Frente Parlamentar em Defesa da Malha Ferroviária discute trecho paulista da Ferrovia Norte-Sul

Escoamento da produção agrícola é uma das metas
22/01/2014 16:32 | Da Redação - Josué Rocha Fotos: Marco Cardelino

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Bento José de Lima<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-01-2014/fg158112.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Bento José de Lima, Mauro Bragato e Welson Gasparini<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-01-2014/fg158113.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Deputados durante debate sobre ferrovias<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-01-2014/fg158115.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

Em abril de 2013, os deputados que integram a Frente Parlamentar em Defesa da Malha Ferroviária, presidida pelo deputado Mauro Bragato (PSDB), ouviram o diretor de operações da estatal Valec - Engenharia, Construções e Ferrovias, Bento José de Lima. A empresa pública, vinculada ao Ministério dos Transportes, tem concessão para a construção e operação da Ferrovia Norte-Sul.

O traçado da Ferrovia Norte-Sul interliga as regiões norte e nordeste ao sudeste e sul do país. O projeto da ferrovia tem a finalidade de minimizar os custos de transporte de longa distância no Brasil e permitir o escoamento da produção agrícola dessas regiões, através da conexão de mais de cinco mil quilômetros de ferrovias privadas. O trecho paulista da ferrovia pode utilizar estrutura da malha já existente.

Antiga malha

Contudo, prefeitos e vereadores das cidades sob área de influência do traçado e representantes de sindicatos do segmento ferroviário manifestaram suas preocupações com o eventual aproveitamento da antiga malha ferroviária paulista, resultante da privatização da Fepasa e hoje operada pela América Latina Logística (ALL). Os participantes da reunião apontaram para as indefinições e para a demora na implantação das modificações em relação ao projeto inicial.

Bento José de Lima comentou que é possível que o aproveitamento da antiga malha aconteça, mas respeitando a realidade atual, uma vez que a produção agrícola da região foi muito ampliada. Lima ressaltou que os itinerários ainda estão em estudo e admitiu que o relacionamento da Valec com a atual concessionária da rede paulista não tem sido fácil.

O traçado da Ferrovia Norte-Sul entre Belém (Pará) e o município de Panorama (São Paulo) tem extensão de 3.100 quilômetros. Ainda estão sendo apresentados projetos que pretendem expandir a ferrovia até o porto de Rio Grande, no Rio Grande do Sul. A Valec foi autorizada a realizar estudos de viabilidade técnica, econômica e ambiental para que possam ser prolongados mais 1.600 km. O projeto da ferrovia é atravessar o Brasil de norte a sul, interligando, em diversas regiões, à malha ferroviária já existente, como já acontece entre os outros meios de transporte.

O representante da Valec explicou que o projeto inicial da ferrovia previa a construção de 1.574 quilômetros de trilhos, atravessando os estados do Maranhão, Tocantins e Goiás. Mas, em 2006, foi incorporado o trecho Açailândia-Belém e, em setembro de 2008, o trecho foi estendido até a cidade paulista de Panorama.

Prolongamento em estudo

Inicialmente o projeto seria interligado à ferrovia dos Carajás, em Açailândia, no Maranhão, e à ferrovia Centro Atlântica, em Anápolis. No entanto, foi modificado para atender a mais cidades, conectando-se, além do porto de Belém, à Ferrobran, em Estrela D´Oeste, em São Paulo, e depois à Panorama.

O prolongamento do projeto até o porto de Rio Grande, no Rio Grande do Sul, está em estudo, assim como o seu ramal de 750 km que irá de Panorama a Porto Murtinho, no Mato Grosso do Sul, trecho que vem sendo denominado de ferrovia do Pantanal. Esse trecho abre possibilidades de desenvolvimento e negócios com a construção de ramais, como os de Brasília e Goiânia, considerados dois dos maiores mercados do Planalto Central brasileiro.

Em reunião da frente parlamentar em 4/12/2013, Mauro Bragato relatou que mobilização para a expansão do modal ferroviário no Estado e no Brasil tem sido contínua, e que esteve em Brasília para conversar sobre a expansão da Ferrovia Norte-Sul, mas lamentou a dificuldade de obter informações mais precisas do governo federal sobre o assunto.

Expansão e revitalização

Participou desta reunião o secretário estadual dos Transportes, Jurandir Fernandes que, na presença da vários prefeitos e vereadores da região de Campinas e Sorocaba, apresentou, em vídeo e mapas, os projetos de sua pasta para a expansão ferroviária em direção ao interior paulista.

Falou sobre a revitalização de mais de 200 quilômetros de vias férreas; do início de novas obras metroviárias e entrega de estações em 2014 e 2015; e sobre parcerias público-privadas para construção e operação de novos trechos. Ele confirmou o início da operação de trecho do monotrilho que interligará a Vila Sônia até o aeroporto de Congonhas para 2014.

Fernandes apontou também os quatro principais eixos que ligam o interior à capital, sendo que o Anhanguera/Bandeirantes é o mais importante do ponto de vista econômico, pois essa região comporta, segundo a exposição, mais de 15% do PIB (produto interno bruto) do Estado de São Paulo.

alesp