Jânio, Ulysses e Montoro: três deputados que dignificaram o Parlamento paulista

Idealistas e carismáticos, eles marcaram sua passagem pela Assembleia nas décadas de 40 e 50
18/09/2014 18:45 | Da Redação: Lilian Fernandes Fotos: Acervo Histórico da Assembleia

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Jânio na Assembleia em 1956  <a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-09-2014/fg165099.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Ulysses Guimarães na Assembleia <a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-09-2014/fg165100.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Franco Montoro (esq) na Assembleia em 1955 <a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-09-2014/fg165101.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Jânio Quadros na Assembleia (dir) <a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-09-2014/fg165102.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Ulysses Guimarães (ao centro) <a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-09-2014/fg165103.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Franco Montoro (ao centro) <a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-09-2014/fg165104.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Jânio Quadro (ao centro) <a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-09-2014/fg165105.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Ulysses Guimarães (ao centro)<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-09-2014/fg165106.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Franco Montoro <a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-09-2014/fg165107.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Jânio Quadros na Assembleia Legislativa em 1956 <a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-09-2014/fg165108.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Franco Montoro discursa em solenidade na Assembleia <a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-09-2014/fg165109.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Jânio Quadros <a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-09-2014/fg165110.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Ulysses Guimarães e a constituição Federal de 1988<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-09-2014/fg165111.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Franco Montoro <a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-09-2014/fg165112.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

Jânio Quadros, Ulysses Guimarães e Franco Montoro. O Brasil deve muito a esses três homens que ajudaram a escrever a história e estão na galeria dos políticos mais respeitados de nosso país. O que pouca gente sabe é que eles tiveram como berço de sua trajetória a Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, onde atuaram no período em mandatos distintos e subsequentes de 1947 a 1959.

A passagem deles pelo Parlamento estadual se deu quando este ainda funcionava em prédio conhecido como Palácio das Indústrias, no Parque Dom Pedro II, onde hoje funciona uma organização social, o Centro Cultural Catavento. Entre 12 de março de 1955 a 12 de março de 1956, Montoro foi presidente da Casa. Nesse período, Jânio foi governador, e ambos conviveram como chefes dos poderes legislativo e executivo.

Todos formados pela Faculdade de Direito do Largo São Francisco, e bastante idealistas e carismáticos, eles ainda são lembrados pela contribuição que deram, seja como parlamentares ou ocupando cargos executivos de destaque.

Ulysses, Jânio e Montoro nunca foram contemporâneos na Assembleia Legislativa. Ulysses Guimarães foi o primeiro a se eleger deputado estadual, de 1947 a 1951. O mandato de Jânio Quadros veio logo a seguir, de 1951 a 1953, quando renunciou para ser prefeito da capital. Franco Montoro foi deputado de 1955 a 1959.

Trajetória de estadistas

Depois de deixarem a Assembleia Legislativa, Ulysses Guimarães, Jânio Quadros e Franco Montoro construíram uma trajetória reservada aos grandes estadistas.

Ulysses Guimarães foi eleito deputado estadual em 1947 e 11 vezes deputado federal por São Paulo (de 1951 a 1995); exerceu a presidência da Câmara dos Deputados em três períodos (1956-1957; 1985-1986 e 1987-1988); e também a Assembleia Nacional Constituinte, em 1987 e 1988.

Ficou conhecido como o "Senhor Diretas", por ter liderado campanhas pela redemocratização, em 1983 e 1984. Morreu em um acidente de helicóptero no litoral do Rio de Janeiro, dia 12 de outubro de 1992. Seu corpo nunca foi encontrado.

André Franco Montoro foi vereador da cidade de São Paulo, eleito em 1951, deputado estadual e presidente da Assembleia Legislativa de São Paulo em 1955. Foi também deputado federal por três mandatos consecutivos (1959 a 1971) e senador de 1971 a 1983. Governou o Estado de São Paulo de 1983 a 1986 e foi um dos fundadores do PSDB, em 1988.

Montoro foi um dos principais líderes pela redemocratização do país, junto com Tancredo Neves e Ulysses Guimarães, na campanha das Diretas-Já, em 1983 e 1984 e, depois, pela eleição de Tancredo Neves à Presidência da República. Elegeu-se novamente deputado federal por duas legislaturas consecutivas em 1995 e 1999. Montoro faleceu no dia 16 de julho de 1999, em decorrência de um infarto do miocárdio sofrido no dia de seu aniversário.

Jânio da Silva Quadros foi o que chegou mais longe: tornou-se presidente da República. Primeiro foi deputado estadual, depois prefeito, governador e presidente da República, cargo ao qual renunciou sete meses depois de assumir.

