Audiência das comissões nacional e estadual da Verdade ouvem ex-militante da AP

Capitão acusado das sevícias contra a depoente deverá ser ouvido em breve
01/09/2014 18:03 | Da Redação Foto: José Antonio Teixeira

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Derlei Catarina de Luca<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-09-2014/fg164911.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Rosa Cardoso, coordenada  da Comissão Nacional da Verdade<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-09-2014/fg164912.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Ivan Seixas, Adriano Diogo, Rosa Cardoso e Derlei Catarina de Luca<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-09-2014/fg164913.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

Em audiência conjunta das comissões nacional, coordenada por Rosa Cardoso, e estadual da Verdade, presidida pelo deputado Adriano Diogo (PT), nesta segunda-feira, 1º/9, foi ouvida Derlei Catarina de Luca, que durante a ditadura foi presa e torturada por agentes da ditadura, entre eles o capitão Homero Cesar Machado. Ele deverá ser ouvido pela comissão nacional.

Derlei era professora e estudante de pedagogia quando militava na Ação Popular (AP) e foi presa em uma lanchonete na rua Vergueiro, bairro da Vila Mariana, em São Paulo. Confundida com Maria Aparecida Costa, membro da Aliança Libertadora Nacional (ALN), Derlei foi levada para a sede da Operação Bandeirantes (Oban), um dos braços das forças repressivas do Estado, e torturada por vários militares, entre eles o capitão Maurício Lopes Lima, que deu uma coronhada em sua boca, e o coronel Homero Cesar Machado.

Nas torturas foram usadas a "cadeira do dragão", o "pau de arara" e a palmatória, entre outras ferramentas de tortura, para que ela revelasse detalhes de sua atuação. Como ela não pertencia à ALN, não soube responder nenhum dado solicitado pelos torturadores.

Estado de coma

Após a descoberta da confusão sobre sua identidade, Derlei foi questionada de forma aleatória pelos agentes. Derlei acredita que isso ocorreu porque os torturadores desconheciam sua história na organização da AP, Eles só sabiam que ela tinha sido presa no Congresso de Ibiúna e desconheciam o fato de duas detenções em Florianópolis.

Derlei foi presa em 23/11/1969 e torturada na Oban por dois dias. Ficou internada, em coma, de 25/11 a 8/12, quando retornou para a Oban e foi novamente torturada até 25/12. Foi levada ao Dops, onde não foi torturada, e finalmente libertada no início de abril de 1970.

Após a liberdade, foi acolhida por amigos e pela igreja. Recuperada voltou a atuar pela AP, na Bahia, nos anos de 1971 e 1972. Depois desse período foi para o Paraná, onde teve seu filho. Perseguida, deixou a criança aos cuidados de militantes da organização e foi para Cuba. Dois anos e meio depois, seu filho foi levado ao seu encontro, em Cuba. Em 1979, retornou ao Brasil e retomou a atividade como professora.

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