Funcionários do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, que trabalham em São Paulo, estiveram, no dia 26/6, em audiência com o deputado Carlos Giannazi (PSOL), com o objetivo de sensibilizar os deputados estaduais para que intervenham junto às suas bancadas em Brasília para abrir diálogo com o Ministério do Planejamento. Giannazi disse que já entrou em contato com a bancada do PSOL em Brasília, e que os parlamentares apresentaram requerimento à Comissão Mista do Orçamento convocando a presidente do IBGE, Wasmália Barata Bivar, e a ministra do Planejamento, Orçamento e Gestão, Miriam Belchior, para prestarem esclarecimentos sobre a gestão do instituto e o andamento das negociações com os grevistas. Suzana Lage Drumond, diretora do Sindicato Nacional dos Trabalhadores do IBGE afirmou que o governo não abriu o diálogo com os trabalhadores e a diretoria do instituto tem tomado medidas punitivas, como o desconto dos dias parados e ação na justiça para forçar o comparecimento de 70% da categoria durante a greve. O IBGE hoje, por redução do orçamento e o do número de profissionais qualificados, foi abrigado a adiar a Contagem da População de 2015 para 2016. Este corte orçamentário vai adiar a inclusão do número de moradores de rua na contagem populacional, dado não atualizado desde os anos 80, e pode impactar a distribuição de verbas do Fundo de Participação dos Municípios, que é baseada no número da população por cidade. A substituição do quadro efetivo por temporários vai contra, segundo os técnicos, a valorização dos trabalhadores. Hoje, segundo os dados apresentados no encontro, o IBGE conta com 580 agências, das quais 140 funcionam com apenas um trabalhador efetivo e 180 com apenas dois. Contra a precarização do instituto, os funcionários pedem abertura de concursos públicos e reversão dos cortes orçamentários, com equiparação dos seus salários aos de carreiras do Ciclo de Gestão (Banco Central, IPEA, CVM, Susep).