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A Comissão estadual da Verdade Rubens Paiva, presidida pelo deputado Adriano Diogo, ouviu, nesta quarta-feira, 23/10, o bispo Dom Angélico Sândalo, que testemunhou sobre sua participação na imprensa na época da ditadura e suas vicissitudes. Dom Angélico iniciou a carreira de jornalista no Diário de Notícias de Ribeirão Preto, ocasião em que foi convocado pelo Comando do 2º Exército a dar explicações sobre as notícias publicadas no jornal. Posteriormente, veio para São Paulo onde passou a editar o semanário da diocese "O São Paulo". Contou que a ditadura falsificou um número do jornal em que publicou suposta entrevista de Dom Paulo Evaristo Arns em que ele se "desculpava" e fazia uma revisão de sua conduta em defesa dos oprimidos. O jornal, de acordo com Dom Angélico, se posicionava claramente a favor dos oprimidos e explorados da sociedade, em prol da liberdade, da misericórdia e da compaixão. Em 26/6/1976, conta Dom Angélico, o jornal recebeu comunicado do ministro da Justiça sobre a implantação da censura prévia. A partir daí, muitas foram as tentativas de burlar a censura. Dom Angélico mostrou diversas manchetes do jornal, além de outras publicações, como o jornal "Grita Povo", teses e folhetos. Participaram da reunião representantes da igreja, jornalistas da época, ex-militantes e ex-presos políticos, como Douglas Mansur, Gilberto Nascimento, Anivaldo Padilha e padre Julio Lancellotti. "Precisamos nos colocar decididamente na defesa dos pobres e explorados, vítimas do capitalismo liberal", concluiu o bispo.