Contabilizamos nos primeiros dois meses do ano pelo menos 22 ataques contra o Estado. Infelizmente, a Polícia Militar de São Paulo perdeu mais de duas dezenas de policiais militares, de forma que temos convicção em afirmar que os ataques são uma afronta ao Estado. Em sua grande maioria, os policiais que morreram estavam sozinhos e em uma situação de difícil reação. O resultado não poderia ser outro. Muitos foram "executados" com inúmeros tiros. Alguns saindo de casa para o trabalho; outros voltando do trabalho; e mais: policiais foram "executados" na frente dos filhos e esposas. Enquanto as autoridades do governo federal não modificarem o Código Penal arcaico, os mais fracos permanecerão vítimas da impunidade. O sentimento de que nada vai acontecer com quem comete um crime é tão grande que não existe mais faixa etária. Brigar pela diminuição da maioridade penal não tem mais sentido, pois adolescentes com 10, 11, 12 anos estão matando friamente. São os garotos de recado da criminalidade. O correto seria existir punição para todos os indivíduos, independentemente da idade. Entendo que um País não deve focar toda sua atenção em um único assunto, mas o tempo que perdemos para alguns projetos megalomaníacos poderia ser mais bem aproveitado se o Congresso Nacional e o Palácio do Planalto decidissem enfrentar, e de frente, a criminalidade. Enquanto empurramos os nossos problemas para debaixo do tapete, os policiais continuam morrendo. A população continua refém da impunidade. O Brasil não pode continuar assistindo a verdadeiros atentados contra o Estado e fingir que está tudo bem. Aproveito para homenagear aqueles que foram executados por marginais favorecidos pela IMPUNIDADE. Meus sentimentos aos familiares dos policiais, que foram "assassinados" porque representam a figura do Estado. *Rafael Silva é deputado estadual pelo PDT. Foi presidente da Frente Parlamentar em Defesa dos Policiais Paulistas na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo rsilva@al.sp.gov.br