Em 1973, as forças golpistas chilenas atacaram o palácio presidencial La Moneda com a intenção de depor o presidente Salvador Allende. Cercado por tropas do exército, o chefe de governo eleito democraticamente cometeu suicídio com a arma que lhe fora dada por Fidel Castro. A partir disso, o exército apoiado pelo imperialismo americano assumiu o governo no Chile. O golpe afetou fortemente os brasileiros, principalmente os que estavam presos, pois eles viram cair por terra a esperança de asilo no Chile, país que tratou muito bem os refugiados brasileiros da ditadura militar. "As histórias trágicas do Brasil e do Chile se parecem muito, e isso nos aproxima", afirmou Ivan Seixas, coordenador da Comissão estadual da Verdade Rubens Paiva, que em setembro de 2013 realizou um ato solene para relembrar a queda de Allende. Renan Adolfo Morales, responsável no Brasil pelo Partido Comunista Chileno, fez uma retrospectiva da história do Chile desde a eleição do presidente chileno. Durante o ato houve apresentação do grupo Canto Livre, que executou uma versão musical do último discurso de Allende. Igreja e tortura As audiências do mês também contaram com a presença do escritor e jornalista Kenneth Serbin, que morou no Rio de Janeiro de 1986 a 1991, onde pesquisou durante anos a formação do clero brasileiro e atuação da Igreja Católica durante o regime militar. Serbin também informou que a Igreja só mudou sua posição ao tomar conhecimento dos abusos praticados pelos militares. "Não posso imaginar um ser humano deformado daquele jeito", disse José Nivaldo Jr. na audiência pública da comissão que tratou dos casos dos militantes do Partido Comunista Revolucionário (PCR) Manoel Lisboa de Moura e Emmanuel Bezerra dos Santos. Lisboa e Bezerra foram dados como mortos oficialmente após troca de tiros com a polícia, sendo que a verdadeira causa da morte teria sido por tortura no DOI-Codi de Recife.