Foi realizada nesta terça-feira, 6/8, cerimônia de apresentação do Levantamento do Potencial Solar Paulista. O estudo é uma iniciativa do Governo do Estado de São Paulo por meio da Secretaria de Energia e possui a finalidade de oferecer à sociedade alternativas de sustentabilidade, visando o crescimento econômico e regional. O trabalho busca ainda aumentar o uso de energia renovável de forma descentralizada, reduzir a emissão de gases poluentes, promover o desenvolvimento tecnológico e industrial e gerar novos empregos. A estimativa é de que até 2020 o uso de energia solar seja equivalente a 1 mil megawatts para os setores de hotelaria, habitação popular, residências, usinas, localidades isoladas, comércios, pequenas e médias empresas e estabelecimentos de saúde e ensino. Para melhor compreensão, o levantamento apresentado mostra o potencial paulista na geração de energia solar por meio de 25 mapas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), separados por estações do ano, municípios e regiões administrativas. Isenção de ICMS As ações serão desenvolvidas no âmbito legal estadual, concedendo isenção de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços (ICMS) nas operações com equipamentos e componentes para aproveitamento das energias solar e eólica. O secretário de Estado e Energia, José Aníbal, reiterou que com a exclusão do ICMS as empresas que produzem os equipamentos ou prestam serviço aumentarão a produtividade, gerando empregos e resultando na diminuição dos valores. Mais acessíveis, diversos setores da sociedade poderão aderir aos sistemas de produção de energia pelo uso do sol e do vento. O secretário expôs ainda, que São Paulo possui radiação solar maior que diversos países da Europa, mas que há falta planejamento e de recursos para aprimorar o uso da energia solar. "Estamos aperfeiçoando esse estudo por meio de debates, pois o uso de energias renováveis como o bagaço da cana-de-açucar, energia eólica e solar chegam a produzir a mesma quantia que a usina de Itaipu. Se utilizarmos essas alternativas, em 2020, 69% da energia produzida no estado será limpa", afirmou. Potencial térmico e fotovoltaico Para o subsecretário de Energias Renováveis, Milton Flávio, com este levantamento, São Paulo está na frente dos outros Estados na utilização de energia fotovoltaica. O presidente da Associação da Indústria de Cogeração de Energia (Cogen), Carlos Silvestrin defendeu que o uso de energia solar está decolando no Brasil e, por ser de graça, deve-se utilizar o sol da melhor maneira possível. O diretor de Sistemas Fotovoltaicos da Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee) Leonidas Bispo Andrade explicou que no ano de 2010, a Abinee criou um grupo para discutir e propor a inserção da energia fotovoltaica na matriz elétrica brasileira. A partir de então, mais de 140 empresas se interessaram em aderir esta nova energia. O deputado Luciano Batista (PSB) parabenizou a iniciativa por parte da Secretaria de Energia e afirmou que a Assembleia está disposta a colaborar com o que for preciso para agilizar o processo de implantação da energia. Uso da energia é realidade O Município de Itajobi, localizado no interior do estado é a primeira cidade do Estado de São Paulo e a segunda do país a receber a construção de uma Usina Fotovoltaica (Usina Solar) capaz de produzir 100% de energia limpa. O prefeito de Itajobi, Gilberto Roza, afirmou que está dando continuidade aos trabalhos da gestão anterior e que a implantação da usina é de grande importância, não só para a cidade, mas para servir de incentivo. O prefeito agradeceu a escolha da cidade para abrigar a usina solar. A energia solar é a designação dada a todo tipo de captação de energia luminosa ou térmica proveniente do sol. Posteriormente, a radiação é usada diretamente no aquecimento de água ou ainda convertida em energia elétrica. Para o suprimento de água quente de uma residência de três a quatro moradores, são necessários cerca de 4 m² de coletor. Segundo um estudo realizado pela Universidade Federal de Viçosa- MG, por meio do Atlas Solarimétrico do Brasil, o Estado de São Paulo tem em média sete horas de insolação diária. Com isso, o potencial energético é de 12 TWh/ano, com capacidade de abastecer 4,6 milhões de residências, ou seja, 30% do consumo residencial de todo o Estado. No início deste ano, foram lançados oficialmente pelo governador Geraldo Alckmin, juntamente com o secretário José Aníbal, dois projetos estaduais: o Programa Paulista de Biocombustíveis e o Levantamento do Potencial da Energia Solar Paulista, ambos anunciados durante o 1º Seminário Internacional sobre Biomassa, Biogás e Eficiência Energética. Estiveram presentes o representante do Conselho Estadual de Políticas Energéticas, Ildo Sauer, os deputados do PSDB Ramalho da Construção, Pedro Tobias e Welson Gasparini, e Beto Trícoli do PV.