Moradores da Aglomeração Urbana de Jundiaí compareceram nesta sexta-feira, 18/10, à Câmara de Jundiaí, para debater o Orçamento estadual 2014, numa iniciativa da Comissão de Finanças, Orçamento e Planejamento. A reunião, sob a presidência de Osvaldo Vergínio (PSD), teve por objetivo ouvir as sugestões dos cidadãos ao projeto orçamentário. Os votantes no processo de escolha do tema prioritário para a região definiram educação como principal demanda, seguida de saúde e cultura. Irineu Romanato reclamou do atual quadro da saúde pública, em especial, do Hospital São Vicente. Segundo Romanato, a DRS-7 (Campinas), responsável pela área da saúde em Jundiaí, desconsidera a cidade, tanto que o governo do Estado destinou um aparelho de ressonância magnética a Jundiaí, que jamais foi instalado pela DRS-7. Ederson Felipe, do Movimento Jovem de Jundiaí, denunciou um processo de extermínio da juventude negra no Estado. Cobrou providências com relação à questão do hospital regional, em construção há oito anos. Marcia Bevilaqua, responsável da DRS-7, disse que "dialoga com todos que a procuram" e que o Hospital Regional deve ser entregue em maio de 2014. Novamente o setor de cultura esteve representado numa audiência pública. Maria Alice, da Cooperativa de Cultura, tratou da questão do aporte de R$ 100 milhões ao Proac digitais (programa voltado à cultura popular). Cidadão de Francisco Morato, Roger Neves, representou o Fórum Artes e Políticas Públicas e apoiou o pedido de Maria Alice. Aglomeração Urbana Várias cidades da Aglomeração de Jundiaí também foram representadas na audiência. Wilker Ferreira, secretário de Desenvolvimento de Itupeva, sugeriu a criação do fundo estadual de mobilidade urbana para a Aglomeração de Jundiaí. José Luis Pio, da prefeitura de Itupeva, pediu que o Estado assuma o custeio de seus serviços e desonere as prefeituras. Pleiteou ainda escola técnica para cidade. Marcelo Firmino, de Várzea Paulista, levantou a problemática ambiental, alertando que o rio Jundiaí está comprometido e necessita de projeto de despoluição. Falou ainda da preservação da Serra do Japi. Presidente da Câmara de Louveira, Estanislau Steck, afirmou que sua cidade tem sido prejudicada com problemas na mobilidade urbana. Propôs duplicação em vários trechos da rodovia Romildo Prado. Joaquim da Silva, de associação social de Campo Limpo Paulista, informou que o túnel de Botujuru está com as obras paralisadas e pediu providências. Lembrou ainda a importância da implementação de fato do trem expresso. Vereadores de Jundiaí defenderam os pleitos da cidade. O presidente da câmara, Gerson Sartori, explicou que a rodoviária nova é próxima à rodovia, mas acabou isolada sem a alça de acesso. Falou também que o Hospital Regional não está concluído, apesar de a diretora do DRS-7 dizer que o hospital está efetivado. Sartori afirmou que "efetivado significa funcionando, o que não é fato". Paulo Malerba disse que os investimentos em saúde no município ficam restritos aos aportes federal e municipal. "Já o Estado precisa investir de fato." Reivindicou a recuperação das estradas que passam pela cidade e recursos para o transporte ferroviário. Rafael Purgato propôs a criação do fundo da Aglomeração Urbana de Jundiaí, melhorias no trevo da Avenida Jundiaí com a rodovia Anhanguera e reajuste digno para os professores estaduais. José Adair pediu atendimento a dependentes químicos em Jundiaí: "se fala muito em obras, mas é preciso também falar em seres humanos". José Dias reivindicou alça de acesso entre a rodovia Anhanguera e a rodoviária, recursos para o Hospital Regional de Jundiaí, programa de atendimento a dependentes químicos e a moradores de rua. Demais intervenções José de Almeida, do Sinafresp (sindicato dos fiscais de renda), quer maior dotação orçamentária para Secretaria da Fazenda e mais atenção à categoria de fiscais de renda. Maria Madalena Farias, do Sindsaúde (sindicato dos servidores da saúde), quer mais transparência e interação com o governo estadual, e elogiou a iniciativa da comissão. Douglas Yamagata, presidente do sindicato dos bancários de Jundiaí, solicitou uma universidade pública em Jundiaí. O chefe da Casa Civil de Jundiaí, José Carlos Pires, reforçou os pedidos de obras viárias e de verbas para a saúde. Maurício Hoffman, representante da Secretaria de Planejamento, tem acompanhado algumas audiências públicas da comissão e disse que elaborar Orçamento é um ato técnico e que não se restringe à vontade política. Os deputados se manifestaram ao final da reunião. Jooji Hato (PMDB) destacou a importância de se retomar o transporte ferroviário e de se investir em saúde. Vitor Sapienza (PPS) ressaltou que a questão tributária é complexa, pois a União sempre fica com a maior parte da arrecadação de impostos, o que deixa os Estados e municípios "sempre com o cobertor curto, uma vez que se investe aqui, falta ali". Luiz Claudio Marcolino, líder do PT na Assembleia, disse que a Aglomeração Urbana de Jundiaí não consta na previsão orçamentária para 2014. "É algo que a comissão pode corrigir na elaboração do parecer, de forma a atender os pleitos colocados aqui." Gerson Bittencourt (PT) comentou as prioridades para a região, segundo ele: educação, saúde e mobilidade urbana, este um tema muito citado na reunião. O 1º secretário da Assembleia, Enio Tatto (PT), destacou que o Estado se recusa a aderir a importantes programas federais que poderiam contribuir para melhorar a qualidade de vida do cidadão paulista. Previsão orçamentária Estão previstos investimentos na Região Administrativa de Campinas (que engloba Jundiaí) de: R$ 260 mil para reforma de fóruns; R$ 52,1 milhões para modernização da saúde; R$ 24,3 milhões para Fatecs; R$ 170,1 milhões para Unicamp; R$ 25,6 milhões para a gestão da logística hidroviária; R$ 709 milhões para modernização das rodovias estaduais; R$ 6,1 milhões com a Fundação Casa; R$ 21,5 milhões para programas de acesso aos serviços na área da cidadania e da justiça; R$ 2,2 milhões para polícia técnico-científica; R$ 19,7 milhões para provisão de moradias; R$ 1,5 milhão para CPTM; R$ 93 milhões para penitenciárias; R$ 40,2 milhões para saneamento; R$ 5,1 milhões para combate a enchentes; R$ 2 milhões para assistência jurídica gratuita à população necessitada; e R$ 49,7 milhões para estâncias.