Lançada a Frente Parlamentar em Defesa dos Municípios Canavieiros

Representantes do setor, imerso em crise nos últimos anos, levantaram problemas que necessitam de solução
23/10/2013 19:02 | Da redação Fotos: Roberto Navarro

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Beth Sahão, coordenadora da frente <a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-10-2013/fg131663.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Reunião da Frente Parlamentar em Defesa dos Municípios Canavieiros<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-10-2013/fg131664.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> A Frente conta com a participação de prefeitos de municípios produtores de cana, especialistas e trabalhadores do setor<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-10-2013/fg131665.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> José Alberto Gimenez<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-10-2013/fg131666.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

Nesta quarta-feira, 23/10, sob coordenação da deputada Beth Sahão (PT), foi lançada, na Assembleia Legislativa, a Frente Parlamentar em Defesa dos Municípios Canavieiros, com a participação de prefeitos de municípios produtores de cana, especialistas e trabalhadores do setor.

Os municípios têm sofrido com problemas no repasse de impostos, que geram dificuldades sociais as mais diversas. Além disso, a crise no setor canavieiro nos últimos anos diminuiu ainda mais a arrecadação, ao mesmo tempo em que determinou a necessidade de mais investimentos, especialmente na área de qualificação para as novas tecnologias.

Edgar Beuclair, da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz da Universidade de São Paulo (Esalq-USP), considera que os mais prejudicados, na atual crise, são os produtores. As exigências de sustentabilidade ambiental " impedindo a queima da cana " requer novas tecnologias que implicam altos custos com os quais poucos fornecedores podem arcar. "Se onerarmos demais, poucos produtores sobreviverão", opinou. Para ele, faz-se necessária a criação de novas tecnologias mais baratas e de políticas públicas que não favoreçam apenas um elo da cadeia.

Analfabetismo e falta de segurança

O representante da Federação dos Empregados Rurais Assalariados do Estado de São Paulo (Feraesp), Aparecido Bispo, afirmou que, além dos problemas da contrapartida justa que os municípios não estão recebendo, há a questão da qualificação profissional para as novas tecnologias, que esbarra no fato de que a grande maioria dos trabalhadores do setor são analfabetos ou semianalfabetos. "É necessário encontrarmos alternativas para estas pessoas que precisam, acima de tudo, de educação", declarou.

Manoel Ortolan, presidente da Canaoeste (Associação dos Plantadores de Cana do Oeste Paulista) também citou o alto custo das novas tecnologias para o plantio e colheita da cana e as exigências ambientais e de segurança, o que tem gerado forte insegurança no campo. "Pequenas propriedades têm sido fortemente penalizadas, causando pânico nos pequenos produtores", revelou. "Temos que encontrar caminhos para resolver estas questões de forma a destravar o setor", declarou.

Para Luiz Paes, do Centro de Tecnologia Canavieira, a mudança no processo produtivo requer altos investimentos. É possível melhorar desde que haja investimentos no setor. "Para tanto", afirmou, "temos que racionalizar as questões ambientais e de segurança", finalizou.

Os prefeitos de Palmares Paulista, Lupércio Bugança Junior, e de Sertãozinho, José Alberto Gimenez, discorreram sobre os problemas enfrentados em seus municípios, especialmente as questões sociais decorrentes dos entraves tributários, e da crise dos últimos anos no setor.

Todos saudaram a criação da frente, considerando-a importante instrumento para o debate sobre o problema e a consequente busca de soluções. Participaram da reunião agentes políticos e entidades do setor, que trouxeram suas experiências, fizeram reivindicações e propuseram soluções para o setor canavieiro, imerso em dramática crise nos últimos anos.

alesp