Museu de Arte: Heinz Friederich Budweg


25/06/2013 14:00 | Emanuel von Lauenstein Massarani

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Obras  Em busca de Manoa<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-06-2013/fg127064.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Exposição Um viajante do século XX<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-06-2013/fg127065.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Heinz Friederich Budweg<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-06-2013/fg127066.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

Heinz Friederich Budweg: um bandeirante das artes no século XX homenageia o ano da Alemanha no Brasil

Em homenagem ao Ano da Alemanha no Brasil, o Espaço Cultural V Centenário apresenta desde ontem e até 6 de julho próximo uma grande exposição intitulada "Um viajante do século XX".

Além de elementos de destaque da comunidade alemã, compareceram à mostra parlamentares, artistas e amigos do pintor alemão Heinz Friederich Budweg que percorreu o Brasil de norte a sul com ênfase junto às comunidades indígenas.

As paisagens, as figuras, a flora e a fauna amazônicas são de rara autenticidade interpretativa e transformam o artista num verdadeiro bandeirante da arte qual os antigos viajantes que aqui acorreram no século XVIII na busca do Eldorado.

Não há dúvida que a cor é para o artista um dado essencial da

percepção enquanto fator extremamente complexo que investe toda a sua temática ao mesmo tempo que o enfocado em relação ao espaço, a luz, ao movimento, a variação das cores segundo as incidências da luz, a própria percepção da cor finita, do observador da obra.

Revivendo em suas telas o roteiro dos antigos viajantes do século XVIII embora longe de qualquer acadêmica reminiscência, de qualquer flutuação de corrente artística que contenha, junto aos componentes químicos as componentes cromáticas da realidade exterior, Heinz Budweg associa a análise da cor à análise da visão.

O todo é obviamente ligado também a um interesse de determinação espacial e ao valor atribuído às formas descritas em relação ao espaço, isto é, variando as cores de conformidade com os módulos de luminosidade diversificada. Através de uma linha pós-expressionista, Heinz Budweg tende a uma espacialidade da cor que coincide com a conquista de sua tonalidade geral.

Esse discurso pode ajudar o observador a compreender como suas obras tem um contexto unitário, isto é, se solucionam num tom geral, diretamente correlato à disposição psicológica final de uma análise interpretativa da realidade passada pelo filtro do sentir do artista.

Sua mensagem artística se desenvolve num crescendo de

tonalidades expressivas para ressaltar uma linguagem diversificada e sugestiva, mas sempre autêntica de valores humanos e poéticos.

Através das obras "Em busca de Manoa: a epopéia dos bandeirantes" e "O Mulato" doadas ao Museu de Arte do Parlamento de São Paulo, o pintor colhe a essência das coisas, interpreta a natureza e faz reviver as sensações que cada um de nós prova quando parte à descoberta deste continente tropical chamado Brasil".

O artista

Heinz Budweg nasceu em Berlim, Alemanha, em plena Segunda

Guerra Mundial. Aos 13 anos, chegou ao Brasil, fixando-se em São Paulo. Na década de 60, iniciou suas viagens pelo interior do nosso país, percorrendo centenas de cidades e povoados a bordo de um atelier móvel, adaptado em uma perua Kombi.

Fascinado pela cultura e costumes dos povos indígenas das Américas, temática recorrente em seu trabalho, em 1976, a convite da Funai (Fundação Nacional do Índio), retratou os caciques das principais tribos que habitam o Brasil.

Por ocasião dos 150 anos de independência do Brasil, executou um mural comemorativo para o saguão da sede da Associação Cristã de Moços em São Paulo, obra tombada pelo IPHAN - Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional.

Em 1983, o artista assumiu a superintendência do Staden Institut e da Fundação Martius, instituições teuto-brasileiras que visam impulsionar o intercâmbio Brasil/Alemanha. Três anos depois, foi convidado para pintar vários murais no Museu Etnológico de Berlim, por ocasião da exposição comemorativa do descobrimento das tribos do Alto Xingu, por Karl von den Steinen, então diretor daquele museu.

No mesmo período é admitido como membro do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo, onde ocupou o cargo de Diretor de Arquivo e do Museu José Bonifácio, na gestão da diretoria 2001/2003.

Nos anos 90, criou o Projeto Tapajós, que tem por objetivo provar a ocorrência de contatos entre o Velho e o Novo Mundo muito antes do nosso descobrimento, com a participação de pesquisadores do Brasil e do exterior.

Durante a primeira expedição do projeto em 1998, foram registrados 18 sítios arqueológicos, destacando-se o "Santuário da Pedra Preta", em plena selva amazônica.

Paralelamente, as redes de televisão ZDF (Alemanha) e ARTE Francesa) produziram o documentário "O Fantasma da Chapada Diamantina", o qual foi exibido pelo Discovery Channel, mostrando algumas descobertas arqueológicas por ele realizadas.

Em 1999, foi eleito membro da diretoria da Associação Paulista de Belas Artes (APBA), da qual ocupou o cargo de presidente e vice-presidente. Em 2004, Heinz foi eleito Personalidade do Ano pela Academia Brasileira de Arte, Cultura e História e em 2007, membro da diretoria do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo.

Por sua dedicação à arte e culturas brasileiras recebeu a Ordem Marechal Rondon, a Medalha Dom Pedro I e ao longo de sua carreira, ganhou inúmeros prêmios e expôs suas obras em vários países, como: Áustria, Itália, Alemanha, Suíça e Estados Unidos.

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