Balanço 2013 - Comissão da Verdade

Março de 2013 foi dedicado às mulheres
06/01/2014 19:36 | Redação: Caroline Leonardo e Gabriel Cabral

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 Ieda de Seixas e Elza Lobo relatam suas experiências à comissão presidida por Adriano Diogo<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-01-2014/fg157858.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Tatau Godinho, Ludimila Frateschi, Clara Sharf, Adriano Diogo, Leci Brandão, Nasaindy de Araújo, Rosalina Santa Cruz e Nailda Martins da Silva em cerimônia de premiação<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-01-2014/fg157859.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

Trabalhos incluíram entrega do Prêmio Beth Lobo e depoimentos de sobreviventes da ditadura

Em março de 2013, Comissão da Verdade Rubens Paiva dedicou suas audiências às mulheres militantes que desapareceram e foram torturadas durante a ditadura militar. No período, a comissão ouviu depoimentos sobre o caso de Isis Dias de Oliveira e Paulo César Botelho Massa, militantes da Ação Libertadora Nacional (ALN) e estavam na clandestinidade quando foram presos juntos. Suas mortes constam como se tivessem ocorrido no mesmo dia de suas prisões, em 31/1/1972.

Também foram ouvidos depoimentos de amigos e familiares de várias combatentes da Guerrilha do Araguaia, como Helenira Rezende de Souza Nazareth, Luiza Augusta Garlippe, Maria Lucia Petit da Silva e Suely Yomiko, todas militantes do PCdoB.

Prêmio Beth Lobo

A Comissão de Direitos Humanos, juntamente com a Comissão estadual da Verdade, entregou no dia 11/3/2013 o Prêmio Beth Lobo de Direitos Humanos das Mulheres às pessoas, entidades e movimentos sociais que lutam pela defesa dos direitos das mulheres e pelo enfrentamento à violência contra elas.

Entre as premiadas estavam Ñasaindy Barret de Araújo, Eleonora Menicucci de Oliveira, Damaris Lucena, Ilda Martins da Silva, Izaura Silva Coqueiro, Pedrina José de Carvalho, Elzita Santa Cruz, Clara Charf e Eunice Paiva.

Em memória, o prêmio homenageou Zuleika Alambert (1922-2012) e Marcia Yajgunovitch Mafra (1947-2011), "símbolos da luta pela redemocratização do país", afirmou Adriano Diogo.

Mulheres fortes

Ieda Seixas e Elza Lobo foram torturadas e mantidas presas ao lado de familiares durante a ditadura militar. Ieda e sua mãe ficaram juntas na Torre das Donzelas, onde a presidente Dilma Rousseff também ficou. Torturada e violentada sexualmente, Ieda sobreviveu, mas continuou sendo vigiada por muitos anos. Seu pai não teve o mesmo destino: foi assassinado. Elza foi levada a lugares de onde os outros presos não se lembravam da existência. Foi submetida a interrogatório e torturada na cadeira do dragão, com choques nos dedos e nos órgãos genitais. Elza também ouviu os gritos de outras vítimas da ditadura e ressaltou o ferimento que a tortura traz aos submetidos. No dia 4/3/2013 a comissão tratou da morte de Iara Iavelberg, companheira do guerrilheiro Carlos Lamarca cuja história está retratada no livro "Iara, uma Reportagem Biográfica", de Judith Lieblich Patarra.

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