistas equiparavam homens e mulheres na habilidade para tarefas físicas, enquanto o barão de Coubertain, criador da Olimpíada moderna, afirmava que às mulheres cabia apenas coroar os homens vencedores dos jogos.

Simões avaliou também as demandas estéticas que a sociedade moderna impõe. O corpo feminino torna-se um instrumento de poder codificado à custa de valores sociais e estéticos, apontou Simões. E no caso das atletas de competição, estas têm que atender ao investimento feito. "A sociedade esportiva, principalmente de competição, é cruel", disse o professor. (mlf)

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