Moradores e lideranças criticam ausência de consulta popular sobre o túnel Santos-Guarujá

Para manifestantes, traçado escolhido só levou em conta interesses de grandes empresas
11/11/2013 19:38 | Da Redação: Gabriel Cabral Foto: José Antonio Teixeira

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Debora Camilo, Alexandre Cortês, Carlos Giannazi  <a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-11-2013/fg139529.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>  Reunião acontece nesta segunda-feira, 11/11 <a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-11-2013/fg139530.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Debora Camilo, Alexandre Cortês, Carlos Giannazi e Gentil Silva Nunes<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-11-2013/fg139531.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Debora Camilo<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-11-2013/fg139532.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

As desapropriações e a falta de consulta à população sobre a construção do túnel submarino que ligará as cidades de Santos e Guarujá desagradam parte da população da Baixada Santista, que veio à Assembleia para reunião promovida pelo deputado Carlos Giannazi (PSOL) acerca do tema.

Giannazi defendeu que decisões de importância devem sempre ser precedidas de consulta à população das regiões afetadas. Anunciou que levará à Comissão de Direitos Humanos da Assembleia o debate sobre as desapropriações nas regiões litorâneas e o direito das pessoas de serem ouvidas e respeitadas.

O pior traçado

Débora Camilo, advogada e moradora da Macuco, em Santos, criticou que autoridades já levaram todo o projeto de construção do túnel resolvido sem participação popular. Segundo ela, o direito de opinar foi negado pela falta de "embasamento técnico" da população, que, de acordo com a advogada, "não existe por sua própria condição social". Falou também que existiam várias alternativas para o projeto, mas que a pior opção foi escolhida: "o túnel desemboca do centro da cidade de Santos". A advogada discorreu ainda sobre os impactos ambientais e sociais que a obra trará à região.

Morador do bairro Estuário, também em Santos, Alexandre Cortês, empresário, reclamou de como as obras foram iniciadas, sem nenhuma prévia autorização dos moradores. Citou parlamentares, inclusive Telma de Souza (PT), que apoiam os grupos populares que debatem o andamento das obras. Acusou a Dersa de agir com "terrorismo barato", e alertou sobre o fluxo de carros que será levado para dentro da cidade. "Só temos promessas. Não temos traçado, nem estudo."

Impacto socioambiental

"A população não é ouvida com transparência", disse Gentil Silva Nunes, radialista, nascido e residente em Guarujá. Lembrou das promessas feitas e afirmou que os políticos da região estão a favor das grandes empresas, não da população. Afirmou também que o desenvolvimento tem de ocorrer em benefício da população, não em seu prejuízo. Finalizou pedindo aos deputados que a Assembleia acompanhe o impacto socioambiental das obras.

O assessor jurídico do vereador santista Zequinha Teixeira deu apoio ao movimento e se pôs a disposição dos interessados. Luciano China, vereador da cidade do Guarujá, afirmou que o político tem de estar bem informado sobre o que ocorre. Além de também criticar a Dersa, China lamentou que ainda haja pouca participação política e popular nas reuniões sobre o tema. Parabenizou Giannazi pela iniciativa e sugeriu que "toda cidade tenha uma comissão em prol do consumidor na Câmara Municipal".

Com a palavra aberta ao público, Yara Pedro, que também reside em Santos, falou que grandes obras não vêm para beneficiar a população, e que todos os bairros, além do Macuco e do Estuário, sofrerão os impactos que o projeto representa. "A desorganização do governo é tamanha que nem eles estão se entendendo", concluiu.

alesp