No dia 19/11, acontece, em Roma, o julgamento em última instância do bilionário suíço Stephan Schmidheiny, cuja família fundou a Eternit suíça, responsável durante muitos anos pela fabricação de produtos utilizando o amianto, material extremamente cancerígeno. Condenado em primeira instância a 16 anos de prisão, Schmidheiny apelou e teve sua pena ampliada para 18 anos, em 2013, e agora será julgado na instância máxima da corte italiana. Integrantes da ABREA, vítimas do amianto ou seus familiares, advogados, médicos e o deputado Marcos Martins (PT) são alguns dos integrantes da delegação que vai à Roma para o julgamento. Cientes dos males causados por sua matéria prima, os donos da Eternit venderam a empresa antes que pudessem ser julgados por seus crimes, deixando um enorme passivo social, trabalhista e ambiental. "Lutamos há 19 anos para banir o amianto, mas o lobby aqui no Brasil ainda é muito forte e hoje temos a proibição apenas em alguns estados" afirma Marcos Martins, autor da lei que proíbe o uso do amianto no Estado de São Paulo. Além disso, também no Brasil, diversos processos se arrastam contra as unidades da Eternit e outras empresas que utilizam ou utilizaram o amianto. "O resultado deste julgamento na Itália pode nos ajudar a garantir os direitos dos trabalhadores e famílias que foram lesados por seus contratantes", lembra Martins. mmartins@al.sp.gov.br