Em 1985, elegeu-se prefeito da capital em 1985, derrotando Fernando Henrique Cardoso, mandato que cumpriu até o final. Jânio faleceu em São Paulo em fevereiro de 1992, depois de sofrer três derrames cerebrais.

Figuras públicas que honraram a Assembleia de São Paulo e fizeram a história do país

Ulysses Guimarães, Jânio Quadros e Franco Montoro marcaram passagem pelo Legislativo paulista

A Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo teve em seu quadro três deputados que marcaram sobremaneira sua história. Seja pela trajetória política que percorreram após deixarem a casa legislativa, seja por seus ideais democráticos, seja pelo carisma que ostentavam. De 1947 a 1959, Jânio Quadros, Ulysses Guimarães e Franco Montoro, todos formados pela Faculdade de Direito do Largo São Francisco, tiveram atuação de destaque como parlamentares: proferiram discursos memoráveis, presidiram comissões e aprovaram centenas de leis.

Ulysses Guimarães foi deputado estadual por apenas uma legislatura (1947 a 1950, renunciando ao mandato para assumir a vaga de deputado federal, em 1950). Para a Assembleia paulista foi eleito com 5.114 votos. Uma de suas leis que merece destaque foi a Lei 199, de 1948, que organizou a carreira de delegado de polícia no Estado, vigente até hoje, segundo Adelino Martins, historiador do Acervo Histórico da Assembleia Legislativa.

Em sua passagem pela Assembleia, além da atuação parlamentar, Ulysses já demonstrava grande habilidade como articulador político", conta Carlos Dias, diretor do Departamento de Documentação e Informação da Assembleia Legislativa. "Enquanto deputado, solicitou verbas para santas casas, para auxílio às enchentes, atuou em frentes para o funcionalismo público e também em temas gerais; propôs a criação de vários municípios e tratou, também, de grandes questões de gestão do funcionalismo, de segurança pública e de educação", afirma Dias.

O parlamentar participou de várias comissões da Casa, onde foi membro efetivo da Comissão Especial de Assuntos Municipais e das comissões de Constituição e Justiça e de Redação. Em seu mandato, teve aprovadas 31 normas de sua autoria e oito projetos de declaração de utilidade pública.

Senhor Diretas

Ulysses Silveira Guimarães nasceu em Itirapina, no dia 6 de outubro de 1916. Filho primogênito da professora Amélia Correa Fontes e do coletor de impostos Ataliba Guimarães. Foi casado com a viúva Ida Guimarães, mãe de dois filhos, Tito e Celina.

Advogado formado pela Faculdade de Direito do Largo São Francisco, tinha o dom da oratória - fato decisivo para que tivesse sido escolhido orador da turma da Escola Normal Livre Municipal de Lins. Foi professor de direito, torcedor e diretor do Santos Futebol Clube, na subsede de São Paulo, em 1942 e em 1945.

A carreira política começou em 1945, quando filiou-se ao PSD (Partido Social Democrático), por questões de amizade, não por ideologia, e jamais o abandonou. Em 1965, com a instauração do bipartidarismo, filiou-se ao MDB (Movimento Democrático Brasileiro) e depois, com o fim do bipartidarismo, em 1979, ao PMDB (Partido do Movimento Democrático Brasileiro), do qual foi presidente nacional.

Foi eleito deputado estadual em 1947 e 11 vezes deputado federal por São Paulo (de 1951 a 1995); exerceu a presidência da Câmara dos Deputados em três períodos (1956-1957; 1985-1986 e 1987-1988); e também da Assembleia Nacional Constituinte, em 1987 e 1988.

Contra a ditadura, ficou conhecido como o Senhor Diretas, por ter liderado novas campanhas pela redemocratização, como a das eleições diretas, conhecida pelo slogan Diretas-Já, em 1983 e 1984.

Autor da lei do exame da OAB

O Projeto de Lei 2938, de autoria de Ulysses Guimarães, sancionado em 1992, criou o Estatuto e Código de Ética e Disciplina da OAB, tornando obrigatório o Exame de Ordem. Também em 1992, apoiou o impeachment do então presidente da República, Fernando Collor de Mello.

Ulysses Guimarães morreu em um acidente de helicóptero no litoral do Rio de Janeiro, dia 12 de outubro de 1992. Seu corpo nunca foi encontrado.

Em defesa da classe trabalhadora

Jânio da Silva Quadros, em 1947, foi eleito vereador por São Paulo. Naquele mesmo ano, André Franco Montoro filiou-se ao PDC (Partido Democrata Cristão). No período de 1948 a 1950, Jânio ficou conhecido como o parlamentar com o maior número de proposituras apresentadas e discursos proferidos. Em sua maioria, favoráveis à classe trabalhadora.

