Delegado e coronel negam ter havido chacina em represália à morte de PM


13/05/2014 21:36 | Da Redação: Keiko Bailone Fotos: Roberto Navarro

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Adriano Diogo e Antônio Mestre Junior, delegado<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-05-2014/fg161800.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Reunião da Comissão de Defesa da Pessoa Humana desta terça-feira, 13/5 <a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-05-2014/fg161801.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> José Goncalves de Souza e Denilson Miotto <a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-05-2014/fg161882.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Adriano Diogo, Antônio Mestre Junior, José Goncalves de Souza e Denilson Miotto <a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-05-2014/fg161883.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Adriano Diogo <a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-05-2014/fg161884.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

Primeiro a ser ouvido pela Comissão de Direitos Humanos reunida nesta terça-feira, 13/5, o delegado Antônio Mestre Júnior, da 8ª Delegacia Seccional de Polícia, afirmou que "jamais haveria ordem de apertar a rocha até aparecer um culpado; nossos policiais não cumpririam essa ordem e se a cumprissem seria uma mortandade sem fim". Foi sua resposta ao presidente da CDH, deputado Adriano Diogo (PT), ao ser questionado sobre a ligação entre a morte de três jovens, na região de Sapopemba, zona leste da capital, e o assassínio do policial militar Edemar Rodrigo Gomes, de 21 anos. O PM foi morto no dia 23 de dezembro do ano passado e a suposta execução de três jovens - Edeilton dos Santos Ferreira, Dentinho e Cícero Pereira de Camargo -, ocorreu no dia 27 de janeiro deste ano.

O tenente coronel José Gonçalves de Souza foi igualmente enfático ao declarar que "a chacina não teve nada a ver com a morte do policial militar; as mortes ocorreram em locais diferentes; não teve vingança".

Região de alto risco

Ambos foram também unânimes em afirmar que a região onde ocorreram os crimes - Jardim Elba e Ilha -, é de alto risco. Segundo números apresentados pelo delegado, de 1º de novembro do ano passado até 30 de abril deste ano, ocorreram 287 furtos de carros; 10 homicídios; 137 lesões corporais dolosas; 868 roubos comuns; 7 roubos em ônibus; 42 roubos de carga; 737 roubos a mão armada e 97 menores infratores apreendidos. "Esses números se referem a uma comunidade de apenas 400 habitantes", frisou Mestre Júnior.

O tenente coronel Gonçalves trouxe levantamento feito pela PM para justificar seu relato sobre a violência da região: haveria pessoas procuradas pela polícia e 196 egressos de penitenciárias morando no Jardim Elba.

Denúncias

Antes da audiência dos dois convidados, Adriano Diogo havia informado que costumava frequentar a região e estivera no Jardim Elba justamente nos dias que se sucederam ao assassínio do jovem PM. Ouvira, então, da comunidade, denúncias de abusos de toda sorte por parte da PM, toque de recolher, caso de aborto de gêmeos, em decorrência da brutalidade dos interrogatórios, feitos, inclusive, na frente de crianças.

O tenente coronel Gonçalves disse que essas denúncias foram apuradas, mas não se comprovaram. "Lá é complicado", afirmou, contando sobre os frequentes conflitos entre traficantes por causa de pontos de drogas. "Eles mesmos fazem o julgamento de um e outro, há muita cobrança entre eles mesmos. Daí, atribuem a morte à PM".

"Não compactuamos com coisas armadas; somos agentes da lei; só somos implacáveis com aqueles que agem de forma ilegal", enfatizou Gonçalves, que entretanto assumiu a possibilidade de ter sido feita uma "varredura" na comunidade após a morte do PM Edemar Rodrigo Gomes.

Investigações

A investigação sobre o assassinato do policial militar está em fase conclusiva, segundo o delegado Mestre Júnior. O PM morreu em consequência de dois tiros (um no rosto e outro no crânio), no momento em que perseguia um indivíduo que havia roubado uma moto. Um suspeito, preso por tráfico de entorpecente, confessou o crime e está preso.

Sobre a chacina dos três jovens, o delegado Mestre Júnior e o tenente coronel Gonçalves informaram que as investigações estão sendo feitas pelas Corregedorias das polícias Militar e Civil e pelo Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP), razão pela qual não sabiam de detalhes.

Requerimentos e pareceres aprovados

Antes da audiência sobre a violência ocorrida em Sapopemba, os deputados presentes à reunião - Carlos Bezerra Jr. e Hélio Nishimoto (ambos do PSDB); Beth Sahão e Marco Aurélio (ambos do PT); Gilmaci Santos, do PRB e Rita Passos, do PSD - aprovaram requerimentos e pareceres a projetos de lei.

Dois requerimentos, de autoria da deputada Beth Sahão e Adriano Diogo, solicitaram audiência pública para buscar medidas e coibir casos de linchamento, como o ocorrido recentemente no município de Guarujá, com a dona de casa Fabiane de Jesus.

Três requerimentos de convite de autoria do deputado Carlos Giannazi (PSOL) foram aprovados, ficando prevista a oitiva do diretor técnico do departamento de Perícias Médicas do Estado de São Paulo (DPME), Valter Haddad, para prestar esclarecimentos sobre licenças médicas; a coordenadora-geral de Gestão de Recursos Humanos da Secretaria Estadual de Educação, Cleide Bauab Edi Bochixio, para explicar sobre atrasos, erros e burocracia na concessão de aposentadoria; e o diretor do Instituto de Biociências da USP, Carlos Eduardo Falavigna da Rocha, para explicar sobre denúncias de assédio moral e perseguição política ao servidor Marcelo Cardagi devido a participação em greve.

A pauta completa desta reunião pode ser consultada no Portal da Assembleia (al.sp.gov.br), no link Comissões. A íntegra das proposituras e sua tramitação podem ser consultadas no link Projetos.

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