Delegado do Centro de Homicídios de Campinas fala sobre assassinatos

Doze jovens foram mortos na noite de 13 de janeiro de 2014
08/04/2014 19:59 | Da Redação: keiko Bailone Fotos: Roberto Navarro

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Adriano Diogo <a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-04-2014/fg160492.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>  Delegado Licurgo Nunes da Costa, do departamento de Polícia Judiciária do Interior<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-04-2014/fg160494.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Célia Leão <a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-04-2014/fg160495.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Reinaldo Eliseu Giordano Gomes e Pedro Guedes<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-04-2014/fg160496.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>  Assassinatos ocorridos em Campinas são tema da reunião da  Comissão Direitos Humanos <a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-04-2014/fg160498.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Rui Pegolo <a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-04-2014/fg160499.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Delegado do Centro de Homicídios fala sobre assassinatos ocorridos em Campinas<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-04-2014/fg160500.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

A Comissão de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana, da Cidadania, da Participação e das Questões Sociais (CDH) ouviu nesta terça-feira, 8/4, esclarecimentos do delegado do Centro de Homicídios, Rui Pegolo, sobre os 12 assassinatos ocorridos em janeiro deste ano, em Campinas.

Pegolo veio acompanhando o delegado Licurgo Nunes da Costa, do departamento de Polícia Judiciária do Interior, convocado pela CDH, presidida pelo deputado Adriano Diogo (PT). Além do delegado Licurgo, estiveram presentes à reunião o tenente coronel Reinaldo Eliseu Giordano Gomes, comandante do 47º Batalhão de Polícia de Campinas e o tenente coronel Pedro Guedes, adjunto da Corregedoria Geral do Estado de São Paulo, também convocados pela CDH.

O delegado Rui Pegolo contou que, na noite do dia 12/1, um policial militar foi morto em um posto de gasolina. Ele estava à paisana, acompanhado da família, desarmado, e foi vítima de latrocínio. Segundo Pegolo, esse caso foi esclarecido e não houve conexão com os assassinatos ocorridos na noite do dia 13/1, quando, em quatro horas, a partir das 21h30, houve 12 mortes em oito locais diferentes, sendo em alguns casos, homicídios múltiplos.

Desses 12 assassinatos, a polícia civil, que montou força tarefa conjunta com o Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa, o DHPP de São Paulo, logrou êxito no caso ocorrido às 21h40. Joabe, de 20 anos, foi pego roubando carro com outros dois jovens, um maior e outro menor de idade. "Eles foram abordados, Joabe foi morto e, através da oitiva de um comparsa que fugiu, chegamos aos cinco policiais militares, atualmente em prisão preventiva", contou Pegolo.

Segundo ele, as investigações continuam e o próximo passo será tentar identificar se esse grupo de policiais participou ou não da chacina das outras vítimas.

Ao responder às indagações do presidente da CDH, deputado Adriano Diogo (PT), Pegolo respondeu que "há características de execução no caso Joabe e nos demais assassinatos, pois a perícia constatou que os tiros foram na cabeça". Ele esclareceu, ainda, que os cinco policiais militares não estavam fardados e não usavam disfarces. Quanto aos jovens assassinados, Pegolo disse que as vítimas tinham antecedentes criminais.

Temor superado

O tenente coronel Reinaldo Eliseu Gomes relatou que, após os assassinatos, e apesar de terem ocorrido em comunidades distantes cinco quilômetros uma da outra, houve um temor por parte dos parentes de jovens mortos, mas isso já foi superado.

Gomes frisou que os assassinatos ocorreram em comunidades carentes, onde policiais militares prestam assistência social. Contou ainda que os cinco policiais militares acusados serão julgados pela Justiça comum. Ao ser questionado pelo deputado Adriano Diogo sobre a data de ingresso desses policiais na corporação, observou que dois deles eram PMs há 14 anos.

O delegado Licurgo Nunes da Costa, coordenador dessas investigações, explicou que a Polícia Civil de Campinas instaurou oito inquéritos para apurar os assassinatos em separado, os quais encontram-se sob competência do DHPP de São Paulo, desde que foi transferido. Aliás, justificou sua ausência na última audiência da CDH, a despeito da convocação, porque a data e horário coincidiram com o dia da transmissão de cargo para seu sucessor.

Dois deputados da região de Campinas, Célia Leão (PSDB) e Edmir Chedid (DEM), apesar de não serem membros da CDH, fizeram questão de comparecer à reunião e elogiaram a gestão do delegado Licurgo Nunes da Costa.

Contaminação da USP Leste e estudo da violência

Nesta reunião, antes da oitiva das autoridades, foram aprovados três requerimentos que constavam da pauta ordinária e outros dois, por admissibilidade dos presentes. No primeiro requerimento, o deputado Adriano Diogo, autor de outros dois, solicitou a realização de uma audiência pública "referente ao processo de contaminação do solo onde se encontra instalada a USP Leste", com convite para um representante da Cetesb, um da Secretaria da Educação e ao reitor da USP.

Os deputados presentes à reunião - Carlos Bezerra Jr. e Hélio Nishimoto, do PSDB; Marco Aurélio de Souza e Professor Tito, do PT; Leci Brandão, do PCdoB; e Rita Passos, do PSD -, aprovaram também a licença de Adriano Diogo para representar a Comissão estadual da Verdade em um ato, que será realizado em Paris, em memória dos 50 anos do golpe militar.

O terceiro requerimento de Adriano Diogo trata da criação de uma subcomissão do estudo da violência no Estado de São Paulo. O quarto, em coautoria com o Professor Tito, diz respeito à realização de evento, no próximo dia 14/5, sobre as formas de resistência encontradas pelos afrodescendentes, para manter suas tradições, referências políticas e culturais africanas.

O último requerimento, de autoria do deputado Fernando Capez (PSDB), solicita convite ao delegado titular da 6ª Delegacia de Polícia do Metropolitano (Delpom), com o objetivo de prestar à CDH informações sobre as ocorrências de abuso sexual nos trens do Metrô e da CPTM.

alesp