Jânio foi o deputado estadual mais votado em 1951, com 17.840 votos. Participou das Comissões de Constituição e Justiça e de Saúde e Higiene. No período de três anos em que exerceu o mandato de deputado estadual (1951 a 1953), teve 40 normas aprovadas, como a criação da União Pugilística Brasileira, a sinalização luminosa de táxis e a proibição do uso de buzinas no perímetro da capital de São Paulo.

A partir de 1955, o então governador Jânio Quadros teve 922 normas aprovadas pela Assembleia Legislativa, com destaque para a criação da polícia feminina de São Paulo, em 1959, e dos cursos de geologia e psicologia da USP.

Pela moral e os bons costumes

O deputado Jânio Quadros fez vários discursos em nome da Comissão de Moral e Costumes da Confederação das famílias cristãs. Em discurso pronunciado na sessão de 19 de junho de 1951, leu um trecho de um documento que a Confederação das Famílias Cristãs entregou ao Ministro da Justiça, protestando e pedindo providências contra a exibição dos filmes nacionais Anjo do Lodo e Liana, a Pecadora, que estavam em cartaz na cidade de São Paulo.

A carta dizia que "as duas películas constituíam um verdadeiro ultraje ao pudor público." O deputado era contra as produções nacionais de filmes pornográficos:

"Fica o meu protesto e, com o meu protesto, a minha advertência: se o governo estadual, em qualquer instante, bater às portas desta Assembleia para incentivar o nosso cinema, o que se não me engano é das intenções do senhor governador, vou, cumprindo com dever elementar, inquirir da produção das companhias beneficiárias. Porque, se encontrar, no rol da produção, fitas com esta contextura, meu voto essa companhia não merecerá. É de mister que eles saibam que não contarão com a Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo enquanto não desejarem, de fato, fazer cinema mas apenas e só bandalheiras, obscenidades para auferir renda no pior de todos os comércios, que é o comércio com a moralidade, o tráfico com a decência, com a honra e, envolvendo a segurança dos próprios fundamentos sociais," disse Jânio, encerrando o discurso, aplaudido pelos deputados.

Renúncias de Jânio

Em 1953, Jânio Quadros renunciou ao mandato de deputado estadual para assumir a prefeitura de São Paulo. "Começa aí a fase do Jânio em que ele costumava interromper seus mandatos. Concorreu a deputado, saiu para assumir a prefeitura de São Paulo; saiu para assumir como governador, saiu para se preparar para a candidatura a presidente da República, assumiu e, em sete meses, renunciou", analisou Carlos Dias.

De acordo com o historiador Adelino, Jânio Quadros só cumpriu integralmente seu segundo mandato como prefeito de São Paulo, entre 1986 e 1989.

Varre, varre vassourinha!

Jânio da Silva Quadros nasceu em Campo Grande, Mato Grosso do Sul, em 25 de janeiro de 1917. Filho de paranaenses de classe média (Leonor da Silva Quadros e e o médico e engenheiro agrônomo Gabriel Quadros), foi criado no Paraná. Era casado com Eloá Quadros e teve uma filha Tutu Quadros.

Formou-se pela Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo e exerceu a profissão em 1943, logo após a graduação; foi professor de geografia e também de direito processual penal antes de iniciar a carreira política.

Em 1947 foi vereador suplente e assumiu a cadeira de vereador pelo PDC (Partido Democrata Cristão) em 1948; foi deputado estadual em 1950; prefeito de São Paulo em 1953 e governador em 1954. Fez sucesso entre os eleitores com discursos fervorosos pela da moral, os bons costumes e a moralidade administrativa.

Na disputa à prefeitura de São Paulo, conquistou grande popularidade ao usar uma vassoura como símbolo da limpeza que pretendia fazer nos órgãos públicos.

Com o slogan Varrer a Corrupção, elegeu-se presidente da República em 1960, com 48% dos votos. Tomou posse em janeiro de 1961.

Forças ocultas

Como presidente da República, aboliu a briga de galo, a minissaia e o biquíni. Mesmo pertencendo ao PDC, ao assumir a presidência condecorou Che Guevara e estabeleceu relações diplomáticas com a China.

Torcedor do Corinthians, governava com bilhetinhos, mais de 1.550 foram entregues a ministros e assistentes. Usava e abusava da norma culta da língua portuguesa. A frase "Fi-lo porque qui-lo" é atribuída a ele, apesar de, posteriormente, negar a autoria, alegando que jamais cometeria esse erro gramatical. "Fi-lo porque o quis" é o correto, disse.

