Em reunião informal da Comissão de Infraestrutura, presidida pelo deputado Alencar Santana (PT), o secretário de Transportes de Guarulhos, Atílio Pereira, discorreu sobre as dificuldades que a secretaria tem encontrado para levar novas linhas de ônibus a operar na rodoviária daquele município. Atílio falou que os moradores de Guarulhos têm de se locomover até São Paulo para poderem viajar para outros municípios, o que leva até o dobro do tempo do que levaria se esses mesmos viajantes pudessem embarcar na rodoviária de Guarulhos. Atílio comparou a grande quantidade de linhas intermunicipais que operam no aeroporto com as poucas que operam na rodoviária e disse que essa situação tem de mudar porque o aeroporto é um lugar que não tem espaço próprio para esse serviço, enquanto que a rodoviária encontra-se ociosa. Potencial de 70 mil passageiros por mês O depoimento de Atílio foi reforçado pelo do representante da empresa Socicam, Antonino Alibrando, que citou dados sobre as rodoviárias que a Socicam administra (Guarulhos, Tietê, Barra Funda e Jabaquara, entre várias outras no Estado e fora dele), que demonstram que 7% dos usuários do terminal Tietê, cerca de 70 mil passageiros por mês, são de Guarulhos, enquanto o movimento na rodoviária daquele município é de apenas 2,5 mil passageiros por mês. Também foi ouvido o representante do consórcio que opera o aeroporto de Guarulhos, José Cláudio Noronha, que afirmou não ter nada contra que os ônibus com ponto final no aeroporto passem pela rodoviária. Noronha disse ainda que o aeroporto apenas cede espaço no meio-fio para a parada dos ônibus, e local para os guichês onde são vendidas as passagens. "O aeroporto cobra por esses serviços", disse Noronha, que acrescentou que está sendo construído um espaço mais amplo no aeroporto para abrigar melhor os pontos de ônibus. Região metropolitana Paulo Roberto Marufuji, da Artesp, disse que o órgão segue instrução da procuradoria para não promover alterações nas linhas que possam ir além do permitido. Questionado sobre a possibilidade de as linhas que fazem ponto final no aeroporto de Guarulhos passarem a ter ponto de parada também na rodoviária, Marufuji disse que essa mudança no itinerário é possível, porque o acréscimo de percurso está dentro dos limites permitidos. Marufuji disse que a Artesp está finalizando o plano de transportes para São Paulo e que esse estudo servirá de base para nortear novas licitações de linhas. Questionado pelo deputado Alencar Santana sobre a demora da conclusão desse plano, Marufuji disse que os estudos têm de ser refeitos quando acontecem mudanças significativas na estrutura da organização do Estado, como aconteceu em 2011, com a criação da região metropolitana de São Paulo, ou nas leis que regulamentam os direitos dos usuários, como aconteceu quando da aprovação da gratuidade da passagem do ônibus intermunicipal para o idoso. O saldo da reunião ficou por conta das informações de que não há restrição de ninguém para que a rodoviária de Guarulhos possa operar com maior número de linhas e servir melhor a população. "Guarulhos é a segunda maior cidade de São Paulo e é servida por duas das mais importantes estradas do Estado, a Dutra e a Fernão Dias, além da Ayrton Senna, com possibilidades de ligação para cidades litorâneas e do Vale do Paraíba. Por isso não pode depender de rodoviárias fora do município para o deslocamento dos cidadãos", lembrou Alencar Santana. Também participaram da reunião os deputados Marcos Martins (PT) e Dr. Ulysses (PV).