Museu de Arte do Parlamento de São Paulo - Vera Café: um grito de alerta em defesa dos povos indígenas


O mundo de imagens da artista Vera Café, seja a natureza agreste ou agressiva da paisagem dos territórios indígenas, a melancolia e a dignidade de seus personagens, o drama autêntico desse povo, representa um todo com o seu modo de entender a pintura e de exprimi-la lírica e fortemente.
O aspecto mais interessante de sua pintura é constituído pela tensão de fundo com a qual a artista consegue ir além das sugestões da fantasia para sentir e alcançar o valor da realidade individual que as coisas mais objetivas acabam por assumir na transfiguração que se operou ao serem pintadas.
Trata-se de uma espécie de equilíbrio entre a elegia, sem abandonos sentimentais, mas repleta de ansiedades e interrogações, juntamente com a firmeza de um grito de revolta contra o absurdo da condição aviltante em que se encontram os povos indígenas.
Vera Café é categórica em afirmar: "Repenso o direito e me encontro na defesa paradigmática das diferenças culturais, procurando sobre a retórica do direito democrático, a sua autopoética, formal e plástica possível. Reelaboro o espírito da condição humana tendo como ponto de partida o aspecto da sobrevivência indígena, a sua resistência, sua sabedoria sobre as queimadas e a desconstrução de sua cultura. Neste sentido, vejo a obra desenvolvida pelos irmãos Villas Boas como referência do que melhor se fez pelos índios no Brasil".
A oposição entre impulso instintivo - emotivo e a necessidade de uma ordem lógica esclarecedora se articula no campo de um tecido unitário, onde sonho e memória encontram resposta na sensitividade de uma forma e de uma cor perfeitamente dominadas e se alcançam na coerência de um fluxo do discurso, aberto a ulteriores experiências no âmbito de uma busca de símbolos e arquétipos, de ritmos e de medidas eliminatórias do supérfluo, que é a redescoberta e a reestruturação mais atual da linguagem da arte.
Através de um cromatismo real, dos diversos planos espaciais, de uma excelente técnica e equilíbrio de impostação, os quadros que Vera Café nos propõe se fazem verdadeiros. A obra "A Sabedoria", doada ao Museu de Arte do Parlamento de São Paulo, que retrata Aritana, o líder incontestável dos povos indígenas, revela numa atitude hierática a altivez do personagem que a artista pintou com muita propriedade e sensibilidade expressiva.
A Artista
Vera Café nasceu em São Paulo em 1946. Formou-se em Artes Plásticas pela Fundação Armando Álvares Penteado (1976). Foi aluna especial na cadeira de projetos (1987) e na cadeira a Cidade e a Cor, da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP (2000). Participou na Funarte de cursos de Filosofia sobre "A Ética" e o "Olhar" (1996 - 1997).
Dedicou-se ainda a elaborar diversos projetos no campo da arquitetura, da comunicação visual, da área cênica, da área cultural e de lazer, além de figurinista e projetos de carros alegóricos. Desde 1970 tem se dedicado a inúmeras atividades pedagógicas, além de publicações e ilustrações.
A partir 1964 realizou inúmeras exposições no Brasil e no Exterior: Salão de São Bernardo do Campo (1964); Galeria Múltipla, SP e Faculdade de Belas Artes de Belo Horizonte, MG (1972); Bienal Internacional de São Paulo (1973); Bienal Nacional de São Paulo (1974); Museu de Arte Brasileira (1975); Spazzio Pirandelo, SP (1981); Salão de Arte Contemporânea de São Paulo (1982, 1985 e 1986); Paço das Artes; Espaço Cultural Hilton; Centro Cultural SESI, SP (1982); Espaço Nikkey Artes, SP; Instalação Urbana no Viaduto Liberdade (1983); Instalação no Cinearte, SP (1984); Associação Catarinense dos Artistas Plásticos, Florianópolis, SC; Espaço Cultural Itaú, Ribeirão Preto (1985); Espaço Cultural Yagizi, SP; SESC Santos; Southersater Massachusets University, Estado Unidos; The Museum of Conteporany Hispanic Art, Nova York, Estado Unidos; Portal Galeria de Arte (1988); Conections, Museu de Arte Contemporânea (1989); Instalação SESC Pompéia (1990 e 1997); Mostra Itinerante à América Latina (1991); Museu de Arte Moderna de Florianópolis, SC (1992); Museu de Arte Moderna de São Paulo (1993); Mostra em Homenagem a Garcia Lorca (1994); Mostra SPA São Pedro, Sorocaba (1998); "Semana Villas Boas", Hall Monumental da Assembléia Legislativa (2004).
Possui obras em coleções particulares e no Museu de Arte do Parlamento de São Paulo.
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