Livro sobre o funcionamento da Oban e do Doi-Codi é lançado em reunião da Comissão da Verdade
16/08/2013 20:35 | Da Redação - Sillene Coquetti - Foto: Maurício Garcia e Yara Lopes






A Comissão Estadual da Verdade Rubens Paiva presidida pelo deputado Adriano Diogo (PT) recebeu nesta sexta-feira, 16/8, Mariana Joffily, autora do livro "No centro da engrenagem", sobre os interrogatórios da Operação Bandeirantes (Oban) e do Destacamento de Operações de Informações - Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-Codi). A obra tem como tema central analisar o funcionamento técnico e hierárquico dos órgãos de repressão Oban e DOI-Codi.
Segundo Mariana, ela não imaginava que seu livro poderia contribuir com a comissão e que ainda hoje "são aplicadas técnicas de torturas em quartéis e em delegacias, prática não repudiada pela sociedade devido ao fato de programas televisivos exaltarem a violência policial. Exemplo disso é o filme Tropa de Elite".
Oban
A Oban surgiu em 1969, com a justificativa de que combateria a esquerda armada. Polícia e Exército chegaram a conclusão de que seria necessário reunir forças para enfrentar esse "novo desafio".
Em 1936, um congresso de policiais decidiu que as polícias do país juntas enfrentariam o comunismo. No entanto, o estado de São Paulo não aceitou essa unificação. Em 1958, uma nova tentativa foi boicotada pela polícia paulista. Somente em 1969, São Paulo aderiu a uma polícia de âmbito nacional, a Oban.
Com a missão de identificar, localizar e capturar agentes subversivos e destruir ou neutralizar seus núcleos, a Oban teve apoio da indústria e de políticos, como Paulo Maluf, que autorizou melhorias de infraestrutura na sede da Oban. Em um ano de existência da Oban, 111 aparelhos foram estourados, 412 pessoas presas, 313 encaminhadas ao Dops, 48 ao Deic e 15 à Polícia Federal.
DOI-Codi
A Oban institucionalizada tornou-se o DOI-Codi, garantindo a soberania do Exército. Houve aquisição de novos equipamentos, ampliação do prédio utilizado, reorganização dos trabalhos, aumento do número de funcionários de 116 para mais de 300 etc. A entrada dos presos passou a ser documentada, mediante folha de rosto com descrição das atividades realizadas pelo preso, relatório de seu estado de saúde e depoimento, além de pertences recolhidos.
A técnica utilizada era basicamente a mesma, o DOI capturava o suspeito e o interrogava. Depois o preso era encaminhado ao Dops, onde a prisão era oficializada e havia novo interrogatório. Se houvesse divergência nos dois depoimentos, o preso voltava ao DOI até seu relato estar alinhado nos dois órgãos. Os interrogadores entravam as 7h e "trabalhavam" por 24 horas para extrair as informações do preso. Analistas de informação repassavam os depoimentos nas trocas de turnos dos agentes interrogadores. Segundo levantamentos, houve sessões de tortura que duraram 110 horas.
O objetivo da Oban, do DOI e do Dops era destruir a esquerda e o comunismo. O DOI adotou política seletiva de aniquilamento, ou seja, os alvos eram selecionados, sem massacre. Diferente da Oban, que prendia muitas pessoas para chegar ao cabeça do movimento, o DOI efetuava uma pesquisa e capturava diretamente o chefe.
Oficialmente, o DOI foi extinto em 1978, e o prédio que abrigou o órgão, localizado na rua Tutoia, está em processo de tombamento.
O lançamento oficial do livro será no dia 17/8, no Memorial da Resistência em São Paulo.
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