CPI das Violências nas Universidades ouve médica sobre violência sexual

Segundo a especialista, trata-se de caso de violação dos direitos humanos
16/12/2014 20:22 | Da Redação: Caroline Leonardo Fotos: Marco Antonio Cardelino

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Carlos Giannazi, Adriano Diogo, Sarah Munhoz e Marco Aurélio <a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-12-2014/fg166629.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Maria Ivete de Castro (ao microfone) fala sobre núcleo de atendimento a vítimas de violência sexual<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-12-2014/fg166630.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Reunião da CPI das Violências nas Universidades<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-12-2014/fg166631.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> CPI das Violências nas Universidades<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-12-2014/fg166632.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

Nesta terça-feira, 16/12, a CPI das Violências nas Universidades ouviu a médica infectologista do Hospital das Clínicas, Maria Ivete de Castro, que há 14 anos coordena o núcleo de atendimento a vítimas de violência sexual. A professora citou dados de estudos feitos no exterior sobre o tema. Ela disse que, apesar de ser um assunto delicado, ele precisa ser tratado com urgência. "O reconhecimento da violência sexual e da violação dos direitos humanos como questão de saúde publica chegou tardiamente na sociedade. A violência sexual é uma grave epidemia. É silenciosa, e ocorre no âmbito familiar e no cotidiano. Por convenções sociais, as vítimas são forçadas a guardar silêncio", afirma Maria Ivete.

O medo, o constrangimento e a culpa que a vítima sente ainda são as principais causas da falta de denúncias sobre casos de violência. Segundo a médica, o Sistema Único de Saúde (SUS) recebe duas mulheres por hora por queixa de abuso sexual, mas 95% dos casos ainda não são notificados. No mundo, a África do Sul é líder em casos de estupro. A média mundial é de uma a cada cinco mulheres, embora na África é um caso a cada duas mulheres.

Mulheres em Luta

A CPI também ouviu a estudante de Ciências Sociais da Universidade de São Paulo, Letícia Pinho, que faz parte do movimento Mulheres em Luta e integra a frente feminista da universidade. A estudante cobrou uma ação efetiva por parte dos parlamentares em relação à instalação da CPI. Criticou a falta de segurança no campus da universidade e a falta de estrutura por parte da faculdade para tratar dos casos de violência.

Letícia falou sobre a criação de mecanismos que protejam as vítimas, assegurando-lhes o direito de denunciar sem receber qualquer tipo de reprimenda. Disse ainda que os casos de violência não se restringem apenas à USP, e que depois das primeiras audiências públicas realizadas pela Comissão de Direitos Humanos, passaram a surgir diversas denúncias de outras instituições estudantis como a Universidade de São Carlos (Ufscar), a Universidade de Campinas (Unicamp), a Universidade Estadual Paulista (Unifesp), a Universidade Presbiteriana Mackenzie e a Uninove. "Precisamos de um ambiente seguro para concluir nossos estudos, para ter o nosso direito garantido e iguais condições a de todos os outros estudantes", disse Letícia.

Eleição

Por falta de quórum na abertura dos trabalhos, não foi realizada, como era previsto, a eleição de presidente, vice-presidente e relator da CPI.

Participaram da reunião os deputados Adriano Diogo, Marco Aurélio de Souza, João Paulo Rillo (todos do PT), Sarah Munhoz (PCdoB), Carlos Giannazi (PSOL) e Carlos Bezerra Jr. (PSDB).

alesp