A Comissão de Saúde, presidida pela deputada Telma de Souza (PT) recebeu, nesta terça-feira, 15/10, o secretário estadual de Saúde, David Uip, para falar sobre o andamento da gestão e do desenvolvimento de ações e metas de sua pasta. Ele estava acompanhado pelo secretário-adjunto da pasta, Wilson Pollara. Há 40 dias no cargo, e com 35 anos de experiência na saúde pública, Uip disse que sua gestão procura cuidar de gente, do usuário do sistema de saúde aos profissionais, humanizando o atendimento. Afirmou que seu lema é a absoluta transparência, e que se sente "o secretário da Saúde do Brasil, porque a cada 30 minutos um brasileiro é atendido em São Paulo, pela competência do serviço", e colocou-se à disposição para retornar à comissão quando necessário. O secretário disse que está visitando todos os hospitais da rede estadual na região metropolitana, para conhecer seus problemas e procurar resolvê-los com a máxima rapidez. Estas visitas serão estendidas a todos os hospitais estaduais, para mapear toda a rede. Se houver problemas envolvendo as Organizações Sociais que gerem os hospitais, Uip garantiu que serão apurados. Problemas e questionamentos São dois os principais problemas da saúde pública, segundo Uip: os de gestão e a falta de reajuste da Tabela do SUS. Há também falta de hierarquização no atendimento de saúde, que faz com que 80% dos pacientes procurem os pronto-socorros, em vez de unidades de atendimento primário ou secundário. Muitos parlamentares externaram sua preocupação com a situação das santas casas. Uip lembrou que a situação em todo o país é crítica, pois recebem apenas por 40% dos atendimentos que fazem, por estourarem o teto, o que leva ao caos. A dívida total das santas casas no Brasil ultrapassa dos R$ 50 bilhões, lamentou. Em relação aos às licitações e contratos firmados com a empresa Siemens, para compra e instalação de equipamentos de médicos como de mamografia e ressonância magnética, o secretário afirmou que esses contratos foram firmados a partir de 1998. O valor total é de cerca de R$ 50 milhões e os contratos estão sendo analisados, pela corregedoria, disse. O secretário da Saúde disse que está em estudo um plano de cargos e carreiras da área médica, que remunere e valorize as 14 categorias, com diferencial de salário considerando o local de exercício e com acesso por concurso público. Anunciou ainda a criação de 600 vagas de residência. Diversos parlamentares prestigiaram a reunião da Comissão da Saúde. O secretário respondeu a questionamentos feitos por Gerson Bittencourt, Edinho Silva, Hamilton Pereira, Luiz Claudio Marcolino e da presidente Telma de Souza (todos do PT); Fernando Capez, Pedro Tobias, Carlão Pignatari, Welson Gasparini e Barros Munhoz (estes do PSDB); e Luiz Carlos Gondim (SDD). Analice Fernandes (PSDB) propôs a aprovação de uma indicação pela comissão pedindo ao governo federal o reajuste da Tabela do SUS. No final da reunião, a palavra foi aberta para representantes da população. Ana Rosa Garcia Costa, do Conselho Estadual de Saúde, cobrou fiscalização das Organizações Sociais; Gervásio Foganholi, presidente do SindSaúde-SP, questionou sobre a reforma do Núcleo de Gestão Assistencial da Lapa; e Normaci Souza Sampaio, pediu cumprimento da ação civil pública que ganhou, obrigando a construção de cinco centros de atendimento a autistas.