Audiência Pública fala sobre a repressão de negros na ditadura

Na reunião foram expostas dificuldades que a população negra ainda encontra nos dias de hoje
16/05/2014 18:37 | Da Redação:Lorrane Santos - Foto: Roberto Navarro

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A Comissão estadual da Verdade Rubens Paiva realizou audiência sobre repressão a negros durante a ditadura<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-05-2014/fg162087.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

A Comissão estadual da Verdade Rubens Paiva, juntamente com a Comissão de Direitos Humanos e o SOS Racismo promoveu, no dia 13/5, audiência pública sobre a repressão aos negros no período da ditadura militar.

A reunião foi aberta com a leitura de um manifesto expondo que os negros foram alvo do sistema econômico imposto pelo regime golpista e racista da época, intensificando a exclusão da população negra.

A Comissão da Verdade apresentou um levantamento mostrando que dentre os 437 mortos e desaparecidos políticos no período da ditadura, 42 eram negros. Carlos Marighella e Helenira de Souza Nazareth são alguns dos guerrilheiros assassinatos.

A repressão continua

José Arcanjo Araújo, grevista nos movimentos do ABC paulista na época, foi um dos participantes da audiência. Ele acredita que a repressão policial racista estabelecida na ditadura permanece até os dias de hoje e que muitos negros ainda sofrem com ela. "Dizem que a ditadura passou. Mas a tortura continua nos porões das delegacias, principalmente para os negros."

O ator Carlos Costa apontou que a violência policial em relação aos negros ou pardos já acontecia antes mesmo do golpe dos militares, quando a Força Pública reprimia artistas e foliões que se manifestavam através do samba e em carnavais de rua.

Para Araújo, é importante que as novas gerações conheçam toda a trajetória de luta enfrentada pela sociedade para alcançar seus direitos, e que a partir disso saibam valorizá-la.

alesp