Diretor metropolitano da Sabesp relata a deputados ações técnicas para superar crise

Paulo Massato explicou que sistema foi estimado para superar a maior estiagem registrada (1952-1953)
12/11/2014 19:26 | Da Redação - Foto: Roberto Navarro

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Adriano Diogo<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-11-2014/fg165991.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Barros Munhoz<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-11-2014/fg165992.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Jorge Caruso<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-11-2014/fg165993.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Paulo Massato Yoshimoto<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-11-2014/fg165994.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

Convidado pelo líder do Governo na Assembleia, deputado Barros Munhoz (PSDB), o diretor metropolitano da Sabesp, Paulo Massato, explicou em reunião do Colégio de Líderes o enfrentamento técnico que vem sendo feito para que o Estado supere a maior crise hídrica de sua história.

Massato explicou que, como em qualquer projeto de engenharia, os cálculos são feitos com base em estatísticas, e estas são elaboradas conforme os dados conhecidos. No caso do abastecimento da macrometrópole paulista, a estimativa sempre adotada foi a de que o sistema pudesse superar uma estiagem tão severa como a que aconteceu em 1952-1953. Na verdade, ainda mais severa.

Foi criada uma curva hipotética com os valores dos meses mais secos das oito décadas em que são realizados registros pluviométricos regulares em território paulista. No ano hidrológico 1952-1953 (esta marcação é feita de outubro a setembro, com os seis primeiros meses de chuvas e os últimos de estiagem), o fluxo médio de água para o sistema cantareira foi de 24,61 metros cúbicos por segundo (m³/s). Na curva hipotética em que se baseavam os piores cenários previstos pela Sabesp, o fluxo médio seria de 19,5 m³/s, uma situação tida como improvável, já que a média histórica é de 44,3 m³/s.

O que não se previu foi um fenômeno climático de efeitos globais que formou sobre a região Sudeste uma área a de alta pressão que impediu a chegada das chuvas vindas da região amazônica e do Atlântico Sul.

Medidas de curto prazo

Confirmada a insuficiência do sistema frente à atual estiagem, Paulo Massato explicou que havia duas opções para o abastecimento da Região Metropolitana de São Paulo. A mais drástica seria o rodízio, medida que penalizaria a população, ainda mais aqueles que residem em áreas altas e afastadas, que ficariam mais tempo sem água.

A opção adotada, segundo Massato, foi um conjunto de ações, como o programa de bonificação para quem reduzisse o consumo, a transferência de água entre sistemas, a intensificação do combate aos vazamentos na rede e a utilização do volume morto das represas Jacareí e Atibainha, que devem se extinguir nos próximos dias caso não chova. O próximo passo será o bombeamento de uma segunda reserva técnica na represa Jacareí.

O diretor metropolitano da Sabesp deixou claro que as previsões sobre mudanças climáticas não tem ainda comprovação científica, e não se sabe o que vai acontecer com o clima. Segundo ele, uma das previsões é a de que choverá mais no período das águas, e as secas, por sua vez, ficariam mais severas. Esse cenário de extremos, entretanto, pouco afetaria o abastecimento na Grande São Paulo, que têm praticamente toda a sua captação oriunda de reservatórios.

Um dos pontos que a Sabesp tem a seu favor é o de que a rede de água tratada tem considerável integração, o que permitiu que áreas servidas pelo sistema Cantareira passassem a ser abastecidos por outros mananciais menos comprometidos pela estiagem, como o Alto Tietê, o Guarapiranga, o Rio Grande (Billings),

Longo Prazo

Para aumentar a confiabilidade e a capacidade de elevação das represas paulistas, a Sabesp propõe integração da represa do Jaguari, no Vale do Paraíba, com a represa Atibainha, na bacia do Piracicaba, o que aumentaria o afluxo de água em 5,5 m³/s, e a apliação da reversão do córrego Guaratuba, que segue para o mar, e poderá incrementar fornecimento em 1,5 m³/s.

Para Ampliar a segurança das represas de Mogi das Cruzes, Suzano, Itaraçupeba e Jundiaí, haverá a reversão dos rios Itatiba e Itapanhaú (mais 5 m³/s).

A captação de mais 2,2 m³/s do braço do Rio Pequeno, deve somar-se aos 5,5 m³/s que já são colhidos do braço do Rio Grande e revertidos à represa Billings.

Por fim, deve-se aumentar a inversão do braço do Rio Itaquaquecetuba para a Guarapiranga em 1,8 m³/s e acelerar a construção da interligação do Sistema São Lourenço à região oeste da Grande São Paulo no município de Vargem Grande Paulista.

A previsão é de ainda utilizar 2 m³/s d água de reúso - esgoto tratado por meio de membranas de alta filtração para lançamento na represa de Guarapiranga e 1m³/s para encher a represa Isolina, no sistema do Baixo Cotia.

"No total serão mais 25m³/s de disponibilidade de água para a Região Metropolitana de São Paulo. Hoje nossa capacidade é de 73,4 m³/s. Além disso todos esses mananciais passariam a trabalhar não mais com o índice de confiabilidade de 95%, mas teríamos essa segurança aumentada para 97%", informou o engenheiro.

alesp