Renunciou à Presidência sete meses depois, alegando sofrer pressão de "forças ocultas". Em 1964 teve os direitos políticos cassados pelo regime militar. Retomou a vida pública no fim dos anos 1970. Em 1982 perdeu a disputa pelo governo paulista. Foi eleito prefeito da capital em 1985, mandato que cumpriu até o final.

Faleceu em São Paulo, após três derrames cerebrais, em fevereiro de 1992.

Franco Montoro: herói da redemocratização

André Franco Montoro tornou-se deputado estadual (PDC) em 1955 e foi eleito presidente da Assembleia Legislativa de São Paulo em março daquele ano. Há 25 normas de sua autoria, a maior parte abordando questões trabalhistas e de educação. Suas principais ações destinaram-se às instituições prestadoras de auxílio à maternidade e às santas casas, instituindo auxílio financeiro e estabelecendo novos valores para as instituições. Todas essas normas foram sancionadas pelo então governador Jânio Quadros.

Quando Franco Montoro tornou-se governador de São Paulo, teve 364 normas aprovadas pela Assembleia Legislativa. Muitas, para reajustar os salários dos servidores públicos estaduais de diversas categorias. Criou as delegacias de polícia de Defesa da Mulher, em 1986, a Lei orgânica da Procuradoria-Geral do Estado e o Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA), todas vigentes até hoje (com alterações).

A relação política entre Montoro e Jânio

Em 1956, Franco Montoro era o presidente da Assembleia Legislativa e Jânio Quadros, governador de São Paulo. "Os caminhos dos dois se cruzaram ao menos quatro vezes na história. Montoro e Jânio foram vereadores juntos em 1947, pelo PDC. Jânio veio para a Assembleia em 1951 e tornou-se governador do Estado em 1955, ano em que Montoro foi eleito presidente da Assembleia", conta Carlos Dias.

Os caminhos voltam a se cruzar em 1982, quando ambos se candidataram ao governo do Estado. Concorriam ao cargo o ex-prefeito paulistano Reynaldo de Barros (PDS), o ex-presidente Jânio Quadros (PTB), o sindicalista Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Rogê Ferreira (PDT).

"Durante um debate, Montoro atribuiu a Jânio responsabilidade o golpe militar de 1964, dizendo que ele havia lançado o país num torvelinho de crises", conta o historiador Adelino Martins. "E Jânio perguntou a Montoro, onde se encontrava essa informação. Quando Montoro mostrou o livro Depoimentos de Carlos Lacerda, Jânio disse: "Está dispensado da citação, porque o senhor acaba de citar as escrituras, valendo-se de asmodeus ou de satanás, não quero ouvi-la. Toda a plateia caiu na risada."

Montoro venceu a disputa, tomou posse como governador de São Paulo dia 15 de março de 1983.

O paulistano Franco Montoro

O paulistano André Franco Montoro nasceu dia 14 de julho de 1916. Filho de André de Blois Montoro e Thomazia A. Montoro, foi casado com Lucy Montoro, com quem teve sete filhos: Maria Lúcia, André, Eugênio Augusto, Paulo Guilherme, José Ricardo, Mônica e Fernando.

Formou-se em filosofia e pedagogia pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de São Bento (1938) e, no mesmo ano, em direito pela Faculdade de Direito do Largo de São Francisco.

Foi professor, advogado, secretário-geral do Serviço Social da Secretaria da Justiça de 1938 a 1940 e procurador do Estado (1940).

Começou a carreira política elegendo-se vereador pelo PDC, na Câmara Municipal de São Paulo em 1951. Foi deputado estadual em 1955 e presidente da Assembleia Legislativa de São Paulo no mesmo ano.

Foi deputado federal por três mandatos consecutivos (1959 a 1971), líder do PDC na Câmara dos Deputados e Ministro do Trabalho e Previdência Social de 1961 a 1962. Líder do Movimento Democrático Brasileiro (MDB) no Senado Federal de 1971 a 1974, foi senador de 1971 a 1983.

Governou o Estado de São Paulo de 1983 a 1986 e foi um dos fundadores do PSDB, em 1988. Um dos principais líderes pela redemocratização do país, junto com Tancredo Neves e Ulysses Guimarães, na campanha das Diretas Já, em 1983 e 1984 e, depois, pela eleição de Tancredo Neves à Presidência da República.

Elegeu-se novamente deputado federal por duas legislaturas consecutivas em 1995 e 1999.

Faleceu dia 16 de julho de 1999, em decorrência do infarto sofrido no dia de seu aniversário.

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