Falta de políticas públicas para obesos é abordada em reunião

Causas da obesidade e preconceito são tratados em encontro multidisciplinar
28/04/2014 20:06 | Da Redação: Gabriel Cabral Fotos: Vera Massaro

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Célia Leão <a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-04-2014/fg161210.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Reunião na Assembleia trata da falta de políticas públicas para obesos<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-04-2014/fg161211.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Edina dos Santos Rosa<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-04-2014/fg161212.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Valter Nakagawa, Marco Aurélio Santo e Célia Leão<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-04-2014/fg161213.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Público presente na tarde desta segunda-feira, 28/4 <a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-04-2014/fg161214.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Valter Makoto Nakagawa<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-04-2014/fg161215.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Mara Gabrili <a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-04-2014/fg161216.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Edina dos Santos Rosa <a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-04-2014/fg161217.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>  Valter Makoto Nakagawa e Marco Aurelio Santo<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-04-2014/fg161218.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Público presente <a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-04-2014/fg161219.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Marco Aurelio Santo<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-04-2014/fg161220.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

Questões que abordam a obesidade da população foram tratadas na reunião presidida por Célia Leão (PSDB), nesta segunda-feira, 28/4. A deputada federal Mara Gabrilli (PSDB/SP) também participou do evento e falou da importância da criação de políticas públicas para obesos e sobre o preconceito que ainda há contra esses cidadãos. Para falar sobre a área médica e científica, compuseram a mesa Valter Makoto Nakagawa, da Associação Brasileira de Nutrologia (Abran), e Marco Aurélio Santo, da Secretaria Estadual de Saúde.

Mara Gabrilli afirmou que vem realizando diversas audiências públicas sobre deficiências e, também, sobre a obesidade. De acordo com a deputada federal, a criação dessa reunião surgiu da demanda que tem recebido de problemas enfrentados por obesos no dia a dia. Lembrou da dificuldade desses cidadãos no transporte público com relação ao espaço das cadeiras e catracas, assim como em aviões, quando há necessidade de se comprar uma segunda cadeira.

A deputada federal também lembrou os problemas de saúde causados pelo sobrepeso e o preconceito que existe contra os obesos. "Deficientes são as cidades, e não as pessoas. As cidades é que não foram feitas para receber todo tipo de pessoa", disse a parlamentar.

Preconceito

"Obesidade não é fruto de preguiça. Até pouco tempo as pessoas falavam isso do obeso, mas é uma grande mentira, porque a ciência trouxe à tona a existência de vários problemas genéticos", disse Valter Makoto Nakagawa ao explicar que foram descobertos mais de 500 genes que provocam a obesidade em pessoas.

O médico também afirmou que o acúmulo de gordura no corpo desencadeia problemas de saúde que vão da cabeça aos pés. AVCs, problemas psíquicos, visuais, pulmonares, intestinais e cardíacos, como infarto, ronco, apneia e cânceres, além de enfermidades em articulações, como artrite, foram algumas das patologias exemplificadas por Nakagawa, que também atribuiu a obesidade infantil ao fato de crianças terem fácil acesso a produtos muito calóricos, além de "ficam enclausuradas dentro de suas casas sem praticar esportes".

Obesidade é doença

O reconhecimento da obesidade como doença foi um dos destaques de Marco Aurélio Santo. O médico também afirmou que a enfermidade é "uma doença complexa, crônica e difícil de ser combatida". Disse também que ela desencadeia outras doenças, como pressão alta e diabetes. Aplicar atitudes preventivas na sociedade também tem sua relevância, disse o representante da Secretaria Estadual de Saúde.

A professora de história Édina dos Santos Rosa, que representou no evento a Secretaria Estadual da Educação, reconheceu os erros cometidos em concursos públicos que estabeleciam como condição para a admissão de docentes um limite no Índice de Massa Corpórea (IMC). Ela também relatou os esforços da Secretaria da Educação para tornar a alimentação dos alunos mais saudável.

Padrões estéticos

Elinton Adami Chaim, representante da Superintendência do Hospital das Clínicas da Universidade de Campinas (Unicamp) refletiu sobre a história da obesidade. Contou que no séculos 17 e 18, o sobrepeso era sinônimo de poder, pois denotava fartura e prosperidade. Já no século 19, por influência religiosa, o acúmulo de gordura no corpo passou a denunciar o pecado da gula. "No século 20, devido à mídia, o obeso passou a ser negado por questões estéticas, dando o espaço positivo apenas ao magro. No século 21 ainda teremos que mudar essa cultura".

Chaim também entrou no campo educacional e criticou a falta de qualificação dos professores para tratar do assunto, como, por exemplo, nas aulas de educação física. "A obesidade sempre existiu, mas hoje está mais evidente porque virou uma epidemia mundial", disse.

"Gordo Pensando"

Léo Coutinho, escritor do livro Gordo Pensando, se submeteu a cirurgia bariátrica e emagreceu 55 quilos. "Eu sou gordo", disse Coutinho sobre sua forma física, mesmo depois da gordura eliminada. O escritor justificou sua afirmativa sob a ideia de que a cirurgia não resolve completamente o caso. Ele comparou a obesidade ao alcoolismo, quando nunca se está curado. "Dieta, exercícios e escovar os dentes são coisas que apenas dão certo quando fazemos todo dia", disse Coutinho, que relatou sua decisão de realizar a cirurgia quando lhe foi dito que futuramente o excesso de gordura lhe traria problemas de saúde.

A reunião também contou com a participação de médicos e obesos que relataram suas histórias, entre eles o caso da blogueira Glenda Alcântara Torres, que é obesa e escreve sobre o assunto na internet.

alesp