Os deputados Carlos Giannazi (PSOL), João Paulo Rillo (PT) e Alcides Amazonas (PCdoB), integrantes da Comissão de Educação e Cultura da Assembleia paulista, estiveram na Universidade de São Paulo (USP) na manhã desta quarta-feira, 23/10, para tentar uma audiência com o reitor daquela universidade, João Grandino Rodas. A visita que buscou, sem sucesso, a oitiva do reitor atendeu à convocação feita pela comissão para que o reitor prestasse esclarecimentos sobre o processo de criminalização e perseguição que teria sido promovido pela reitoria da USP contra estudantes, funcionários e professores e sobre denúncias de improbidade administrativa nos anos de 2009 a 2011, que deram origem a ação movida pelo Ministério Público estadual. Contraditório O reitor, por meio de sua chefia de gabinete, esclareceu em ofício, datado de 22/10 e dirigido ao presidente da comissão, João Paulo Rillo, que o prazo regimental estabelecido para atendimento à convocação de autoridades pela Assembleia paulista é de 30 dias. "Ademais as informações constantes do ofício são genéricas e impedem o exercício pleno do contraditório, constitucionalmente garantido, uma vez que dificultam a coleta de dados e informações aptos a esclarecer as dúvidas existentes", diz o documento. O ofício esclarece que "quando os mesmos forem especificados, o prazo de 30 dias, poderá ter início". Lembra, ainda, "que a Reitoria da Universidade de São Paulo encontra-se indevidamente ocupada, o que impede o Reitor de receber quaisquer pessoas". Mobilização Os parlamentares da comissão legislativa, estiveram com estudantes grevistas que ocupam o prédio da reitoria da universidade e os parabenizaram pela mobilização. "É importante chamar a atenção da sociedade para a falta de democracia e a arbitrariedade dentro da universidade. Há suspeitas de improbidade administrativa, malversação de recursos públicos e denúncias de procedimentos administrativos abusivos contra funcionários, mas o reitor, embora convocado pela Assembleia Legislativa, não comparece para ser ouvido pelos parlamentares", disse Giannazi. Os estudantes elogiaram a participação dos deputados no movimento estudantil. Dentre outras reivindicações, eles destacaram o fim da lista tríplice para a escolha do reitor, situação em que três nomes são levados ao governador para que ele manifeste sua escolha. Marcela e Gustavo Rego, do diretório acadêmico estudantil, lamentaram a ausência do reitor num momento de crise como o atual. Para João Paulo Rillo a recusa do reitor em prestar contas e receber os membros da Assembleia Legislativa se configura em uma afronta ao Parlamento.