O autor argentino do livro Cuentas Pendientes: Los Cómplices Económicos de la Dictadura, Horacio Verbitsky, compareceu à reunião da Comissão da Verdade Rubens Paiva, nesta segunda-feira, 25/11, sob presidência de Adriano Diogo (PT), para falar sobre sua obra. No evento de lançamento, o autor comentou sobre a ditadura argentina e a relação entre os regimes de seu país e do Brasil. Verbitsky desenvolveu o conteúdo de seu livro em parceria com Juan Pablo Bahoslavsky e apresenta este novo trabalho como forma de discussão sobre a experiência argentina na luta por verdade e justiça no que tange a ditadura que ocorreu na Argentina e sobre o apoio civil que implicou no fim do regime militar. De acordo com a pesquisa de Horacio, que já escreveu mais de 20 livros e preside o Centro de Estudios Legales y Sociales (CELS), o terrorismo em seu país tinha grandes parceiros, como o banco Citibank e as automobilísticas Ford e Mercedes Benz. No lançamento de seu livro no Brasil, Horacio falou da preocupação da população argentina em não reacender alguns conceitos da ditadura militar e sobre os grupos familiares que se uniam para denunciar atrocidades do regime. O apoio internacional de Ongs e órgãos de Direitos Humanos, como a Comissão de Direitos Humanos Interamericana, foi importante para o combate à ditadura, destacou o autor. Horacio também falou que quando seus amigos foram sequestrados, os filhos deles passavam o final de semana em sua casa. Na mesma época, a Argentina venceu um grande campeonato esportivo e as pessoas comemoravam na rua, enquanto ele não saiu para bradar a vitória de seu país, sob a ditadura militar. Renan Quinalha, assessor da Comissão de Direitos Humanos e da Comissão da Verdade elogiou o andamento da Comissão da Verdade argentina e lamentou que no Brasil não está havendo o mesmo progresso, uma vez que na Argentina centenas de militares já foram punidos.