Em reunião da Comissão Estadual da Verdade Rubens Paiva, presidida pelo deputado Adriano Diogo (PT), foi apresentado o roteiro do filme Orestes, do cineasta Rodrigo Siqueira. No encontro foram abordas questões quanto à produção e gravação de uma das cenas do filme, que simulará um júri, a ser realizada no próximo dia 8/8, no Salão Nobre da Faculdade de Direito na USP, no Largo São Francisco. O filme será uma junção de documentário com ficção e busca retratar na atualidade discussões acerca dos acontecimentos ocorridos durante o período da ditadura militar brasileira. Orestes é personagem de peças teatrais escritas em 458 a.C, na Grécia Antiga, na ocasião ele é julgado por ter matado a própria mãe. No filme de Rodrigo Siqueira, Orestes é filho de uma militante com um agente infiltrado que se passa por guerrilheiro. Com apenas seis anos, o menino vê sua mãe morrer pelas mãos de seu pai durante uma sessão de tortura. Anos depois, Orestes mata seu pai e vai a julgamento. Dividido em dois eixos narrativos, o filme terá diversos julgamentos do mesmo caso, sempre com advogados diferentes. De um lado haverá pessoas comuns discutindo as heranças da ditadura, e de outro, o julgamento promoverá o confronto entre um crime "perdoado" pela Lei da Anistia, de 1979, e um crime comum de homicídio ocorrido nos dias atuais. Ao final, não será apresentado um veredicto, ficará a critério do espectador determinar seu próprio julgamento. Estiveram presentes membros da Comissão Estadual da Verdade, a psicóloga Maria Clotilde Magaldi, o representante da Rede Nossa São Paulo, Sérgio Storch, o defensor público Gustavo Reis, o diretor do Centro Acadêmico da Faculdade de Direito, Renan Perlati, o representante do Diretório Central dos Estudantes (DCE/USP), Michel Lutaif, e representantes do Levante Popular da Juventude, Danilo Cruz e Vitor Polacchini.